Tinha um talento inigualável com as palavras: “A minha vida contigo é um filme de foda”. Nunca me esqueci desta frase. Nem da forma como sempre se referiu ao sexo. Não era amor, paixão, cópula ou fornicação. Nem sequer o erotismo ou a pornografia entravam no seu dicionário sexual. Dizia que nada descreve tão bem o acto como a fonética da palavra “foda”. E durante os quase 2 anos, 2 meses, 2 semanas, 3 dias, 17 horas e 27 minutos da nossa relação eu acreditei. E bebi as palavras, sorvi os sons e deleitei-me com os quadros que pintava com o seu vocabulário. Partiu um dia sem uma linha. De seu ficou apenas uma cassete BASF Cromio II gravada num daqueles Crown sem microfone. Mesmo sabendo que eu já tinha perdido a esperança de algum dia voltar a ouvir.
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Uma por dia tira a azia