Comichão no cu. Todos temos. Calha a todos, não me venham com merdas. O cu foi relegado para a categoria de "comichon non grata" pelas restantes partes do corpo. Comichão num braço? Pode coçar, sim senhor. Comichão no queixo? Oh amigo, coce lá o queixo. Comichão no cu? Isso é que não pode ser. Estamos impedidos de coçar o cu em público. Em casa? Até uma escova de cabelo enfiamos na peida, se for preciso. Estas amarras da moral da coceira traseira, são responsáveis por milhares de cus em sofrimento por este país fora. Daquelas comichões de parecer que tens um ninho de formigas no ass. E não podes coçar. Porquê? Estás na rua, não podes coçar. Expliquem isso a quem, por exemplo, como eu, desce todos os dias a Marquês de Tomar e lhe dá um desses ataques em que pondera ir a roçar o cu na parede como os gatos. Eu, um homem adulto, contribuinte com impostos em dia, forçado a ir a roçar o cu na parede até Entrecampos. Bonito, sim senhor. Eu não estou a dizer que se liberalize coçar o cu à grande, ok? Não quero ir na rua e ver filas de gajos com dedos no cu e cara de satisfação. Se é para isso, vou ao Trumps. Mas um "free pass" de julgamento de valores já era suficiente como a primeira pedra na calçada que pavimenta a Avenida da Liberdade de Coçar o Cu à Vontade.
Um homem pode sonhar. E coçar o cu enquanto pensa.
Ruim
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