31 dezembro 2015
Ginjinha com elas!
Livro de humor, de 1964.
O humor é uma parte muito importante da minha colecção de arte erótica.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
O humor é uma parte muito importante da minha colecção de arte erótica.
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30 dezembro 2015
Mais uma coisa sem importância nenhuma...
Parafraseando um conhecido eterno comentador e actual candidato, esta não lembra ao careca…
Um piropo ou uma ordinarice deliberadamente obscena? Uma questão de verbalizar uma manifestação de apreço ou um assédio sem pudor e com recurso a violência verbal para dar largas a um lamentável espírito de macho frustrado e javardo? Em suma: uma sedução ou uma violentação?
Nada me parece claro ou em vias de clarificação numa iniciativa legislativa do PSD no passado Agosto – e apenas agora divulgada, vá lá saber-se porquê… – e, conforme se pode ler no DN de 28 de Dezembro e da autoria de Fernanda Câncio, se trata «de um aditamento ao artigo 170º do Código Penal, "importunação sexual", o qual criminalizava já o exibicionismo e os "contactos de natureza sexual", vulgo "apalpões".»
Vejamos, e se alguém disser à personagem onde lhe anda focalizado o interesse qualquer coisa do género: «Senhora, a sua beleza confunde-me; faça-me um homem feliz e aceite jantar comigo…». Não será isto um caso flagrante de «proposta de teor sexual»? Em princípio, o convite para jantar não se destinará a culminar num jogo da bisca. E, além da desgraceira de uma muito provável nega, o presuntivo e incontido amante ainda corre o risco de ser preso. E não de amores!
Eu até nem teria, à partida, grande coisa em contrário relativamente a esta iniciativa, mas sempre que se legisla sobre questões educacionais, culturais, civilizacionais, éticas, enfim, como se se pudesse alterar a correnteza da vida meramente por decreto, tenho tendência para ficar cheio de reticências e de urticária.
Interessa, entretanto, esclarecer – não vá o Diabo tecê-las… – que gosto tanto do chamado sexo oposto ao meu, considerado ele em abstracto e genericamente mas também e muito especialmente em concreto, que o meu respeito por ele é sem medida. Creio que terá sido coisa que me foi incutida pelos meus pais e, até, por outros educadores, ao longo da vida.
Talvez por isso não é meu uso proferir qualquer comentário quando uma mulher que me é sugestiva mas estranha cruza o meu caminho. Mas receio que o meu olhar possa ser algo indiscreto ou revelador de alguma saudável (pelo menos assim a reputo) perturbação que comigo ocorra… E quantas vezes a imaginação voa, desatinada e sem barreiras perante alguma evidência circunstancial mais apelativa?
Julgo, mesmo, que, em tempos de imberbe juventude, um rubor, incómodo e indiscreto, me inundava a face com perturbadora frequência quando uma bela jovem ou mulher era, por alguma circunstância, minha interlocutora. Timidez, seguramente. Condimentada por pensamentos porventura indizíveis mas incontroláveis. Porém, se a intensidade fosse por demais intensa, poderia chegar ao ponto, como sói dizer-se, de meter conversa a esse propósito, a bem de alguma sanidade mental, que os recalcamentos nunca foram bons conselheiros.
Claro que, aqui chegados, interessa sabermos que não somos todos (nem todas) iguais e o escalonamento de atitudes será, decerto, tão diverso quanto o mundo.
Isto traz-nos à incomensurável dificuldade em apurar, então, o grau do acto criminoso em cada caso que, por acaso, não me parece, no contexto legislativo, que seja indiferente ao género, nomeadamente.
Além disso, poderei eu queixar-me do flagrante, ainda que improvável, assédio por parte de uma vizinha ou de mera passante? E que fazer, nesses casos, para obter meio de prova? Andar sempre acompanhado por duas testemunhas insuspeitas, ou ter sempre um gravador ligado no bolso, para o que der e vier?
