16 janeiro 2008
CISTERNA da Gotinha
Os cavalos são animais belíssimos para as crianças fazerem festinhas. Bem... eu cá não deixava os meus filhos fazerem festas a este cavalo. Sabe-se lá o que poderia acontecer...
Itália: Igreja Católica compra o Ancona para «educar» o mundo do futebol.
A miúda dá-lhe bem... o cão é que não ajuda. (video)
Arte russa bloqueada a caminho de França. Notícia aqui.
Musiquinha para ouvir enquanto consultam a Cisterna: Vai Tomar No CU pois a alegria no trabalho é muito saudável.
15 janeiro 2008
a decisão
– O normal?
– Não – respondi a custo e obriguei-me a dizer: – Hoje quero mudar, quero qualquer coisa mais drástica.
Ela sorriu como se estivesse à espera da senha há muito tempo e abriu-me um mundo de possibilidades, que eu ouvi entre o espanto e a delícia. Afinal, pode fazer-se arte em todo o lado.
Mas a noite mal dormida e os dois preventivos ben-u-rons tomados em jejum não me deixaram em grande estado de lucidez e atenção. Ouvia, mas continuava apenas a tentar convencer-me. A minha preocupação não era tanto o que deixar, como deixar, o que aparar e com que aspecto ficar. As minhas cogitações iam directamente para a radicalidade pretendida mas ainda não completamente decidida. Tinha dúvidas e fazia ininterruptas contas de cabeça: somava desejo com surpresa; subtraía medo à vontade; multiplicava o prazer pela visibilidade total; a que diminuía o choque e exuberância da exposição; dividia a dor imediata pela volúpia futura e a tudo subtraía pintelhos, pintelhos e mais pintelhos. Todos. Ora estava decidida, ora sorria como uma adolescente aparvalhada e recuava indecisa. E os ben-u-rons a entrarem em velocidade de cruzeiro, com a fome a apertar e a falta de café a esmagar-me. Se querem saber, estava mais para lá do que para cá mas, realmente, tinha sido essa a intenção.
– Tudo! – exclamei, como se saísse de um longo transe, como se tomasse uma decisão com consequências para o futuro da humanidade.
Pela primeira vez, ela olhou-me com genuíno espanto e admiração.
– Tudo? Tiramos tudo?
Acenei que sim com a cabeça, sem coragem de me ouvir. A minha decisão assente em dois ben-u-rons e na vontade de despachar a função e sair dali o mais depressa possível carecia de uma base sólida que me permitisse estar descansadamente a discuti-la.
– Normalmente, as senhoras começam por deixar um pequeno triângulo ou uma faixa estreita – explicou ela, provavelmente com a melhor das intenções.
Eu acenei que não.
– Tudo – disse. – Não quero triângulos dourados, nem jaguares perfumados, Ana Lee.
– Diga?
Por sorte, só por sorte, a depiladora não percebeu a frase, senão ainda havia de dizer que eu estava incapacitada para tomar decisões.
– Nada! Não disse nada. Era uma música.
– Ah! Tem a certeza?
– Que era uma música?
– Não! – A depiladora podia ter rido mas não o fez. É engraçada mas não tem grande sentido de humor. – Que é para tirar tudo? – esclareceu sorrindo, como se tivesse dito alguma coisa com graça.
– Tenho – respondi, séria. “E vamos embora com isso, que daqui a bocado passa o efeito dos comprimidos.” – Tudo!
“E em ti o que me torna afim o que me cativa é esse sorriso vertical como uma impressão digital”
Fiz bem! Muito bem! Agora sinto-me diferente, mais limpa, mais sensível. Sinto-me bem. E gosto! A língua dele tornou-se mais húmida, mais lubrificada, mais suave. Eu estou mais sensível, sinto-o e há pele que nunca tinha sido beijada, lambida, em que nunca lhe tinha sentido a língua quente, um músculo duro mas suave, mole mas rijo, ligeiramente intrusivo mas esmagador quando me lambe, quando passa e repassa ora com a ponta, ora com todo o seu volume, temperatura e humidade. Agora sinto-a. Sinto-a melhor. Veludo, como se diz nos livros, se eu gostasse de veludo. E ele ainda sorriu, com um brilho intenso no olhar que eu não via há algum tempo.
