Mar Negro - Jorge Costa
29 abril 2005
28 abril 2005
Tesão
Ai!
Esta fome de te querer
De te provar
De te trincar
De te saber
E me saberes a pecado.
Ai!
Esta sede de te sorver
De te beber
De te saber
E me saberes a coisa pura.
Ai!
Esta vontade
Este tesão
De te ter.
Chocar consciências.
Raios me partam se volto a ter relações sexuais depois de ver esta campanha publicitária.
Nã, nã, nã! Escusam as meninas de implorar, ajoelhadas no chão... bom, já que estão ajoelhadas... mas é só mais desta vez.
Nã, nã, nã! Escusam as meninas de implorar, ajoelhadas no chão... bom, já que estão ajoelhadas... mas é só mais desta vez.
Actriz do Amor, por AdamastoR
Apanhado, outra vez, a ver uma telenovela brasileira.
Seis sentidos
O calor que exalava do gosto das palavras, sons e cores da comunicação dele, descaradamente me faziam saltitar todos os sentidos. Ele fazia-me um autêntico minete à massa cinzenta, neurónio a neurónio, dendrite a dendrite.
E por isso me apetecia avidamente o seu corpo branco que para o caso até podia ser preto, amarelo, azul, verde ou às bolinhas, como se por contacto pudesse fotocopiar tudo o que nele me estimulava e em cada manhã me acudia à memória quando me pendurava debaixo do duche.
Tanto lhe escrevia uma biografia inventada por puro coito, como repetia palavra a palavra, a intensidade da sua penetração em mim, enquanto estendida na cama fazia do meu clítoris carrossel.
Só que quando ele vinha direito a mim, não era possível desabar em mudez e em cada frase pronunciada, duvidava se tinha escorregado nas entrelinhas ou resvalado nas expectativas criadas como se a adolescência me voltasse a circular no sangue.
Porém, São, com a minha intempestiva mania de que para a frente é que é caminho e siga a marinha, disse-lhe estupidamente «Amo-te muito», como se existisse possibilidade de se amar pouco!...
27 abril 2005
A minha vida amorosa 100 outras estórias
Tinha um talento inigualável com as palavras: “A minha vida contigo é um filme de foda”. Nunca me esqueci desta frase. Nem da forma como sempre se referiu ao sexo. Não era amor, paixão, cópula ou fornicação. Nem sequer o erotismo ou a pornografia entravam no seu dicionário sexual. Dizia que nada descreve tão bem o acto como a fonética da palavra “foda”. E durante os quase 2 anos, 2 meses, 2 semanas, 3 dias, 17 horas e 27 minutos da nossa relação eu acreditei. E bebi as palavras, sorvi os sons e deleitei-me com os quadros que pintava com o seu vocabulário. Partiu um dia sem uma linha. De seu ficou apenas uma cassete BASF Cromio II gravada num daqueles Crown sem microfone. Mesmo sabendo que eu já tinha perdido a esperança de algum dia voltar a ouvir.
Cisterna da Gotinha
Cansados para o Sexo: os Americanos andam cansados demais até para o Sexo... ainda bem que eu sou Portuguesa!!!
ondas do mar
queria ser como as ondas do mar
que com as rochas se encontram
ter a força da água
na conquista do seu caminho
e na suavidade de um afago
no teu corpo me envolver
amaciá-lo e moldá-lo
aos contornos do meu
saborear na tua pele
molhada e quente
o sabor forte do sal
Provérbios para a chuva e para o sol
Mote dado pela Maria Árvore:
«Está um dia tão bonito e eu não fornico»
Adília Lopes
«Está a rua toda molhada e eu não dou uma pinocada»
São Rosas
«A rua cheia de granizo... e quem é que sodomizo?»
«Está um dia a preceito e não faço um alfinete de peito»
Maria Árvore
«Está um dia de sol e eu estou 'muita' mole»
Didas
«Depressa passa o tempo para quem depressa se vem»
Bruno
«O Céu está a abrir e só me apetece cobrir»
Bruno
«Se o céu está azul e o Sol brilha... aproveita e vai-lhe à bilha.»