Por outro lado, não será igualmente e socialmente perigoso entrar num elevador sem dar os bons dias a quem lá esteja? Imagine-se que a menina Ofélia, do 3º esquerdo, sofrendo de depressão profunda, leva a ausência de cumprimento à conta de agravamento da sua falta de auto-estima e, subindo ao nono andar, se suicida logo ali? Não será de acautelar legislativamente a obrigatoriedade de cumprimentar os vizinhos nos ascensores, para evitar casos análogos?
É que, nestas coisas, nunca se sabe e mais vale prevenir…
Afinal e pelo meio destas minudências, onde fica posicionado o tão estimulante jogo da sedução? Ou, até, pior: como iniciar uma relação, um namoro? Impossível! À primeira abordagem, qualquer um/a corre o risco de deparar com um/a interlocutor/a desarvorando numa grita aflitiva de que está ali um/a caramelo/a com segundas ou terceiras intenções e o/a pobre corre o risco de ir bater com os costados na cadeia, com um amor por cumprir…
Por outro lado, deparamos nesta legislação com um manto diáfano sobre a expressão de «assédio sexual», essa, sim, coisa mais concreta, definida e nada rara, que vitima tanta mulher – e, porventura, alguns homens – e que se revela através do recurso a pretensas prerrogativas de hierarquias que, apenas por serem tal, presumem que o estatuto é extensivo ao direito de chegarem à cama… ou a qualquer esconso de conveniência.
Mas dizer-se assédio, isso é que não, que a crueza do termo não é compatível com alguns espíritos mais delicados e titubeantes.
Agora, o porquê da oportunidade de tão momentoso acréscimo legislativo, na verdade, escapa-me. E logo numa altura de crise da construção civil, área de onde é suposto emanarem algumas das pérolas javardolas…
Haverá razões que a razão desconhece nestas matérias legislativas. Mas espera-se sempre que seja para nosso bem. Ou, quem sabe e à falta de melhor, quiçá para reforçar a confiança dos mercados…
Ora, façam é o favor de terem todos um óptimo 2016, com piropos e, se possível, muito amor, namoro e felicidades que tais! Se possível, também, a dois que a coisa assim assume outra graça.
Um piropo ou uma ordinarice deliberadamente obscena? Uma questão de verbalizar uma manifestação de apreço ou um assédio sem pudor e com recurso a violência verbal para dar largas a um lamentável espírito de macho frustrado e javardo? Em suma: uma sedução ou uma violentação?
Nada me parece claro ou em vias de clarificação numa iniciativa legislativa do PSD no passado Agosto – e apenas agora divulgada, vá lá saber-se porquê… – e, conforme se pode ler no DN de 28 de Dezembro e da autoria de Fernanda Câncio, se trata «de um aditamento ao artigo 170º do Código Penal, "importunação sexual", o qual criminalizava já o exibicionismo e os "contactos de natureza sexual", vulgo "apalpões".»
Vejamos, e se alguém disser à personagem onde lhe anda focalizado o interesse qualquer coisa do género: «Senhora, a sua beleza confunde-me; faça-me um homem feliz e aceite jantar comigo…». Não será isto um caso flagrante de «proposta de teor sexual»? Em princípio, o convite para jantar não se destinará a culminar num jogo da bisca. E, além da desgraceira de uma muito provável nega, o presuntivo e incontido amante ainda corre o risco de ser preso. E não de amores!
Eu até nem teria, à partida, grande coisa em contrário relativamente a esta iniciativa, mas sempre que se legisla sobre questões educacionais, culturais, civilizacionais, éticas, enfim, como se se pudesse alterar a correnteza da vida meramente por decreto, tenho tendência para ficar cheio de reticências e de urticária.
Interessa, entretanto, esclarecer – não vá o Diabo tecê-las… – que gosto tanto do chamado sexo oposto ao meu, considerado ele em abstracto e genericamente mas também e muito especialmente em concreto, que o meu respeito por ele é sem medida. Creio que terá sido coisa que me foi incutida pelos meus pais e, até, por outros educadores, ao longo da vida.
