08 janeiro 2016
«respostas a perguntas inexistentes (320)» - bagaço amarelo
O Amor é um animal indomesticável. Todos sabemos disso e, às vezes, até agradecemos que ele seja assim. O problema é que ele só se alimenta de certezas, apesar de ser, ele próprio, uma incerteza.
Não tenho a certeza total do que digo. Sei que, no meu caso, foi assim que o alimentei toda a vida. Com certezas digo. Acordo de manhã, pego em todas as certezas que tenho e dou-lhas à boca. Até aqui tudo bem, não fosse ele às vezes perder a fome durante longos períodos de tempo ou, noutras ocasiões, morder-me à traição.
O Amor é um pouco assim, morde a mão que o alimenta.
Já tive um Amor, por exemplo, que só se alimentava dois ou três dias por semana. Nos outros dias preferia ficar em jejum. Dei-lhe um telefone para que ele me ligasse sempre que estivesse com fome, o que aconteceu durante alguns meses. Eu procurava os restos das minhas certezas para o alimentar, mas um dia deixou de me ligar. Fiquei sem ele e sem o telefone.
Por outro lado, tive outro que comia demais. Tinha tanta fome que um dia me mordeu os dedos. Fiquei a sangrar a acabei por abandoná-lo como se abandona outro animal qualquer. À sua sorte. Tive notícias dele algum tempo depois. Morreu.
Entre os dois tipos de Amor que já tive, no entanto, sempre preferi os esfomeados aos que entram em dieta constantemente, Mais vale uma ferida de vez em quando do que a solidão de um animal fugitivo. É por isso que às vezes pego nas certezas todas que tenho, cozinho-as como posso, e dou-as ao primeiro Amor que passa por mim.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
07 janeiro 2016
Casalinho a… pisar tabaco
Pequena prensa de bronze para cachimbo, proveniente do Reino Unido para a minha colecção.
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06 janeiro 2016
«conversa 2141» - bagaço amarelo
Ela - Este fim de semana vens acampar comigo para qualquer sítio?
Eu - Deixa-me decidir na sexta. Ando a trabalhar muito e nem sei a quantas ando...
Ela - Estás à vontade.
Eu - Obrigado.
Ela - Estás à vontade para vires ou nunca mais falares comigo. Tu é que sabes.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
05 janeiro 2016
Sentido de inoportunidade
O que acontece quando uma modelo sai à rua sem calças?
Acontece que eu fico desesperado se não conseguir encontrar os óculos.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
Acontece que eu fico desesperado se não conseguir encontrar os óculos.
Sharkinho
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«Chansons de salles de garde et d'ailleurs illustrées par RBK»
Antologia de canções francesas libertinas (devassas, licenciosas…) com ilustrações e pautas. Reedição de 1952 de um livro de 1928.
Já falei um pouco das «chansons paillardes» aqui.
Junta-se a outros livros e registos audio destas canções, tão típicas de França, na minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Já falei um pouco das «chansons paillardes» aqui.
Junta-se a outros livros e registos audio destas canções, tão típicas de França, na minha colecção.
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04 janeiro 2016
«Ruído intenso» - João
"Se de nada mais pudesse avisar, diria que há ruído no canal. Que há poluição. Que nenhuma certeza existe senão aquela que vive dentro das nossas cabeças e que as palavras não traduzem, nunca, da forma ideal. Que aquilo que se diz, é distorcido, deturpado, que nunca controlamos nem sabemos das razões e intenções de quem carrega as cartas na entrega do correio, que a única maneira de se saber o que é e o que não é, a única maneira de saber porque razão as coisas são como são, é quando as almas se falam directamente, uma e outra, porque tudo o que circula nos entretantos do tempo, carrega poeira que mancha e desvia, enviesa e maltrata, e na dúvida, na dúvida o medo instala-se, na dúvida a zanga aumenta, o auto-engano singra, e tudo isso é de se combater. Se nada mais pudesse alertar, diria que tudo o que ultrapassa o um mais um, é demais."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
03 janeiro 2016
Postalinho de Lagos
"Porta sul da Igreja de São Sebastião e dois detalhes.
