22 maio 2005

Dick Hard e a aventura editorial

Excerto lá pelo meio:
(...) Lobato Bulhosa Mattos y Rodriguez levantou-se com um impulso marado e saiu da sala à desfilada. Ainda Dick Hard estava a pensar o que havia de pensar de tudo isto quando uma chavala de metro e 80 e cabelo roxo lhe disse:
- Boa tarde, cavalheiro. Queira fazer o obséquio de me acompanhar à sala da Dra. Valentina Vitorina.
Dick Hard acompanhou a miúda até à sala de Valentina Vitorina.
Entrou numa sala com paredes verdes e tapeçarias roxas, com fotos do Torneio de Wimbledon em cima de uma mesa enorme de mogno das Maldivas.
A Dra. Valentina Vitorina era uma mulheraça de 1 metro e 75 (mais centímetro, menos centímetro), com seios renascentistas (um wonderbra também ajuda, olá se ajuda), um penteado bastante pontiagudo Outono/Inferno e uns sapatos de matar baratas aos cantos das portas, com vista para Paris, 17º quarteirão e também queria levar uma baguette, ó fáchavor.
- Olá, o meu nome é Dra. Valentina Vitorina, mas vamos deixar-nos de formalismos. Trate-me apenas por Dótora.
- Muito bem, Dótora. Trate-me por Dick, apenas.
- Muito bem, Dick Apenas. Então, segundo se consta aqui na «Ilusões», o meu amigo quer ser escritor de sucesso...
- Se fosse possível...
- Claro que é. A Literatura não é nenhuma ciência, muito menos uma arte. Hoje em dia, e à noite também, obviamente que obviamente essencialmente, de madrugada coisa e tal de igual modo. Hoje em dia, como dizia, a Literatura só não é uma receita para quem não faz parte da nossa seita. Em primeiro lugar, o Dick Apenas tem de ser conhecido...
- Apenas tenho de ser conhecido?..
- Exactamente. Apenas tem de ser conhecido, que é como quem diz, promovido. O que está no livro não interessa. Se fôr conhecido, vende. O que faz falta é promover a malta. Eles comem tudo, eles lêem tudo e não deixam nada. Ou melhor, não digerem nada.
Veja, é «Harry Potter» ou «Larry Putas», é «Código D’Avintes», é «Os Três a Caminho da Virgindade», é «A Anita Não é Bonita mas acredita que um broche se faz»... livros, papéis pintados com tinta, como dizia Camões...
- Fernando Pessoa...
- Pois, não interessa. Mais século menos século... de qualquer forma, qualquer dia ninguém se lembra deles. Também não lembra ao diabo fazer um livro com dez cantos...
- Dótora, eu nem sei bem o que estou a fazer aqui consigo...
- Calma, Dick Apenas. Eu sou a sua 'publisher'. Eu é que sei tudo. Antes de mais, preciso que me faça um minete, para avaliar os seus conhecimentos linguísticos.
- Mas...
- Não há mas nem meio mas. É língua na cona e prego a fundo! Como é que pensa que a Marilyn chegou ao estrelato? Com amortecedores Monroe?
- Foi ao minete?
- Ao minete não foi, mas ao broche de certezinha, pela alma da minha mãezinha. Vá, atire-se aqui à felpudinha da Dótora e dê-me o seu melhor.

Dick Hard desconfiou que lhe estavam a tentar extorquir um minete à traição, mas assim cona assim não havia nada a perder, por isso era de lamber. Prà frente é que é a coninha. Antes isso que levar no cu em Caminha!

- Issooo, isssooo, assim, assim, lamba com alma, Dick Apenas, com alma... e menos cuspo, se não se importa... quero sentir a pontinha da sua língua a trabalhar-me, o cuspo é para as colecções de cromos e os selos do correio...

Se queres ler as pontas deste novelo, está tudo aqui.