Jorge Costa
«Está um dia tão mortiço, e eu aqui sem um chouriço»
Sónia
«Faça chuva ou faça sol a gaita do Vizinho nunca está mole»
Vizinho
«Quando chega o calorão, aumenta-me a tesão»
Maria Árvore
«Foder todos os dias queima muitas calorias»
Maria Árvore
«No frio do inverno só tenho um pavor: perder-te como cobertor»
Maria Árvore
«No dia do santo casamenteiro é dia de traseiro»
Maria Árvore
«Faça chuva ou faça sol tenho-a sempre preparada prá minha chuvinha dourada»
Pedro Oliveira
«Em dia límpido e claro serve-lhe bem o vergalho»
Ferralho
«Se está bom tempo para praia encaixa-lho por debaixo da saia»
Ferralho
«Se o tempo fica cinzento apetece-me meter-to lento»
Ferralho
«Quando chove fico denso e invado-te muito mais tenso»
Ferralho
«Se o sol se põe ardente faz-me vir de repente»
Ferralho
«Se o sol já se escondeu quem te estilhaça sou eu»
Ferralho
«Quando sobe a temperatura debulho-te a pele com ternura»
Ferralho
«Se o termómetro fervilha abeira-te ávida da minha braguilha»
Ferralho
«O S. Pedro está forreta e eu aqui a bater à punheta»
Isso Agora
26 abril 2005
Às vezes ele dizia assim: “És tão bonita que me dói:”
Ela não acreditava. Ele era assim charmoso, a todas as amigas tratava por “minha querida”, exactamente como fazia com ela.
Ele dizia: “Mas quando te chamo ‘minha querida’ a ti é diferente.”
Ela não acreditava. Aquilo estava-lhe na ponta da língua como a insegurança estava à flor da pele dela.
Outras vezes ele, impaciente, dizia assim: “Já não sei como hei-de falar contigo. O que é que não percebes de tudo o que te digo?”
Ela acreditava. Acreditava que ele estava já farto dela.
Depois deitavam-se à noite, em silêncio, um oceano de gelo entre eles, cada um agarrado à sua ponta da cama, costas com costas. Dormiam assim até de manhã.
Depois isso deixou de acontecer. Disseram-me que ela dorme agora sozinha, que encosta a testa à janela e aí fica até o cansaço a vencer.
Ele deita-se na minha cama. Não dorme. Deita-se e puxa-me para o seu peito, de modo a não me ver o rosto. E fala dela como se falasse com ela. Eu apago a luz e fodemos depressa, sem jeito, sem paixão.
Digo-lhe “boa noite”. Responde-me “boa noite, querida”. E ela não sabe que esse “querida” é para ela. E eu guardo-o na caixinha dos anéis e de manhã, sozinha na minha cama, penso que há anéis que me apertam demais os dedos e saio para a rua de mãos nuas desejando encontrá-la para lhe perguntar: “Como tens passado, minha querida?”
Ela não acreditava. Ele era assim charmoso, a todas as amigas tratava por “minha querida”, exactamente como fazia com ela.
Ele dizia: “Mas quando te chamo ‘minha querida’ a ti é diferente.”
Ela não acreditava. Aquilo estava-lhe na ponta da língua como a insegurança estava à flor da pele dela.
Outras vezes ele, impaciente, dizia assim: “Já não sei como hei-de falar contigo. O que é que não percebes de tudo o que te digo?”
Ela acreditava. Acreditava que ele estava já farto dela.
Depois deitavam-se à noite, em silêncio, um oceano de gelo entre eles, cada um agarrado à sua ponta da cama, costas com costas. Dormiam assim até de manhã.
Depois isso deixou de acontecer. Disseram-me que ela dorme agora sozinha, que encosta a testa à janela e aí fica até o cansaço a vencer.
Ele deita-se na minha cama. Não dorme. Deita-se e puxa-me para o seu peito, de modo a não me ver o rosto. E fala dela como se falasse com ela. Eu apago a luz e fodemos depressa, sem jeito, sem paixão.
Digo-lhe “boa noite”. Responde-me “boa noite, querida”. E ela não sabe que esse “querida” é para ela. E eu guardo-o na caixinha dos anéis e de manhã, sozinha na minha cama, penso que há anéis que me apertam demais os dedos e saio para a rua de mãos nuas desejando encontrá-la para lhe perguntar: “Como tens passado, minha querida?”
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