Talvez por isso não é meu uso proferir qualquer comentário quando uma mulher que me é sugestiva mas estranha cruza o meu caminho. Mas receio que o meu olhar possa ser algo indiscreto ou revelador de alguma saudável (pelo menos assim a reputo) perturbação que comigo ocorra… E quantas vezes a imaginação voa, desatinada e sem barreiras perante alguma evidência circunstancial mais apelativa?
Julgo, mesmo, que, em tempos de imberbe juventude, um rubor, incómodo e indiscreto, me inundava a face com perturbadora frequência quando uma bela jovem ou mulher era, por alguma circunstância, minha interlocutora. Timidez, seguramente. Condimentada por pensamentos porventura indizíveis mas incontroláveis. Porém, se a intensidade fosse por demais intensa, poderia chegar ao ponto, como sói dizer-se, de meter conversa a esse propósito, a bem de alguma sanidade mental, que os recalcamentos nunca foram bons conselheiros.
Claro que, aqui chegados, interessa sabermos que não somos todos (nem todas) iguais e o escalonamento de atitudes será, decerto, tão diverso quanto o mundo.
Isto traz-nos à incomensurável dificuldade em apurar, então, o grau do acto criminoso em cada caso que, por acaso, não me parece, no contexto legislativo, que seja indiferente ao género, nomeadamente.
Além disso, poderei eu queixar-me do flagrante, ainda que improvável, assédio por parte de uma vizinha ou de mera passante? E que fazer, nesses casos, para obter meio de prova? Andar sempre acompanhado por duas testemunhas insuspeitas, ou ter sempre um gravador ligado no bolso, para o que der e vier?
Por outro lado, não será igualmente e socialmente perigoso entrar num elevador sem dar os bons dias a quem lá esteja? Imagine-se que a menina Ofélia, do 3º esquerdo, sofrendo de depressão profunda, leva a ausência de cumprimento à conta de agravamento da sua falta de auto-estima e, subindo ao nono andar, se suicida logo ali? Não será de acautelar legislativamente a obrigatoriedade de cumprimentar os vizinhos nos ascensores, para evitar casos análogos?
É que, nestas coisas, nunca se sabe e mais vale prevenir…
Afinal e pelo meio destas minudências, onde fica posicionado o tão estimulante jogo da sedução? Ou, até, pior: como iniciar uma relação, um namoro? Impossível! À primeira abordagem, qualquer um/a corre o risco de deparar com um/a interlocutor/a desarvorando numa grita aflitiva de que está ali um/a caramelo/a com segundas ou terceiras intenções e o/a pobre corre o risco de ir bater com os costados na cadeia, com um amor por cumprir…
Por outro lado, deparamos nesta legislação com um manto diáfano sobre a expressão de «assédio sexual», essa, sim, coisa mais concreta, definida e nada rara, que vitima tanta mulher – e, porventura, alguns homens – e que se revela através do recurso a pretensas prerrogativas de hierarquias que, apenas por serem tal, presumem que o estatuto é extensivo ao direito de chegarem à cama… ou a qualquer esconso de conveniência.
Mas dizer-se assédio, isso é que não, que a crueza do termo não é compatível com alguns espíritos mais delicados e titubeantes.
Agora, o porquê da oportunidade de tão momentoso acréscimo legislativo, na verdade, escapa-me. E logo numa altura de crise da construção civil, área de onde é suposto emanarem algumas das pérolas javardolas…
Haverá razões que a razão desconhece nestas matérias legislativas. Mas espera-se sempre que seja para nosso bem. Ou, quem sabe e à falta de melhor, quiçá para reforçar a confiança dos mercados…
Ora, façam é o favor de terem todos um óptimo 2016, com piropos e, se possível, muito amor, namoro e felicidades que tais! Se possível, também, a dois que a coisa assim assume outra graça.