Para a tua colecção.
Beijo"
Daisy Moreirinhas
Para a tua colecção.
Beijo"
Daisy Moreirinhas
«respostas a perguntas inexistentes (319)» - bagaço amarelo
Não sei se já vos aconteceu ter uma fortíssima relação Amorosa de apenas alguns dias, mesmo tendo consciência desde o início que ela não ia durar muito. Ela era finlandesa e eu português. Ambos estávamos a fazer uma viagem sozinhos pela Europa e, depois de uma tarde estendidos num mar de relva a beber cerveja, decidimos que podíamos ficar juntos cinco dias. Era esse o curto limite do nosso Amor, que mesmo assim acabou prematuramente.
Acabou numa esplanada em Itália, no segundo dia, quando ela me contou que tinha um amigo em Helsínquia que tinha espatifado o automóvel a desviar-se de um pássaro pequenino que se atravessara à sua frente, na estrada. Num esforço de última hora para não o matar, travou a fundo e despistou-se contra umas árvores quaisquer. Ela riu-se.
- Que estúpido! - disse - despistar-se por causa de um pequeno pássaro...
Por qualquer motivo não gostei daquele riso. Pareceu-me malévolo e, vindo de uma mulher tão bonita, ainda pior. Dei um gole na minha cerveja, que me lembro de estar a beber devagar por ser cara, e expliquei-lhe que ela tinha tecnicamente razão, mas demonstrava uma falta de entendimento emocional do seu próprio amigo.
Para mim, o mais provável é que ele não tenha pensado na equação que compara um pássaro ao valor de um automóvel, mas sim agido por impulso. Ao aperceber-se que ia matar o pássaro, travou a fundo sem pensar em mais nada. Por azar despistou-se. O riso dela era inadequado.
- E isso é bonito... - insisti - pode querer dizer que o teu amigo tem um fundo bom...
Eu sabia que, ao emitir a minha opinião, estava a pôr em risco cinco dias inesquecíveis. Por isso mesmo, assim que vi o olhar dela arrependi-me imediatamente, mas era tarde demais. Acusou-me de usar pouco o meu cérebro e de ver a vida como se fosse um filme. Levantou-se e partiu sem se despedir. Fiquei um bocado triste. Afinal de contas, por causa de uma espécie de pardal perdido na Finlândia, a muitos quilómetros de distância, não tive sexo nessas férias.
Por coincidência, acabei por reencontrá-la mais tarde e, apesar de apenas termos conversado, permiti-me dizer-lhe que o nosso Amor tinha acabado cedo de mais e de forma abrupta. Para meu espanto, ela respondeu-me com o que considero ter sido uma resposta equilibrada entre a razão e a emoção.
- Um Amor só pode acabar tarde demais ou cedo demais. Nunca acaba no momento certo. Se acabar, então não era Amor.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
02 janeiro 2016
Conto? Conto!
Tenho uma fraqueza forte por contos eróticos.
Minha imaginação chega aos mais delirantes e longos orgasmos.
Repetidas vezes.
Mas contos são mais intrigantes... e interessantes
Quando são nossas as experiências
Que ditam nossos mais escondidos desejos,
Fetiches e fantasias.
Meus contos são reais,
Acontecem de forma natural e habitual.
Sei bem o incontável número de orgasmos a que cheguei.
Basta-me fechar os olhos, sem ruídos,
Ambiente à meia luz,
E logo pensamentos eróticos povoam minha mente,
Chego mesmo a sentir o cheiro dos hormônios misturados,
Teu e meu.
Quando me descreves como me desejas "comer"
(sim, prefiro palavras vulgares
nesses momentos de puro prazer),
Como irás me despir,
Prontamente a vagina lateja,
Pulsa de forma incontrolável,
E o sorriso safado logo se fixa em meus lábios,
Desejosos de serem logo beijados.
