06 março 2005

Webcedário - o blog mais letrado


O ABC Dário que me perdoe mas não resisti a fazer
esta brincadeira inspirada nas suas letrinhas
(e isto também serve para o lembrar
de que há muito tempo que não me liga nenhuma...)

Rotulagem

Oh Manela eu estou-me nas tintas para os rótulos!... Benditas as primeiras rugas que nos fazem esquecer os rótulos e a aceitação dos outros!...
Eu estava triste, tão triste que nada me fazia sorrir ou me prendia a atenção. Então senti que se colava a mim, insistindo em me ouvir e que inventava programas para me distrair. Aqueles cabelos loiros pequenitos e aqueles olhos verdes enormes e sorridentes começaram a fazer-me circular o sangue e a estimular aquela sensação que todos queremos na vida: sentirmo-nos amados.
E quero dizer-te Manela que foi por me sentir amada que quando ela me pegou na mão, eu imediatamente lhe estendi os lábios para um longo beijo e que quando ela me tocou os seios e com a polpa das pontas dos dedos me dedilhou os mamilos, eu literalmente desabei sobre o seu pescoço para o beijar pedacinho a pedacinho, humedecendo-lhe os poros.

O que eu te quero transmitir Manela, é que apesar de ser a primeira vez que acariciava os seios de uma outra mulher e lhe conhecia ao vivo o sabor, a sensação era a de que nada era estranho, como se sempre lá estivesse estado. Ela sabia tocar-me em todos os pontos essenciais com uma língua musculada e dançante tal como sabia manipular os dedos como se fora eu própria. Mesmo quando me penetrou com um dildo, tudo foi tão certo no tempo e no ritmo que nada me pareceu fora do lugar. A não ser, Manela que o prazer seja uma coisa estranha no nosso corpo.

05 março 2005

O beijo

foto de Tim Flach
Há momentos na nossa vida que não esquecemos, por mais que o tempo passe.
Talvez por isso saiba o instante exacto em que me apaixonei por ti.
Nunca esqueci aquele beijo que trocámos, em que as nossas almas se tocaram...
Na altura não percebi o quão intenso foi o momento.
Nesse dia recordei o teu sorriso, o teu olhar, o prazer que existiu... mais que esse beijo.
Nesse dia brincámos, rimos, gozámos, fomos amantes.
Nesse dia o mundo sorriu para mim e eu nem percebi!
Hoje recordo os nossos corpos lado a lado, os dedos entrelaçados, as cabeças na almofada, os olhos fechados, as bocas coladas... aquele beijo, tão especial.
Recordo o instante em que foste meu, como nunca depois aconteceu.
Prometi-te que não me apaixonaria por ti, achei que isso nunca iria acontecer.
Mas não cumpri essa promessa.
Como seria possível não te amar?
Tu, o meu princípe encantado do conto de fadas onde eu nunca fui princesa...

Video automobilístico

O Bichana Gato (desaparecido lá no fundo) gosta muito deste carro mas não sabe qual é a marca nem o modelo.
Principalmente, quer saber o número de telefone... do modelo.
Alguém (ou outra visita qualquer) o ajuda?

DICK HARD NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA - 1

Um frio de rachar. O céu azul.
Um copo de Super Bock Stout.
Podia estar-se pior. Mas o tédio invadia de comichões existenciais o detective mais ordinário a oeste de Paços. No guardanapo de papel, Dick acabava de escrever mais um dos seus poemas:
"Se vou às putas
nunca me venho
não se deve gozar
com quem trabalha"
Dobrou A BOLA sem saber porquê (deixou o exemplar em cima da mesa do snack-bar) e pôs-se a passear sem rumo e a dizer piropos fora de moda às miúdas que saíam da escola secundária com o cio juvenil a tiracolo:
- Não sabia que as flores andavam.
- Vai prò caralho que te carregue, ó velhadas!
Primeiro, Dick estranhou um insulto tão hard da parte da miúda. Já não se podia ser galante. Depois pensou que a juventude não estava tão mal como isso. A miúda tinha revelado um trocadilho inteligente, misturando a frase “Vai para o Diabo que te carregue” com “Vai prò caralho”. A nível subsconciente talvez Dick tenha pensado: “Ó Diabo, estão a mandar-me prò caralho”.
Por norma, quando o mandavam para o caralho, Dick não ia. A menos que fosse muito bem pago, que houvesse bom uísque e o caminho fosse de primeira e não tivesse muitas portagens.
Fosse como fosse, estava na hora de ir tomar um copo às Docas. Meteu os pés a caminho e desceu do Largo do Rato. À porta da Assembleia da República deparou-se com uma manifestação de lésbicas.
- Ó amiga, desculpe lá a pergunta. Esta manif é contra quê?
- Contra o custo de vida.
- Isto realmente está pela hora da morte.
- Pois é, já não se pode comprar um strap-on sem andar na esquina a render.
- Um quê? Um pónei?
- Cavalo é você! Um strap-on, um dildo de cintura, um caralho para te meter na peida, já estás a perceber agora, ó panasca?

