Olhar-te
É ter a Primavera florida a despontar
Da timidez crepuscular que se finita.
É como olhar para o Sol intensamente
Com o brilho ocelar liquefeito em lágrima.
Olhar-te
É penetrar a densa opacidade do teu conforto
E sentir o peso subtil do silêncio da atitude.
É libertar todas as sinfonias inacabadas
E sentir-me leve e planar numa cortina de som.
Olhar-te
É sentir fantasmagóricas ondas de luz
A clarear ardósias negras no pensamento.
É transpor a barreira do som em apneia
E sentir-me esmaecer no abraço que me dás.
António F. de Pina (2022)
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