Aqueles beijos molhados,
Em cuja boca é outro Ponto G.
E, quando em movimentos sôfregos,
Teus dedos me percorrem e me fazem tremer,
Peço-te entre sussurros que não pares,
Continua! Me faças gemer.
Como agora, ao te contar este conto,
O orgasmo, avisando-me, que já vai acontecer.
Que tesão é este que toma todo meu corpo?
Não te demores ou corres o risco de, ao chegares,
Eu ter gozado muitas vezes,
À espera do que irás comigo fazer.
Sabes bem que isso não acaba e muito me agrada,
Que faças amor comigo, noite adentro até madrugada.
Então, liberta de tabus que intimidam,
Dou-me toda para ti, em gemidos.
Vem, que em teu ouvido detalho-te
Como desejo que me invadas,
Suave e forte, quando eu te pedir.
Toca devagar e longamente qualquer parte minha,
Esse corpo que se entrega quando estás em mim.
Acaricia meu seio desnudo;
Usa a tua língua, ávida,
Para tocar nos bicos enrijecidos,
O delírio do prazer, que só tu sabes como provocar.
Agora, paro de contar-te o que já sabes.
Anda, fica em mim... vamos amar.
«O piano e a mulher» - por Rui Felício
«Auge e Música Nua» Livro de poesia Carlos Moura, editora EPAL, 2000 Colecção de arte erótica «a funda São» |
Das teclas de um piano, como do corpo de uma mulher, se podem extrair as mais belas harmonias.
Rossini, percorria a escala delicadamente com os seus dedos esguios, com leveza e suavidade.
Wagner, ao contrário, pisava as teclas com brusquidão harmoniosa, tumultuosa, quase brutal.
Transpor a metáfora para o corpo da mulher, o ideal seria encontrar um homem com os predicados conjuntos de um Rossini, na fase inicial e de um Wagner no culminar da apoteose.
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Camões Patife
Dou-lhes o mundo inteiro numa pinada
Quedam-se sem pensar em mais nada
Ao serem possuídas como só eu possuo
Patife
@FF_Patife no Twitter
O Patife está mesmo a pedi-las... e a malta ode-o:
Mamãe:
"Patife Bocage
Tens é muita boca,
Mas pouco ou nada me aparentas
Que só falas
Mas não... ages."
João Barreto:
"Só suas porque o pau não levantas
Do teu esforço jamais resultou nada.
De pensar em ti, riem à gargalhada
e se teimas e persistes, só as espantas."
01 janeiro 2016
O OrCa e a Mamãe odem o Ano Novo
dar uma como quem pode
outra mais se justifica
mas dar sempre numa ode
quem pode e não sacrifica
e já agora não sozinho
que sozinho anda o cometa
não se meta pois no ninho
sozinho... que é uma treta
vá com dois com três com mais
vá com Deus ou co'o Diabo
se gostar com animais
mas vá sempre ao fim e ao cabo...
Se cometa anda sozinho
Não cometas, tu, o desatino
De achar que numa ode
Pode sempre dois, três...
Quem pode?
Inda sou mais só eu contigo.
Para além dos limites das paredes,
Nem me importa com quem... phodes!
«conversa 2140» - bagaço amarelo
Ela - Adorei aquele filme que me emprestaste.
Eu - Qual foi? Já nem me lembro...
Ela - Também não me lembro do nome...
Eu - E do realizador?
Ela - Não sei...
Eu - E a história?
Ela - Também não me lembro...
Eu - Adoraste mesmo?
Ela - Para ser sincera, ainda nem o vi.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
«Bota aí!» - Ruim
Vou chegar a casa dela a sorrir. Bem disposto. Levo aqui um saquinho com ingredientes, vou pôr cagança no tacho e meter aqueles olhos lindos a brilhar. Qual é o andar dela? 2° qualquer cenas. Toco. Ela abre. Subo impaciente para a ver, a saudade aperta ainda mais este sufoco de toda a antecipação de uma noite.
