16 março 2017

«Pee-pee cock» (ou «Tea cock»)

Boneco em barro negro, em forma de pénis, usado na China para testar a temperatura do chá, antes de o servir
Estes pequenos bonequinhos em barro são usados na China para verificar se a água para o chá está à temperatura ideal: o boneco é passado por água a ferver e depois posto algum tempo em água fria. Leva-se para a mesa e despeja-se um pouco de água do bule em cima da cabeça do boneco. Se fizer xixi, a água está boa para fazer chá. Se não fizer, é porque não está suficientemente quente. Se sair uma esguichadela de três em pipa, é porque a água está demasiado quente.
É o mesmo sistema de outra peça da minha colecção, oferecida pelos amigos Daisy e Alfredo Moreirinhas.














A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

«Forte, intenso…» - Adão Iturrusgarai


15 março 2017

«New Orleans is always open» (Nova Orleães está sempre aberta)

Fantástico!

«Fodimalho» - cantiga medieval de Pero da Ponte


Estranha cantiga em que Pero da Ponte relata uma aventura homossexual. Embora a cantiga pareça autobiográfica (até pelas referências às trovas feitas sobre o tema) e a rejeição da homossexualidade seja evidente, como seria de rigor na época, também poderemos pensar que se trataria eventualmente de um maldizer aposto (dito na primeira pessoa, mas na voz de um terceiro), hipótese que não poderemos confirmar, até pela ausência de qualquer rubrica explicativa. Acrescente-se que os pormenores "técnicos" finais parecem um pouco difíceis de entender.:

Eu digo mal, com'home fodimalho,
quanto mais posso daquestes fodidos
e trob'a eles e a seus maridos;
e um deles mi pôs mui grand'espanto:
topou comig'e sobraçou o manto
e quis em mi achantar o caralho.

Ando-lhes fazendo cobras e sões
quanto mais poss', e and'escarnecendo
daquestes putos que s'andam fodendo;
e um deles de noit[e] asseitou-me
e quis-me dar do caralh'[e] errou-me
e lançou, depós mim, os colhões.

Pero da Ponte

Prazer de amante

Prazer de amante, é a fuga, é a rapidez é a falta de lucidez.


Certo ou errado, a vontade de te saborear, de os meus lábios tocarem todos os centímetros da tua pele, é mais forte. Mais forte que tudo. Estás aí? Eu, aqui, te espero, de lábios rosados, pele quente a arder por ti. Rende-te a esse ímpeto e apanha o vento em minha direção. Não deixes que nada estrague o momento, a dita eternidade que dura o tempo que durar, a pureza do desejo, o pecado do prazer que um amante dá. De corpo e alma, no nosso eterno, no nosso momento, no nosso abraço, no nosso cheiro que se funde um no outro. Beija-me, do pescoço, aos pés, passa as tuas mãos em mim, em todo o sítio proibido que tem saudades de ti. És tu, que me dás a incondicionalidade pouco duradoura e tão explorada do momento do prazer máximo. 

Só se tu também não te mexes...



14 março 2017

Podemos dar uma mão...


The New Yorker

Outra grande aflição para a Humanidade a esboçar-se.

Sharkinho
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«Projeto Mulheres» - Carol Rossetti - 81

O livro «Mulheres - retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade», de Carol Rossetti, está em venda em Portugal, editado pela Saída de Emergência.







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Pénis de punho

Botões de punho em prata de Vivienne Westwood, com bolsa e certificado de autenticidade.
O charme sem cerimónias... na minha colecção.












A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

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13 março 2017

Luís Gaspar lê «A um ti que eu inventei» de António Gedeão

Pensar em ti é coisa delicada.
É um diluir de tinta espessa e farta
e o passá-la em finíssima aguada
com um pincel de marta.

Um pesar grãos de nada em mínima balança,
um armar de arames cauteloso e atento,
um proteger a chama contra o vento,
pentear cabelinhos de criança.

Um desembaraçar de linhas de costura,
um correr sobre lã que ninguém saiba e oiça,
um planar de gaivota como um lábio a sorrir.

Penso em ti com tamanha ternura
como se fosses vidro ou película de loiça
que apenas com o pensar te pudesses partir.

António Gedeão
Rómulo Vasco da Gama de Carvalho (Lisboa, 24 de Novembro de 1906 - Lisboa, 19 de Fevereiro de 1997), português, foi um químico, professor de Físico-Química do ensino secundário no Liceu Pedro Nunes e Liceu Camões, pedagogo, investigador de História da ciência em Portugal, divulgador da ciência, e poeta sob o pseudónimo de António Gedeão. Pedra Filosofal e Lágrima de Preta são dois dos seus mais célebres poemas.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Promescent - «Lábios de lado»

Postalinho da origem do mundo... dos patos


«Corredor» - João

"O problema é que o dia chegava ao fim mas ela não chegava ao fim com ele. Ficava como uma saudade que não se sacode. Vinha um dia, e depois outro, e por fim se a via, tudo voltava ao lugar, como arrumar caixas nos seus lugares, como sair do ar quente e respirar por fim um ar fresco que devolvia à vida, que dizia que ainda havia salvação, que podia rir de novo, que a pele podia arrepiar-se. E tempos sobre tempos assim mostraram-lhe a verdade das coisas. Era estranho. Era estranho dar por si naquele espaço a pensar na ausência dela, e tão estranho que aquela ausência fosse tão imensa naquele momento e espaço, e afinal uma ínfima parte de todo o tempo e todo o espaço que ainda havia para trilhar. Daquele corredor fechara-se a porta, desligara-se a luz. Sobrava-lhe esperar que assim como lha haviam fechado, um dia a abrissem."
João
Geografia das Curvas