O livro mais recente do Jorge Castro - o nosso Mestre OrCa. |
pisoteia ela a calçada
alto o salto
esbelta a perna
e o salto alto penetra
no canal lacrimejal
de quem foi grande poeta
mas jamais acidental
que ocidental era a meta
a ranhura que era fina
finória e sem ter largura
deu de si - perdeu a sina
e cresceu em desmesura
por tanto
e tanta mais treta
o salto alto penetra
naquele olho do poeta
e o artista ligeiro
corre e salta pressuroso
p'ra não dizer altaneiro
actualizando o ficheiro
que parece insidioso
assim de olho esburacado
com martelo e martelada
tira e põe pedra a preceito
aconchega e põe a jeito
o sem-jeito da calçada
e quase numa virada
pedra a pedra martelada
varrido que é o restolho
espanto que já nem cala
ali nasce em quase-nada
no poeta sobre um olho
o negrume de uma pala...
O Mestre Jorge Castro visto pelo Mestre Raim numa dedicatória do DiciOrdinário |
eu por cá referencio
ResponderEliminarcom reverência devida
quão grato assim eu me enfio
na Funda São atrevida
há muito que aqui não vinha
- virmo-nos muito é de risco -
mas vim-me hoje asinha asinha
à bela São que é petisco
a esta seita de amigos
eróticos recatados
vou às lágrimas sem perigos
e limpo-me aos cortinados.
Odes-me com tanto jeitinho que até te perdoo que te limpes aos cortinados!
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