Ela abre a porta. Lindíssima. Cabelo de quem tomou banho ainda há pouco e os olhos. Aqueles olhos.
Paramos no tempo a olhar um para o outro, ela lado dentro e eu do de fora. Mordo o lábio, mando casaco para o chão e lanço-me contra ela, pego-a ao colo e jogo-nos contra a parede agarrando-a na cabeça para ela não se magoar. Ela morde-me o pescoço, eu os lábios dela. De lábios colados vamos tirando a roupa pelo caminho até ao quarto, camisa salta, t-shirt voa, deixando um rasto de paixão, desejo e luxúria pelo corredor. Ela deita-se na cama a olhar para mim e eu olho para o pés e penso "merda... tou com estas botas".
- "Espera... isto demora a descalçar..."
- "Han?"
- "As botas. São novas e custam a calçar e a descalçar... Porra. Cortei as unhas ontem. Não tenho unhas. Podes-me ajudar?"
(bufo de impaciência dela)
- "Mas que raio de nó é este?? Espera deita-te na cama"
- "Tás a fazer mal. Primeiro alargas os de baixo e depois..."
- "NÃO PEDISTE AJUDA? ENTÃO ESPERA"
- "Ok... calma. Vou fazer força com uma das botas no calcanhar da outra"
- "Faz força. Isso.... MAIS FORÇA"
- "Não grites comigo, isto não é um parto"
(puff... sai uma bota)
- "Ok. Beija-me"
- "Espera, vamos tirar a outra"
(ela puxa com toda a força)
- "Porra, mas isto tá colado aos teus pés?"
- "EU TENHO PÉS LARGOS, OK?"
- "Espera está quase..."
- "FAZ FORÇAAAAAAAAA"
- "ESTOU A FAAAAAAAZER!!!"
(puff... outra bota sai)
Ficamos a olhar um para o outro.
- "Bom... se calhar era melhor ir fazer o jantar..."
- "Yep..."
Botas da castidade
Ruim
no facebook
Ela abre a porta. Lindíssima. Cabelo de quem tomou banho ainda há pouco e os olhos. Aqueles olhos.
Paramos no tempo a olhar um para o outro, ela lado dentro e eu do de fora. Mordo o lábio, mando casaco para o chão e lanço-me contra ela, pego-a ao colo e jogo-nos contra a parede agarrando-a na cabeça para ela não se magoar. Ela morde-me o pescoço, eu os lábios dela. De lábios colados vamos tirando a roupa pelo caminho até ao quarto, camisa salta, t-shirt voa, deixando um rasto de paixão, desejo e luxúria pelo corredor. Ela deita-se na cama a olhar para mim e eu olho para o pés e penso "merda... tou com estas botas".
- "Espera... isto demora a descalçar..."
- "Han?"
- "As botas. São novas e custam a calçar e a descalçar... Porra. Cortei as unhas ontem. Não tenho unhas. Podes-me ajudar?"
(bufo de impaciência dela)
- "Mas que raio de nó é este?? Espera deita-te na cama"
- "Tás a fazer mal. Primeiro alargas os de baixo e depois..."
- "NÃO PEDISTE AJUDA? ENTÃO ESPERA"
- "Ok... calma. Vou fazer força com uma das botas no calcanhar da outra"
- "Faz força. Isso.... MAIS FORÇA"
- "Não grites comigo, isto não é um parto"
(puff... sai uma bota)
- "Ok. Beija-me"
- "Espera, vamos tirar a outra"
(ela puxa com toda a força)
- "Porra, mas isto tá colado aos teus pés?"
- "EU TENHO PÉS LARGOS, OK?"
- "Espera está quase..."
- "FAZ FORÇAAAAAAAAA"
- "ESTOU A FAAAAAAAZER!!!"
(puff... outra bota sai)
Ficamos a olhar um para o outro.
- "Bom... se calhar era melhor ir fazer o jantar..."
- "Yep..."
