Sossega
De nada te vale turvar o olhar
Imbuindo a chuva miudinha na areia
Ou encrespar a suave neve cristalina
Eriçando os pelos nos poros dormentes
Crispando as unhas no assombro luzidio.
Sossega
Não toques a esquina da angústia
Com os dedos ansiosos de penumbra
Não fujas da planura envolta em brisa
Nem te mostres no concerto começado
Com o som que sai singelo do conceito.
Sossega
Deixa-me desatar-te os nós cerrados
Que te impedem os movimentos serenos
E ver quanto mar pode abarcar o teu peito.
António F. de Pina (2022)
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