«pensamentos catatónicos (328)» - bagaço amarelo
Eras a mulher ideal para o fazer, basicamente porque não te conheço de lado nenhum. Eu talvez até te Ame, mas não tenho a certeza. É tão bom quando isso me acontece, não ter a certeza de um Amor mas ter a certeza da vontade de um abraço.
O Amor é um bocado hipócrita às vezes, sabes? O sexo, pelo menos é sempre honesto. É por isso que também é mais ansioso e apressado. Não perde tempo com rodriguinhos. Tem a desvantagem de não se deixar enganar. É por isso que o Amor é giro. Se me tivesses abraçado hoje, eu podia fingir que te Amava e depois partíamos para a honestidade do sexo.
Não aconteceu. Se acontecer um dias destes, não te esqueças de fingir que me Amas.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Eva portuguesa - «O padre»
Oh, pá, a sério... a mim vem-me calhar tudo!
Recebo um e-mail de alguém que me pergunta as condições e me pede sigilo absoluto, pois é padre.
Ora bem, primeiro que tudo, seja quem for, não só dou como exijo sigilo absoluto. Depois, não tenho nada a ver, nem me interessa a profissão que o cliente tenha, seja ministro ou traficante. Desde que me trate bem e me pague, é-me completamente indiferente. Terceiro: se o senhor não dissesse, eu não saberia.
Bom, a tal pessoa diz que então vem ter comigo e que, como vamos ambos pecar, se oferece para me ouvir em confissão.
Juro: tive que morder a língua para não responder, porque esta figura precisa de alguém que o ponha no lugar dele! Se quer falar em pecados, fale nos dele, porque de mim não sabe nada! E ouvir-me em confissão?! Oh, por favor! Realmente o sexo faz muita falta! Já se costuma dizer: "gente bem fodida não se mete em vida alheia"! E, para não alterar a ideia que eu tenho da igreja católica, fez uma falsa marcação! Parabéns ao senhor prior! Que não acredito nem por um instante que seja quem diz ser. E a sacanagem e baixeza de carácter são tantas que ainda teve o descaramento de me enviar hoje um e-mail a dizer que tinha estado comigo, que tinha gostado e que vai fazer uma publicação naquele fórum nojento! A sério?! Fez uma marcação falsa e vai fazer uma publicação?!
Mais um retardado mentiroso... já são poucos! Que a paz esteja com ele!... ah ah ah ah ah
PS - Obviamente, o remetente destes e-mails está bloqueado.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Recebo um e-mail de alguém que me pergunta as condições e me pede sigilo absoluto, pois é padre.
Ora bem, primeiro que tudo, seja quem for, não só dou como exijo sigilo absoluto. Depois, não tenho nada a ver, nem me interessa a profissão que o cliente tenha, seja ministro ou traficante. Desde que me trate bem e me pague, é-me completamente indiferente. Terceiro: se o senhor não dissesse, eu não saberia.
Bom, a tal pessoa diz que então vem ter comigo e que, como vamos ambos pecar, se oferece para me ouvir em confissão.
Juro: tive que morder a língua para não responder, porque esta figura precisa de alguém que o ponha no lugar dele! Se quer falar em pecados, fale nos dele, porque de mim não sabe nada! E ouvir-me em confissão?! Oh, por favor! Realmente o sexo faz muita falta! Já se costuma dizer: "gente bem fodida não se mete em vida alheia"! E, para não alterar a ideia que eu tenho da igreja católica, fez uma falsa marcação! Parabéns ao senhor prior! Que não acredito nem por um instante que seja quem diz ser. E a sacanagem e baixeza de carácter são tantas que ainda teve o descaramento de me enviar hoje um e-mail a dizer que tinha estado comigo, que tinha gostado e que vai fazer uma publicação naquele fórum nojento! A sério?! Fez uma marcação falsa e vai fazer uma publicação?!
Mais um retardado mentiroso... já são poucos! Que a paz esteja com ele!... ah ah ah ah ah
PS - Obviamente, o remetente destes e-mails está bloqueado.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
29 dezembro 2015
... e de têxteis!
