Oh Manela, tu bem sabes que não nutro essa tua atracção às fardas e que cada vez que vejo uma, ponho-lhe logo um xis na testa. Nem percebo se são altos, baixos, magros ou gordos, apetecíveis ou repulsivos. Apesar de saber que foram os militares que fizeram o 25 de Abril e nesses dias em que eles encheram as ruas ter caminhado de caderninho de mão a coleccionar os seus autógrafos. Se calhar Manela, tenho um trauma com as fardas enquanto símbolo de autoridade, não achas?...
Mas no caso dele, despertou-me a atenção ter religiosamente, todas as sextas-feiras, o «Inimigo Público» debaixo do braço. Um dia, fingi não ter isqueiro e pedi-lhe lume ali no balcão do café. Abriu a pasta atafulhada de livros e de fato de treino, à procura do dito, para acabar por o encontrar no bolsinho pequeno das calças. Conversa puxa conversa, ele gostava de ler Lobo Antunes, José Luís Peixoto e até Al Berto. E Manela, tinha os músculos todos no sítio, sem serem espampanantes. As calças de ganga, Manela, são as nossas melhores amigas para nos mostrarem os contornos dos volumes e as formas dos rabos dos gajos, não é?...
Confessou que era sargento, habitualmente caladito na messe dos oficiais às segundas feiras, a não ser que o tema fosse gajas. E tinha umas mãos longas e o cabelo curtito e espetado como o pelo macio de um gato eriçado. E depois Manela, medi-lhe o polegar e deixei que me arrastasse para sua casa, para avaliar as munições e as armas da ocidental praia lusitana.
22 março 2005
O Jorge Costa relembra a pívia em frente ao Palácio da Justiça
"Já aqui contei aquela pívia ao ar livre, no pátio do Palácio da Justiça, aqui no Porto, virado para as janelas das enfermeiras do Hospital de Santo António.
Tenho a vaga ideia que ainda me lembro dos risos das enfermeiras.
Claro que na época nao riam de tesão. Era de escárnio mesmo. Também, pudera... só tinha 12 anos. Que julgo ser a idade ideal para a prática continuada do exercício em questão.
Hoje em dia não me estou a ver a tocar a tal punheta no pátio e a olhar para as moçoilas!...
Mas estou a ver-me a ser batido por uma das substitutas das de então. Olaré se não estou..."
Jorge Costa
Tenho a vaga ideia que ainda me lembro dos risos das enfermeiras.
Claro que na época nao riam de tesão. Era de escárnio mesmo. Também, pudera... só tinha 12 anos. Que julgo ser a idade ideal para a prática continuada do exercício em questão.
Hoje em dia não me estou a ver a tocar a tal punheta no pátio e a olhar para as moçoilas!...
Mas estou a ver-me a ser batido por uma das substitutas das de então. Olaré se não estou..."
Jorge Costa
21 março 2005
Demasiado Profano? - Parte 2
"USA O PRESERVATIVO - É DIVINO
Mais uma campanha polémica. Na vizinha Andaluzia.
O criador (da campanha) é Rafael Iglésias. Que usa a imagem do Sagrado Coração de Jesus para promover o uso do preservativo. Obviamente os sectores conservadores da sociedade espanhola estão contra... o preservativo!!!
Perdoai-lhes Senhor, que eles não sabem o que dizem..."
Odes no Brejo - O teu assento
O teu assento não é
Agudo
Grave
Ou esdrúxulo
O teu assento é tão só
O quente
E macio
Luxo
Onde aos poucos perco o pé
Caindo em teu precipício.
Agudo
Grave
Ou esdrúxulo
O teu assento é tão só
O quente
E macio
Luxo
Onde aos poucos perco o pé
Caindo em teu precipício.
A dor do dedo, odedor do mundo
Neste dia enquanto não te entrevejo,
vejo-as abertas, entre as pernas e o que
beijo? As trevas. Escuro véu que a noite oculta...
e o dedo que te procura;
tacteia e nesta desaranhada viSão
o São dedo se afunda,
tecendo loas e uma ode ao mundo
sobre a dor só!
E o brilho que a mão segura?
São testemunho do dia que nasce,
luz que se-me-te apaga...
... lá no fundo.
vejo-as abertas, entre as pernas e o que
beijo? As trevas. Escuro véu que a noite oculta...
e o dedo que te procura;
tacteia e nesta desaranhada viSão
o São dedo se afunda,
tecendo loas e uma ode ao mundo
sobre a dor só!
E o brilho que a mão segura?
São testemunho do dia que nasce,
luz que se-me-te apaga...
... lá no fundo.
Cântico lamento
- Que farás quando eu me for?
- Procurar-te-ei em todos os recantos
Percorrerei todas as ruas
Pisarei todas as calçadas
Refarei todos os teus passos
Gritarei nas ruas o teu nome
Acordarei a cidade
E até te reencontrar não dormirei.
- E se não me encontrares?
- Então... Ficarei preso no tempo
Em que estavas presente
Voltarei aos lugares
Onde juntos fomos um
Amaldiçoarei as estrelas
Por brilharem sem tu estares
Cantarei revolta à lua
Por sem ti não se extinguir
E direi baixinho o teu nome
Para que ouças o meu lamento
E viverei para o momento
Em que sejas de novo presente
E te direi:
- Meu amor quanta demora.
