A vida no quartel decorria normalmente. Na aldeia, as cabindesas iam para a floresta buscar mais toros para a fogueira que faziam em casa ou tratar da pequena horta sustento do lar. Os homens, na sua maioria, não faziam nada. Sentavam-se à soleira da porta, iam ter com os amigos à tabanca ou bebiam o maruvo, seiva extraída da palmeira que depois de fermentada, tinha um grande valor alcoólico.
Muitas delas eram nossas lavadeiras. Levavam e lavavam a nossa roupa no rio Chiloango e depois de entregue, eram pagas pelo serviço prestado. Só que muitas não eram só lavadeiras, eram também companheiras de alguns tropas, fossem eles alferes, sargentos ou simples praças.
Naturalmente que ser de alferes ou sargentos, lhes dava maior garantia de sobrevivência, sim que aquilo era uma forma de sobreviver e não de amor. Saía uma Companhia, entrava outra e, para elas, vai-se um "amor" vem outro. O importante era que tanto o lavar de roupa, como o ser-se companheira de noites passadas na esteira, lhes desse para alimentar os rebentos.
Ela, uma linda cabindesa, ali estava à minha frente. Não era a minha lavadeira, a minha era mais velha. A sua barriga dilatada, denunciava uma gravidez. Vim a saber de quem era o filho que ali estava a ser gerado.
Mário Lima
Blog «A tua vontade é a tua vitória»
Obrigado pela partilha São Rosas.
ResponderEliminar:)
Eu é que agradeço ;O)
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