Botas da castidade
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31 dezembro 2015
Ginjinha com elas!
Livro de humor, de 1964.
O humor é uma parte muito importante da minha colecção de arte erótica.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
O humor é uma parte muito importante da minha colecção de arte erótica.
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30 dezembro 2015
Mais uma coisa sem importância nenhuma...
Parafraseando um conhecido eterno comentador e actual candidato, esta não lembra ao careca…
Um piropo ou uma ordinarice deliberadamente obscena? Uma questão de verbalizar uma manifestação de apreço ou um assédio sem pudor e com recurso a violência verbal para dar largas a um lamentável espírito de macho frustrado e javardo? Em suma: uma sedução ou uma violentação?
Nada me parece claro ou em vias de clarificação numa iniciativa legislativa do PSD no passado Agosto – e apenas agora divulgada, vá lá saber-se porquê… – e, conforme se pode ler no DN de 28 de Dezembro e da autoria de Fernanda Câncio, se trata «de um aditamento ao artigo 170º do Código Penal, "importunação sexual", o qual criminalizava já o exibicionismo e os "contactos de natureza sexual", vulgo "apalpões".»
Vejamos, e se alguém disser à personagem onde lhe anda focalizado o interesse qualquer coisa do género: «Senhora, a sua beleza confunde-me; faça-me um homem feliz e aceite jantar comigo…». Não será isto um caso flagrante de «proposta de teor sexual»? Em princípio, o convite para jantar não se destinará a culminar num jogo da bisca. E, além da desgraceira de uma muito provável nega, o presuntivo e incontido amante ainda corre o risco de ser preso. E não de amores!
Eu até nem teria, à partida, grande coisa em contrário relativamente a esta iniciativa, mas sempre que se legisla sobre questões educacionais, culturais, civilizacionais, éticas, enfim, como se se pudesse alterar a correnteza da vida meramente por decreto, tenho tendência para ficar cheio de reticências e de urticária.
Interessa, entretanto, esclarecer – não vá o Diabo tecê-las… – que gosto tanto do chamado sexo oposto ao meu, considerado ele em abstracto e genericamente mas também e muito especialmente em concreto, que o meu respeito por ele é sem medida. Creio que terá sido coisa que me foi incutida pelos meus pais e, até, por outros educadores, ao longo da vida.
Talvez por isso não é meu uso proferir qualquer comentário quando uma mulher que me é sugestiva mas estranha cruza o meu caminho. Mas receio que o meu olhar possa ser algo indiscreto ou revelador de alguma saudável (pelo menos assim a reputo) perturbação que comigo ocorra… E quantas vezes a imaginação voa, desatinada e sem barreiras perante alguma evidência circunstancial mais apelativa?
Julgo, mesmo, que, em tempos de imberbe juventude, um rubor, incómodo e indiscreto, me inundava a face com perturbadora frequência quando uma bela jovem ou mulher era, por alguma circunstância, minha interlocutora. Timidez, seguramente. Condimentada por pensamentos porventura indizíveis mas incontroláveis. Porém, se a intensidade fosse por demais intensa, poderia chegar ao ponto, como sói dizer-se, de meter conversa a esse propósito, a bem de alguma sanidade mental, que os recalcamentos nunca foram bons conselheiros.
Claro que, aqui chegados, interessa sabermos que não somos todos (nem todas) iguais e o escalonamento de atitudes será, decerto, tão diverso quanto o mundo.
Isto traz-nos à incomensurável dificuldade em apurar, então, o grau do acto criminoso em cada caso que, por acaso, não me parece, no contexto legislativo, que seja indiferente ao género, nomeadamente.
Além disso, poderei eu queixar-me do flagrante, ainda que improvável, assédio por parte de uma vizinha ou de mera passante? E que fazer, nesses casos, para obter meio de prova? Andar sempre acompanhado por duas testemunhas insuspeitas, ou ter sempre um gravador ligado no bolso, para o que der e vier?