– Gosto do teu sorriso vertical – e beijou-me, lambeu-me, acariciou-me com um novo fulgor mas com antigos vagares, com redobrado cuidado, com já esquecida meiguice.
– Não – respondi a custo e obriguei-me a dizer: – Hoje quero mudar, quero qualquer coisa mais drástica.
Ela sorriu como se estivesse à espera da senha há muito tempo e abriu-me um mundo de possibilidades, que eu ouvi entre o espanto e a delícia. Afinal, pode fazer-se arte em todo o lado.
Mas a noite mal dormida e os dois preventivos ben-u-rons tomados em jejum não me deixaram em grande estado de lucidez e atenção. Ouvia, mas continuava apenas a tentar convencer-me. A minha preocupação não era tanto o que deixar, como deixar, o que aparar e com que aspecto ficar. As minhas cogitações iam directamente para a radicalidade pretendida mas ainda não completamente decidida. Tinha dúvidas e fazia ininterruptas contas de cabeça: somava desejo com surpresa; subtraía medo à vontade; multiplicava o prazer pela visibilidade total; a que diminuía o choque e exuberância da exposição; dividia a dor imediata pela volúpia futura e a tudo subtraía pintelhos, pintelhos e mais pintelhos. Todos. Ora estava decidida, ora sorria como uma adolescente aparvalhada e recuava indecisa. E os ben-u-rons a entrarem em velocidade de cruzeiro, com a fome a apertar e a falta de café a esmagar-me. Se querem saber, estava mais para lá do que para cá mas, realmente, tinha sido essa a intenção.
– Tudo! – exclamei, como se saísse de um longo transe, como se tomasse uma decisão com consequências para o futuro da humanidade.
Pela primeira vez, ela olhou-me com genuíno espanto e admiração.
– Tudo? Tiramos tudo?
Acenei que sim com a cabeça, sem coragem de me ouvir. A minha decisão assente em dois ben-u-rons e na vontade de despachar a função e sair dali o mais depressa possível carecia de uma base sólida que me permitisse estar descansadamente a discuti-la.
– Normalmente, as senhoras começam por deixar um pequeno triângulo ou uma faixa estreita – explicou ela, provavelmente com a melhor das intenções.
Eu acenei que não.
– Tudo – disse. – Não quero triângulos dourados, nem jaguares perfumados, Ana Lee.
– Diga?
Por sorte, só por sorte, a depiladora não percebeu a frase, senão ainda havia de dizer que eu estava incapacitada para tomar decisões.
– Nada! Não disse nada. Era uma música.
– Ah! Tem a certeza?
– Que era uma música?
– Não! – A depiladora podia ter rido mas não o fez. É engraçada mas não tem grande sentido de humor. – Que é para tirar tudo? – esclareceu sorrindo, como se tivesse dito alguma coisa com graça.
– Tenho – respondi, séria. “E vamos embora com isso, que daqui a bocado passa o efeito dos comprimidos.” – Tudo!
“E em ti o que me torna afim o que me cativa é esse sorriso vertical como uma impressão digital”
Fiz bem! Muito bem! Agora sinto-me diferente, mais limpa, mais sensível. Sinto-me bem. E gosto! A língua dele tornou-se mais húmida, mais lubrificada, mais suave. Eu estou mais sensível, sinto-o e há pele que nunca tinha sido beijada, lambida, em que nunca lhe tinha sentido a língua quente, um músculo duro mas suave, mole mas rijo, ligeiramente intrusivo mas esmagador quando me lambe, quando passa e repassa ora com a ponta, ora com todo o seu volume, temperatura e humidade. Agora sinto-a. Sinto-a melhor. Veludo, como se diz nos livros, se eu gostasse de veludo. E ele ainda sorriu, com um brilho intenso no olhar que eu não via há algum tempo.