(... com ti nua na próxima legislatura)

Porta aberta

foto:Pascal Tarraire

Quem tiver coragem que me refreie
Que me ponha um freio
Uma mordaça
E cale a voz que tenho em mim.
Tenho tempestades para dar
Se alguém se atrever a entrar
Nas portas que abro aqui.
Quem quiser calmaria
É melhor nem espreitar
Que oásis, santuário de paz
Nada disso sou, ou encontram em mim.
Mas quem quiser ser vento comigo
Atravessar tempestades
Subverter as possibilidades
Mergulhar sem saber a profundidade
A porta está aberta
Pode entrar!

04 março 2005

Cisterna da Gotinha

Mulheres de acção: e de armas.

Porquinho inocente: mas só à primeira vista...

Inner Sanctum: fazer umas comprinhas de Latex

The Sex Melon: tudo é possível...

Quem quer comprar Cuecas??!?:.. ahhh.. esqueci-me de dizer que são cuecas usadas!!!

De ir ao céu

«Môor…hummmmm! Hoje quero que faças de mim o que quiseres», diz-me ela.
«Ui…que bom! Vou fazer com que te sintas no céu, doce», digo eu.
«Sim, faz-me isso», responde-me.
Pego nela, ponho-me em pé, com ela agarrada ao meu pescoço e bem encaixados um no outro. No calor da luta piso um sapato que estava no chão. Caímos os dois e ela dá com a cabeça na beira da cama e diz: «Fhhhh! Ai, porra môr, até vi estrelas». Os dois a rir que nem perdidos, no chão, e eu a dizer «vês, vês, eu não te tinha dito».

De boas erecções está o inferno cheio!

Não, não é mais um provérbio POPular da nossa lista. Mas podia ser. É o título de um livro de poesia satírica de Dick Hard (Luís Graça). Poesia dura e grossa, que a diáCona (onde pára ela?) não desdenharia atirar para a fogueira da inquisição. E que melhor elogio poderia ter um livro?
Fiquem-se só com um exemplo que faria o Einstein babar-se:


E=mc2

Uma erecção
a preceito
não passa duma relação
cona/efeito

Eu até já tinha outro livro deste autor na mesma editora (Polvo): "O homem que casou com uma estrela porno"... hmmm...
E se vos disser que o Luís Graça se alistou na FundiSão?

Consegues completar o desenho?


Crica na imagem para veres a solução
Existem duas maneiras de enlouquecer uma mulher na cama:
Uma é fazendo sexo.
E a outra é não fazendo.


(feito e não feito por Jotakapa)

03 março 2005

Video didáctico

Meninas, o Bichana Gato (desaparecido em combate)
quer que sejam auto-suficientes.
Aprendam a ver
utilidade numa porta!

Diário do Garfanho - 9

55

Diálogo com o Chefe da Repartição, esse cromo dificil:

– Ó Pereira, então a merda da certidão que eu lhe pedi ontem de manhã?
– Senhor chefe Almeida – logo aqui já o desarmei, – a certidão... Qual certidão, senhor chefe Almeida?
– A que eu dei ontem, homem – os modos já são muito melhores, compreensivos: tipo "desculpe lá estar a incomodá-lo, mas eu sou o chefe do serviço e tenho de o incomodar com estas minudências".
– O senhor chefe Almeida vai me desculpar, mas esqueceu-se do "lhe" e disse uma grande mentira.

Amanhã tenho de fazer a certidão, que eu bem vi o parvo do Chefe a tentar perceber o que eu lhe disse e a contá-lo à brochista da Patrícia que, hoje ou amanhã, entre duas mamadas, lhe vai explicar a consequência da falta do "lhe" e a consequente injúria à virilidade do homem.

Garfanho