Por outro lado, não será igualmente e socialmente perigoso entrar num elevador sem dar os bons dias a quem lá esteja? Imagine-se que a menina Ofélia, do 3º esquerdo, sofrendo de depressão profunda, leva a ausência de cumprimento à conta de agravamento da sua falta de auto-estima e, subindo ao nono andar, se suicida logo ali? Não será de acautelar legislativamente a obrigatoriedade de cumprimentar os vizinhos nos ascensores, para evitar casos análogos?
É que, nestas coisas, nunca se sabe e mais vale prevenir…
Afinal e pelo meio destas minudências, onde fica posicionado o tão estimulante jogo da sedução? Ou, até, pior: como iniciar uma relação, um namoro? Impossível! À primeira abordagem, qualquer um/a corre o risco de deparar com um/a interlocutor/a desarvorando numa grita aflitiva de que está ali um/a caramelo/a com segundas ou terceiras intenções e o/a pobre corre o risco de ir bater com os costados na cadeia, com um amor por cumprir…
Por outro lado, deparamos nesta legislação com um manto diáfano sobre a expressão de «assédio sexual», essa, sim, coisa mais concreta, definida e nada rara, que vitima tanta mulher – e, porventura, alguns homens – e que se revela através do recurso a pretensas prerrogativas de hierarquias que, apenas por serem tal, presumem que o estatuto é extensivo ao direito de chegarem à cama… ou a qualquer esconso de conveniência.
Mas dizer-se assédio, isso é que não, que a crueza do termo não é compatível com alguns espíritos mais delicados e titubeantes.
Agora, o porquê da oportunidade de tão momentoso acréscimo legislativo, na verdade, escapa-me. E logo numa altura de crise da construção civil, área de onde é suposto emanarem algumas das pérolas javardolas…
Haverá razões que a razão desconhece nestas matérias legislativas. Mas espera-se sempre que seja para nosso bem. Ou, quem sabe e à falta de melhor, quiçá para reforçar a confiança dos mercados…
Ora, façam é o favor de terem todos um óptimo 2016, com piropos e, se possível, muito amor, namoro e felicidades que tais! Se possível, também, a dois que a coisa assim assume outra graça.
Um piropo ou uma ordinarice deliberadamente obscena? Uma questão de verbalizar uma manifestação de apreço ou um assédio sem pudor e com recurso a violência verbal para dar largas a um lamentável espírito de macho frustrado e javardo? Em suma: uma sedução ou uma violentação?
Nada me parece claro ou em vias de clarificação numa iniciativa legislativa do PSD no passado Agosto – e apenas agora divulgada, vá lá saber-se porquê… – e, conforme se pode ler no DN de 28 de Dezembro e da autoria de Fernanda Câncio, se trata «de um aditamento ao artigo 170º do Código Penal, "importunação sexual", o qual criminalizava já o exibicionismo e os "contactos de natureza sexual", vulgo "apalpões".»
Vejamos, e se alguém disser à personagem onde lhe anda focalizado o interesse qualquer coisa do género: «Senhora, a sua beleza confunde-me; faça-me um homem feliz e aceite jantar comigo…». Não será isto um caso flagrante de «proposta de teor sexual»? Em princípio, o convite para jantar não se destinará a culminar num jogo da bisca. E, além da desgraceira de uma muito provável nega, o presuntivo e incontido amante ainda corre o risco de ser preso. E não de amores!
Eu até nem teria, à partida, grande coisa em contrário relativamente a esta iniciativa, mas sempre que se legisla sobre questões educacionais, culturais, civilizacionais, éticas, enfim, como se se pudesse alterar a correnteza da vida meramente por decreto, tenho tendência para ficar cheio de reticências e de urticária.
Interessa, entretanto, esclarecer – não vá o Diabo tecê-las… – que gosto tanto do chamado sexo oposto ao meu, considerado ele em abstracto e genericamente mas também e muito especialmente em concreto, que o meu respeito por ele é sem medida. Creio que terá sido coisa que me foi incutida pelos meus pais e, até, por outros educadores, ao longo da vida.