– Gosto do teu sorriso vertical – e beijou-me, lambeu-me, acariciou-me com um novo fulgor mas com antigos vagares, com redobrado cuidado, com já esquecida meiguice.
Fake boobs
O Exército da RF da Alemanha quer as coisas naturais e eu estou de acordo com eles. Nada de silicones, nada de postiços.
Quem se tramou foi a recruta Alessija Dorfmann, de 23 anos, que foi expulsa da Bundeswehr por ter silicone nos seios.
Depois dos desesperados apelos da militar, as chefias prometeram rever a decisão, sendo previsível que a referida manceba regresse às fileiras do Exército alemão.
Pergunto eu: como é que os senhores generais souberam que a moça tinha implantes nas mamas?
(estas não correspondem às de Alessija)
(ler notícia)
Quem se tramou foi a recruta Alessija Dorfmann, de 23 anos, que foi expulsa da Bundeswehr por ter silicone nos seios.
Depois dos desesperados apelos da militar, as chefias prometeram rever a decisão, sendo previsível que a referida manceba regresse às fileiras do Exército alemão.
Pergunto eu: como é que os senhores generais souberam que a moça tinha implantes nas mamas?
(estas não correspondem às de Alessija)
(ler notícia)
"E o burro sou eu?! E o burro sou eu?!"
Jumento atrevido...
João Mãos de Tesoura - "Ela ficou com um olho no burro e outro no «cigano»... "
Abrantino - "O que tu queres sei eu!"
João Mãos de Tesoura - "Ela ficou com um olho no burro e outro no «cigano»... "
Abrantino - "O que tu queres sei eu!"
14 janeiro 2008
Árido, seco.
CISTERNA da Gotinha
Peter Jakubik - o culto da Intimidade.
Call me Panty - a cueca com bolsinha para o telemóvel.
Anúncio da Che Magazine com notícia aqui.
Publicidade à Lingerie Fayreform.
13 janeiro 2008
Chamariz
Em pequeno vivia no frenesim da régua e das medições constantes e como o processo de crescimento seguiu o seu rumo sem percalços ele chegou à idade adulta ufano dos seus dezasseis centímetros.
Com orgulho de obra feita apregoava a proeza a todos os conhecidos chutando para canto os quilos de milupas ingeridos e o património genético dos seus paizinhos. Acreditava que a publicidade era um chamariz para as gajas, esses seres adoráveis que admirava profundamente tal como seu pai as cabeças empalhadas na sala de estar, revelando-se muito activo nesse uso particular da língua.
Quando numa cena de copos o conheci ao vivo e a cores já possuía o seu código de barras amigavelmente facultado por solidariedades femininas e quando me tocou a mim o seu olhar baboso retirados que estavam os óculos escuros cuidadosamente pousados na mesa para objectivamente eu conferir a marca e sacou de um charuto para referir que possuía outro maior de dezasseis centímetros lá fui obrigada a perguntar-lhe, com um sorriso descarado, se nunca lhe haviam dito que o marketing directo só arrasta as pessoas muito influenciáveis.
Com orgulho de obra feita apregoava a proeza a todos os conhecidos chutando para canto os quilos de milupas ingeridos e o património genético dos seus paizinhos. Acreditava que a publicidade era um chamariz para as gajas, esses seres adoráveis que admirava profundamente tal como seu pai as cabeças empalhadas na sala de estar, revelando-se muito activo nesse uso particular da língua.
Quando numa cena de copos o conheci ao vivo e a cores já possuía o seu código de barras amigavelmente facultado por solidariedades femininas e quando me tocou a mim o seu olhar baboso retirados que estavam os óculos escuros cuidadosamente pousados na mesa para objectivamente eu conferir a marca e sacou de um charuto para referir que possuía outro maior de dezasseis centímetros lá fui obrigada a perguntar-lhe, com um sorriso descarado, se nunca lhe haviam dito que o marketing directo só arrasta as pessoas muito influenciáveis.
______________
Nota da redáSão - a Maria Árvore agora está em Chez 0.3
Subscrever:
Mensagens (Atom)