Encandescente
Poeta (uma vez)

Quero escrever a mel
A ideia de mim
Na tua pele
Quero dizer no teu corpo
Palavras que inventámos
Em versos que escrevemos juntos
Quero inscrever-te sílaba a sílaba
Contos de aventuras
Na cama, no chão, nas ruas da cidade
E no vento ao pé do mar
Acrescentar ponto por ponto
Em todos os teus recantos
Detalhes de escrivão
Hipérboles, elipses, metáforas
Deixar impressas imagens grandiosas
Gravar com o aparo do desejo
Os sabores de natas com bagas selvagens
Os aromas dos dias de verão
E as cores do vento da floresta
Por uma vez
Sentir que posso ser poeta
Ferralho
E nem todos se podem gabar de receber comentários como estes:
Encandescente
"Centímetro a centímetro
penetras a tua poesia em mim
e inundas-me na metáfora de uma chuva poética."
Maria Árvore
Odes no Brejo - Da complexa linguagem
(Dia Mundial da Poesia, como lá diz o outro, é quando a gente quiser...)
Não me amarres
Não me cales
Não me afogues
Não me amoles
Não te coles
Não te isoles
Não te consoles
Não chores
Fode-me só
Não me fodas...
OrCa
O AnjoÉlico adora oder o OrQuita (sim, sim, isto anda perigoso)
:
Cala-te amarrando-me
Afoga-te com o duro de ti, chateia-me sim?
colando-te a mim. Isola-me, tapa-me!
Consola-te com as lágrimas do prazer
com que me fodes.
Não me amarres
Não me cales
Não me afogues
Não me amoles
Não te coles
Não te isoles
Não te consoles
Não chores
Fode-me só
Não me fodas...
OrCa
O AnjoÉlico adora oder o OrQuita (sim, sim, isto anda perigoso)
Cala-te amarrando-me
Afoga-te com o duro de ti, chateia-me sim?
colando-te a mim. Isola-me, tapa-me!
Consola-te com as lágrimas do prazer
com que me fodes.
Meninas, quem precisa de mascar pastilha elástica?
Os japoneses inventaram uma pastilha elástica que faz crescer as mamas.
Como seria de esperar, é um sucesso em Tóquio. Por mais ou menos € 15, compra-se um frasco com 200 pastilhas cor-de-rosa.
Pesquisem Bust-Up Gum no Google e leiam as instruções... em japonês.
O Monstro Horrendo AdamastoR chama a isto "Mamas elásticas":
- Olha, querida, não queres uma pastilha? É que andas tão stressada ultimamente...
20 março 2005
A construção do amor
Ele começou no Domingo a construir o amor
Porque não era dia de descanso mas o primeiro dia
E no Domingo, dia primeiro do amor,
Olhou-a nos olhos, estendeu-lhe a mão
Disse-lhe: - Eu quero-te.
E nada pedindo e nada esperando
Colocou a primeira pedra
Iniciou a construção.
Na segunda-feira ao falar-lhe deu-se verdadeiro:
- Dou-te todo o tempo, dou-te os meus dias,
O meu tempo será o teu enquanto quiseres.
Ela olhou-o, entendeu a espera,
Entendeu a esperança e a construção.
Na terça-feira ela disse do medo
De todas as dúvidas e interrogações,
Ele ouviu-a em silêncio, calmo e tranquilo
E deu-lhe na voz o que sentia dentro:
- Estarei sempre aqui, nada pedirei,
Só para te ver, só para te ouvir.
E ao dizer de um amor que nada esperando se dava
Na terça-feira dia três da construção
A terceira pedra foi colada e colocada.
Na quarta-feira quando a noite se punha
E a hora sombria para ela começava
Ouviu a voz que lhe afastou o medo
Que segura e serenamente lhe dizia:
- Estou aqui, velarei por ti
Acenderei uma luz, guiar-te-ei os sonhos.
E no quarto dia, quarta-feira, noite,
Não dormiu por ela noite e madrugada
E protegeu-lhe o sono e afastou o escuro
E dando-lhe o seu sono, ofereceu-lhe a paz.
No quinto dia da construção do amor
Ofereceu-lhe o riso e a alegria
Inventou palavras, brincadeiras tantas
Que na quinta-feira a pedra colocada
Tinha tantas cores, tinha tanto brilho
Que ela redescobriu o riso, as cores do dia.
Na sexta-feira ele nada fez
E ela sentiu a ausência no dia,
A ausência da mão que lhe guiava os passos
A ausência do amor que ele lhe trazia.
E ao fazer-se ausente ela descobriu
O que no silêncio ele lhe dizia:
Que seria o silêncio se ela assim quisesse
Que ficaria calado, vendo-a de longe
Que seria sombra que a seguiria.
No sétimo dia ela procurou-o
Procurou-lhe o corpo, encerrou-se nos braços:
- Tudo o que me deste te dou hoje a ti,
Disse-lhe com voz de quem se entrega inteira.
E no dia último da construção do amor
Fizeram amor como antes ninguém fizera
Porque era sábado
Último dia da construção
Porque era o dia último e a vez primeira.
Encandescente
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