Talvez por isso não é meu uso proferir qualquer comentário quando uma mulher que me é sugestiva mas estranha cruza o meu caminho. Mas receio que o meu olhar possa ser algo indiscreto ou revelador de alguma saudável (pelo menos assim a reputo) perturbação que comigo ocorra… E quantas vezes a imaginação voa, desatinada e sem barreiras perante alguma evidência circunstancial mais apelativa?
Julgo, mesmo, que, em tempos de imberbe juventude, um rubor, incómodo e indiscreto, me inundava a face com perturbadora frequência quando uma bela jovem ou mulher era, por alguma circunstância, minha interlocutora. Timidez, seguramente. Condimentada por pensamentos porventura indizíveis mas incontroláveis. Porém, se a intensidade fosse por demais intensa, poderia chegar ao ponto, como sói dizer-se, de meter conversa a esse propósito, a bem de alguma sanidade mental, que os recalcamentos nunca foram bons conselheiros.
Claro que, aqui chegados, interessa sabermos que não somos todos (nem todas) iguais e o escalonamento de atitudes será, decerto, tão diverso quanto o mundo.
Isto traz-nos à incomensurável dificuldade em apurar, então, o grau do acto criminoso em cada caso que, por acaso, não me parece, no contexto legislativo, que seja indiferente ao género, nomeadamente.
Além disso, poderei eu queixar-me do flagrante, ainda que improvável, assédio por parte de uma vizinha ou de mera passante? E que fazer, nesses casos, para obter meio de prova? Andar sempre acompanhado por duas testemunhas insuspeitas, ou ter sempre um gravador ligado no bolso, para o que der e vier?
Por outro lado, não será igualmente e socialmente perigoso entrar num elevador sem dar os bons dias a quem lá esteja? Imagine-se que a menina Ofélia, do 3º esquerdo, sofrendo de depressão profunda, leva a ausência de cumprimento à conta de agravamento da sua falta de auto-estima e, subindo ao nono andar, se suicida logo ali? Não será de acautelar legislativamente a obrigatoriedade de cumprimentar os vizinhos nos ascensores, para evitar casos análogos?
É que, nestas coisas, nunca se sabe e mais vale prevenir…
Afinal e pelo meio destas minudências, onde fica posicionado o tão estimulante jogo da sedução? Ou, até, pior: como iniciar uma relação, um namoro? Impossível! À primeira abordagem, qualquer um/a corre o risco de deparar com um/a interlocutor/a desarvorando numa grita aflitiva de que está ali um/a caramelo/a com segundas ou terceiras intenções e o/a pobre corre o risco de ir bater com os costados na cadeia, com um amor por cumprir…
Por outro lado, deparamos nesta legislação com um manto diáfano sobre a expressão de «assédio sexual», essa, sim, coisa mais concreta, definida e nada rara, que vitima tanta mulher – e, porventura, alguns homens – e que se revela através do recurso a pretensas prerrogativas de hierarquias que, apenas por serem tal, presumem que o estatuto é extensivo ao direito de chegarem à cama… ou a qualquer esconso de conveniência.
Mas dizer-se assédio, isso é que não, que a crueza do termo não é compatível com alguns espíritos mais delicados e titubeantes.
Agora, o porquê da oportunidade de tão momentoso acréscimo legislativo, na verdade, escapa-me. E logo numa altura de crise da construção civil, área de onde é suposto emanarem algumas das pérolas javardolas…
Haverá razões que a razão desconhece nestas matérias legislativas. Mas espera-se sempre que seja para nosso bem. Ou, quem sabe e à falta de melhor, quiçá para reforçar a confiança dos mercados…
Ora, façam é o favor de terem todos um óptimo 2016, com piropos e, se possível, muito amor, namoro e felicidades que tais! Se possível, também, a dois que a coisa assim assume outra graça.