"Verões chuvosos e calças apertadas são terríveis prós tomates."
Vincent Poursan no Twitter
Assim se vê quem afinal percebe da lavoura.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
Vincent Poursan no Twitter
Assim se vê quem afinal percebe da lavoura.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
Mulher nua no meio de muita verga
Grande fruteira (41cm de diâmetro) em faiança com moldura à volta, em vime (sim, sim, seus malandrecos, vime).
Uma excelente obra de artesanato proveniente da França para a minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Uma excelente obra de artesanato proveniente da França para a minha colecção.
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28 dezembro 2015
«Não estás a entender» - João
"Não estás a entender, dizia-lhe, e os corpos agitavam-se, e ela chorava e resistia, e dizia que não podia, que não devia ser assim, que tinha de ser mais, que só podia ser mais, e ele a pegar-lhe e ela a contorcer-se, e os pulsos a querer fugir e ele a agarrá-los com força, e a encostá-la à parede com força e a dizer-lhe ao ouvido que não estava a entender, que não era nada disso, e ela a debater-se como se fosse uma virgem da Ilha dos Amores numa fuga agitada mas cheia de vontade, a dualidade de não querer e querer tanto, e o sexo a acontecer entre eles, a parede a segurá-los, mais a eles que ao resto do edifício, e ela a queixar-se que era pouco, e ele a insistir que não era nada disso, e depois, depois de ela se vir e tremer até ao chão, sem forças, ele a pegar num casaco quente e a cobrir-lhe o corpo a arrefecer, e a aninhar-se frente ao seu rosto e a repetir-lhe que não tinha entendido nada, que não era nada daquilo, e ela percebeu então. Percebeu por causa do casaco quente, dos olhos dele, e porque não se foi embora como nas histórias de foda, dos dias curtos de sentir."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
27 dezembro 2015
«Batucada» - Kunstenfestivaldesarts 2014
Performance criada por Marcelo Evelin, coreógrafo brasileiro, sobre as ideias e a dinâmica do convívio humano, concentrando-se no corpo como meio de expressar-se no espaço público.
Batucada / Kunstenfestivaldesarts 2014 from Kunstenfestivaldesarts on Vimeo.
Batucada / Kunstenfestivaldesarts 2014 from Kunstenfestivaldesarts on Vimeo.
«respostas a perguntas inexistentes (318)» - bagaço amarelo
Conversar era um hábito que perdera com o casamento. Uma vida a dois, preenchida por quatro filhos, afastara-o do mundo que conhecera alguns anos antes, mas que agora lhe parecia longínquo. Um mundo de conversas com amigos e de copos babados, de alguns abraços e de olhares soltos para mulheres desconhecidas.
Adormeceu à mesa.
A mulher dele tinha sido a minha primeira namorada. Éramos então dois adolescentes, cujo Amor parecia impossível de terminar um dia e cuja vida se adivinhava dinâmica e feliz. Sem sobressaltos, sem zangas, sem filhos. Sobretudo sem adormecermos à mesa derrotados pelo cansaço.
Creio que durou um mês, esse sonho.
O Fred ressonava. Acordei-o com o cuidado de um pai que acorda um filho, dei-lhe um cobertor e mandei-o para o sofá da sala.
Fechei a luz, ouvi-o ressonar e telefonei à Laura.
- O teu marido dorme cá hoje!
Do outro lado ouvi o silêncio mais pesado que se pode ouvir. Passou-me tudo pela cabeça, incluindo a certeza que ela tinha de que estivéramos a beber até um de nós adormecer. Talvez estivesse desconfortável pelo leque de possibilidades temáticas que dois homens que dormiram com a mesma mulher podem ter. Talvez até já nem se lembrasse de mim.
- Laura?!
O silêncio continuou mais um pouco, mas desta vez com uma respiração libertadora.
- Que saudades que eu tenho duma noitada assim! - disse ela.
- Compreendo!
- Lembras-te de nós? - Insistiu.
- Lembro. Claro que lembro.
