O baú que deu início à colecção de arte erótica «a funda São» |
Um bordel à portuguesa
Aviso ao distinto público: Qualquer semelhança com qualquer realidade de que tenha ouvido falar recentemente é mera coincidência e pretensas ligações perniciosas ficarão apenas a dever-se ao seu espírito tortuoso, quiçá doentio, que não à intenção puríssima do autor.
(Deve acompanhar-se com a música de "Uma Casa Portuguesa",
da autoria de V. M. Sequeira e Artur Fonseca)
Numa casa de alterne fica bem
Um Pinheiro sobre a mesa
E se os porcos e as vacas são alguém
Gajos há que nem são gente
Mas assenta esta indigência muito bem
Ao basbaque impotente
Curte o silicone das gajas
E nem percebe que os gajos
O chulam e está contente
Quatro mamas empinadas
Uma tia a armar ao queque
Duas trancas bem mostradas
E jóias de pechisbeque
Um a dar p’rò musculino
Outro a dar p’rò caceteiro
Um feito puto rabino
E outro com ar de azeiteiro
É uma casa de alterne com certeza
Só cá faltava este bordel à portuguesa
E lá brincam de rabinho a dar a dar
Em arrufos de cegada
E o pagode que se perde a embasbacar
Vai aparando a golpada
O pior é que ninguém se vai ralar
Com a verdade evidente
Que no fundo no fundinho
É o nosso dinheirinho
A encher aquela gente
Com reformas de espantar
E a viver de expedientes
Põem a malta a pagar-lhes
Dos popós até aos dentes
Quando nos topam à rasca
Há que nos tapar os olhos
Montam um circo panasca
Entre rendas e entrefolhos
É uma casa de alterne com certeza
Digam-me lá quem é que paga esta despesa?
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