«pensamentos catatónicos (328)» - bagaço amarelo
Eras a mulher ideal para o fazer, basicamente porque não te conheço de lado nenhum. Eu talvez até te Ame, mas não tenho a certeza. É tão bom quando isso me acontece, não ter a certeza de um Amor mas ter a certeza da vontade de um abraço.
O Amor é um bocado hipócrita às vezes, sabes? O sexo, pelo menos é sempre honesto. É por isso que também é mais ansioso e apressado. Não perde tempo com rodriguinhos. Tem a desvantagem de não se deixar enganar. É por isso que o Amor é giro. Se me tivesses abraçado hoje, eu podia fingir que te Amava e depois partíamos para a honestidade do sexo.
Não aconteceu. Se acontecer um dias destes, não te esqueças de fingir que me Amas.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Eva portuguesa - «O padre»
Oh, pá, a sério... a mim vem-me calhar tudo!
Recebo um e-mail de alguém que me pergunta as condições e me pede sigilo absoluto, pois é padre.
Ora bem, primeiro que tudo, seja quem for, não só dou como exijo sigilo absoluto. Depois, não tenho nada a ver, nem me interessa a profissão que o cliente tenha, seja ministro ou traficante. Desde que me trate bem e me pague, é-me completamente indiferente. Terceiro: se o senhor não dissesse, eu não saberia.
Bom, a tal pessoa diz que então vem ter comigo e que, como vamos ambos pecar, se oferece para me ouvir em confissão.
Juro: tive que morder a língua para não responder, porque esta figura precisa de alguém que o ponha no lugar dele! Se quer falar em pecados, fale nos dele, porque de mim não sabe nada! E ouvir-me em confissão?! Oh, por favor! Realmente o sexo faz muita falta! Já se costuma dizer: "gente bem fodida não se mete em vida alheia"! E, para não alterar a ideia que eu tenho da igreja católica, fez uma falsa marcação! Parabéns ao senhor prior! Que não acredito nem por um instante que seja quem diz ser. E a sacanagem e baixeza de carácter são tantas que ainda teve o descaramento de me enviar hoje um e-mail a dizer que tinha estado comigo, que tinha gostado e que vai fazer uma publicação naquele fórum nojento! A sério?! Fez uma marcação falsa e vai fazer uma publicação?!
Mais um retardado mentiroso... já são poucos! Que a paz esteja com ele!... ah ah ah ah ah
PS - Obviamente, o remetente destes e-mails está bloqueado.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Recebo um e-mail de alguém que me pergunta as condições e me pede sigilo absoluto, pois é padre.
Ora bem, primeiro que tudo, seja quem for, não só dou como exijo sigilo absoluto. Depois, não tenho nada a ver, nem me interessa a profissão que o cliente tenha, seja ministro ou traficante. Desde que me trate bem e me pague, é-me completamente indiferente. Terceiro: se o senhor não dissesse, eu não saberia.
Bom, a tal pessoa diz que então vem ter comigo e que, como vamos ambos pecar, se oferece para me ouvir em confissão.
Juro: tive que morder a língua para não responder, porque esta figura precisa de alguém que o ponha no lugar dele! Se quer falar em pecados, fale nos dele, porque de mim não sabe nada! E ouvir-me em confissão?! Oh, por favor! Realmente o sexo faz muita falta! Já se costuma dizer: "gente bem fodida não se mete em vida alheia"! E, para não alterar a ideia que eu tenho da igreja católica, fez uma falsa marcação! Parabéns ao senhor prior! Que não acredito nem por um instante que seja quem diz ser. E a sacanagem e baixeza de carácter são tantas que ainda teve o descaramento de me enviar hoje um e-mail a dizer que tinha estado comigo, que tinha gostado e que vai fazer uma publicação naquele fórum nojento! A sério?! Fez uma marcação falsa e vai fazer uma publicação?!
Mais um retardado mentiroso... já são poucos! Que a paz esteja com ele!... ah ah ah ah ah
PS - Obviamente, o remetente destes e-mails está bloqueado.
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
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