E o silêncio tornou-se mais leve.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
26 dezembro 2015
«Clic 4» - Milo Manara
Livro da série Clic, do mestre do erotismo em banda desenhada.
Na última aventura da reprimida Claudia Cristiani, o controle remoto que activa os seus desejos sexuais cai nas mãos de Angelina (Deva), uma modelo disposta a tudo para garantir que o seu pai seja indemnizado por ter ficado cego num acidente numa fábrica de produtos químicos. Livro dentro de um saco personalizado.
Junta-se a diversos outros livros e ilustrações de Milo Manara, na minha colecção.
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Na última aventura da reprimida Claudia Cristiani, o controle remoto que activa os seus desejos sexuais cai nas mãos de Angelina (Deva), uma modelo disposta a tudo para garantir que o seu pai seja indemnizado por ter ficado cego num acidente numa fábrica de produtos químicos. Livro dentro de um saco personalizado.
Junta-se a diversos outros livros e ilustrações de Milo Manara, na minha colecção.
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25 dezembro 2015
«As tentações da carne (conto de Natal)» - por Rui Felício
Velho e gordo, o padre Simão é uma pessoa bondosa, amado e respeitado pela população da pequena aldeia de São Julião, paredes meias com a Ericeira.
Caminha penosamente em direcção à igreja onde vai dizer a missa de domingo.
Exausto, já no adro, acerca-se dele a Dona Elvira, frequentadora diária da igreja, que o padre conhece há muitos anos:
-Sr. Padre Simão, trago-lhe aqui uma prenda para o seu Natal.
E tira de uma cesta de verga, uma enorme e grossa enguia, ainda viva e a remexer-se.
- Foi o meu marido que a apanhou esta manhã no rio Lizandro, lá em baixo.
O velho padre arregalou os olhos, pegou nela e agradeceu-lhe reconhecido. Ele era doido por enguias e as pessoas da freguesia sabiam disso.
A igreja já estava cheia, estava na hora da missa.
Na sacristia, enquanto vestia os paramentos, pensou como havia de fazer para guardar a enguia. Já não tinha tempo de ir a casa e também não queria deixá-la ali. Tinha medo que o sacristão a roubasse...
Resolveu enrolá-la à volta da cintura, por baixo da sotaina e prendê-la com um cordel. E, se bem o pensou, melhor o fez.
Na altura do sermão, subiu ao púlpito e a sua voz pausada, profunda e grave era acompanhada por amplos gestos teatrais, que por vezes lhe descompunham as vestes.
Incentiva os fiéis a privarem-se e a absterem-se das tentações da carne, que são a origem de todos ao males do mundo.
Mas a respeitosa e silenciosa atenção do auditório, a que estava habituado, começava a ser beliscada aqui e ali, primeiro pelos olhares espantados dos homens, depois pelos risinhos abafados das mulheres.
O padre, seguindo os olhares que se concentravam todos num único ponto, compreendeu o que se passava. O raio da enguia estava a sair-lhe por entre as pregas das vestes, e remexia-se e ondulava, grossa e inquieta, ao longo das suas pernas.
Envergonhado, o padre Simão corou atrapalhado e em voz trémula, retomou o sermão:
- Eu falava no nosso dever de afastarmos as tentações e os prazeres da carne e assim deve ser, por amor a Deus Nosso Senhor.
Mas, meus irmãos e minhas irmãs, o que estais vendo não é carne! É peixe!
Caminha penosamente em direcção à igreja onde vai dizer a missa de domingo.
Exausto, já no adro, acerca-se dele a Dona Elvira, frequentadora diária da igreja, que o padre conhece há muitos anos:
-Sr. Padre Simão, trago-lhe aqui uma prenda para o seu Natal.
E tira de uma cesta de verga, uma enorme e grossa enguia, ainda viva e a remexer-se.
- Foi o meu marido que a apanhou esta manhã no rio Lizandro, lá em baixo.
