Vieste de longe com olhos incandescentes
Plenos de sol de sal e de incertezas.
Tinhas os sonhos e os remos quebrados.
Entre a serra e o mar apenas o aço forjado
Modelava com afinco o teu destino
Num rubro crepitar de forja acesa.
Agora tens o pôr-do-sol no teu semblante
Que eu contemplo embevecido e inebriado
Da janela itinerante dos sentidos.
Estás nívea assim despida da bruma ofuscante
Que te envolveu nesse obscuro percurso
E sentes-te luzente e leve e livre.
Mas trazes ainda acorrentado ou indeciso
O gesto imprescindível da carícia.
Liberta-te! Liberta-te em mim!
«O silêncio e o gume da palavra», 2022
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eterno é esta hesitação estes conflitos estes tormentos... que enchem as fossas que criamos entre a ação e os gestos e os sentimentos...
ResponderEliminarÓ Anónimo, aposto que és o Mário Rui!
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