«Contos eróticos de Natal» Compilação de vários autores Hugin Editores, 2000 Colecção de arte erótica «a funda São» |
A igreja já estava cheia, estava na hora da missa.
Na sacristia, enquanto vestia os paramentos, pensou como havia de fazer para guardar a enguia. Já não tinha tempo de ir a casa e também não queria deixá-la ali. Tinha medo que o sacristão a roubasse...
Resolveu enrolá-la à volta da cintura, por baixo da sotaina e prendê-la com um cordel. E, se bem o pensou, melhor o fez.
Na altura do sermão, subiu ao púlpito e a sua voz pausada, profunda e grave era acompanhada por amplos gestos teatrais, que por vezes lhe descompunham as vestes.
Incentiva os fiéis a privarem-se e a absterem-se das tentações da carne, que são a origem de todos ao males do mundo.
Mas a respeitosa e silenciosa atenção do auditório, a que estava habituado, começava a ser beliscada aqui e ali, primeiro pelos olhares espantados dos homens, depois pelos risinhos abafados das mulheres.
O padre, seguindo os olhares que se concentravam todos num único ponto, compreendeu o que se passava. O raio da enguia estava a sair-lhe por entre as pregas das vestes, e remexia-se e ondulava, grossa e inquieta, ao longo das suas pernas.
Envergonhado, o padre Simão corou atrapalhado e em voz trémula, retomou o sermão:
- Eu falava no nosso dever de afastarmos as tentações e os prazeres da carne e assim deve ser, por amor a Deus Nosso Senhor.
Mas, meus irmãos e minhas irmãs, o que estais vendo não é carne! É peixe!
24 dezembro 2015
Noite de...
Patife
@FF_Patife no Twitter
«Jingle Butts» - Zulu Alpha Kilo
"Em apoio ao Colon Cancer Canada, fizemos uma parceria com o percussionista espanhol de renome mundial, Jorge Perez, da banda de jazz de fusão PATAX, para criar um vídeo de boas festas com um tema insolente. Como "oportunistas de rabiosques iguais", foram utilizados tanto rabos masculinos quanto femininos. E fizemos também uma generosa doação para o Colon Cancer Canada."
23 dezembro 2015
«conversa 2138» - bagaço amarelo
Ela - Este fim de semana vou para a minha casa da aldeia. Se quiseres libertar um bocado o stress, estás à vontade para vir também...
Eu - Se calhar até nem é má ideia, por acaso. Estou a precisar de desanuviar...
Ela - Óptimo. Traz a tua mala de ferramentas, que eu comprei umas tomadas eléctricas e uns interruptores novos, muito lindos, e não tinha quem mos trocasse...
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
22 dezembro 2015
«I am cake» (eu sou bolo) - Lucie Blush
“Gosto de experimentar com alimentos e como você pode imaginar, a cena foi totalmente nojenta no final. Farinha em todos os lugares, chocolate derretido, fodendo com cascas de ovos … Mas foi realmente incrível para obter muita porcaria e foder com o desejo de ser nojenta.”
Lucie Blush
actriz e directora porno alternativa
Lucie Blush
actriz e directora porno alternativa
«Two Essays On The Worship Of Priapus» - Richard Payne Knight, Esq.
Uma obra fundamental de estudo sobre o culto do falo, datada de 1875.
Sendo um livro difícil de encontrar, já o tinha mas não resisti a comprar este exemplar, que era da National Library of Scotland mas foi dispensado do stock ("de-accessioned"). Exemplar 370 de uma edição de 675.
Dois ensaios: «Discourse on the Worship of Priapus» e «An Essay on the Worship of the Generative Powers During the Middle Ages of Western Europe».
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Sendo um livro difícil de encontrar, já o tinha mas não resisti a comprar este exemplar, que era da National Library of Scotland mas foi dispensado do stock ("de-accessioned"). Exemplar 370 de uma edição de 675.
Dois ensaios: «Discourse on the Worship of Priapus» e «An Essay on the Worship of the Generative Powers During the Middle Ages of Western Europe».
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