Dick Hard e a aventura editorial - uma continuação possível - por Charlie

Acabou a sessão e, após ter passado o lenço pelos beiços, ficou com o sabor do papel feito a castigar-lhe a língua. Para se subir na vida seria preciso passar por tanta prova? Tudo só para demonstrar que afinal tinha todos os dons inatos dum grande autor?
O que mais lhe estaria reservado?...
Desde o dia em que escrevera as primeiras linhas do que ele pensava ir ser um best seller imediato, vira-se na contigência de alterar, acrescentar e incluir etapas destiladas da suas experiências pessoais adquiridas nos corredores e bastidores dos que mandam nas oportunidades.
E agora alí estava ele. Pensativo, olhando para o palco onde ele tinha acabado de actuar enquanto cuspia um pêlo atravessadiço que teimava em não sair algures de entre a língua e o céu da boca. "Meu Deus", pensou enquanto preparava mentalmente mais uma alteração no seu romance. "O que me faltará fazer para passar mais esta etapa? Quando verei finalmente a minha obra publicada?"
Entretanto, a Dotôra olhava para ele, adivinhando-lhe os pensamentos.
- Não penses que já te safaste e que venceste de vez as dificuldades. Realmente devo dizer-te que passaste a prova da língua. Mas um escritor, além de ter o domínio que demonstraste, deverá ter uma grande capacidade de sofrimento. Tenho de saber se és homem para aguentar uma reviravolta do destino. Algo que te pode tocar no fundo sem que com isso te sintas vergado e vencido. Afinal, isto é um negócio em que nos arriscamos a dar nome a um fracasso. Quantos não há que não passam do primeiro livro? Apostando em ti, temos de ter garantias que temos homem para continuar. Em resumo: quero saber se tens fibra! Se és um vencedor!
E, dizendo isto, tocou num botão da secretária e disse:
- Ó Joaquina. Manda-me aqui o Raúl!
Ficou olhando para ela com ar meio inquieto. O Raúl?! O que estaria ela a querer dizer? Quem era o Raúl?
Os receios dele vieram a confirmar-se nesse mesmo instante. Ao som do fecho da porta a abrir ele voltou a cabeça. Um negro de um metro e noventa, com o embrulho nas cuecas a fazer adivinhar o recheio, entrou olhando gulosamente para o candidato.
- É este?- perguntou à Dotôra.
Um breve aceno de cabeça fez-lhe imediatamente compreender que teria de reescrever em grande parte o livro que ele pretendia que viesse a ser o best seller do ano...

Charlie
(com a devida vénia - mas de frente - ao Luís Graça)

21 maio 2005

Saddam de Calças na Mão: há lá coisa melhor que umas cuecas brancas?!

Video do Jaimão

Se te confesso



Se te confesso
Que és o meu leito
Que em ti me deito
E em ti durmo
E contigo sonho.
Se te confesso
Seres causa e consequência
Dos meus desejos e fantasias
E que para ti me reinvento
Para outra ser
Sendo a mesma
Todos os dias.
Não digo senão do amor.
Para que seja presente
Para que esteja presente
Para que seja constante
Mas sempre novo a cada dia.

Foto: Sascha Huttenhain

Já vos disse que adoro publicidade?


OK, OK, admito que posso ser eventual e potencialmente tarada...
mas sou a única a quem esta imagem faz lembrar
uma publicidade qualquer? Só não sei qual é... hmmm...
Ai, quem me ajuda? Ai, quem me acode?

20 maio 2005

Oh, São, devias ter ouvido o gajo. Eu, claro, lamentei estar acompanhada quando ele me ligou, bem gostava de ter ouvido mais que o ego não se queixa de massagens a mais. Que todos os dias espera pela minha hora de almoço a ver se me vê passar. Que anéis houve que o deixaram na dúvida, mas que já confirmou que não uso aliança. Que a forma do meu rabo o fez pensar que talvez eu, à sua semelhança, tenha sangue negro. Que o meu riso enche a sala de refeições. Que podíamos sair, que ele até tem carro e tudo, que faz segurança numa disco de música africana e que gostava de me ver dançar. E eu sem saber quem era o gajo que assim me sussurava pelo auscultador. Como os argumentos não me convenceram, despachei-o, sem contentor nem nada.
No dia seguinte, hora de almoço, casa cheia, dirige-se a mim o mais apetitoso dos homens que ali já vi. O mesmo que costumava ver de manhã, a fazer a sua corrida matinal, calções, pernas suadas, músculos vibrantes, pele negra e luzidia, dentes brancos, todo ele enoooooorme. Baixa-se e murmura para dentro dos meus ouvidos: "Não me leve a mal o atrevimento do telefonema. Fica tudo como dantes."
Adeus fome, adeus alegria de viver. O fulano que eu mais galava nestas paragens recebeu de mim uma tampa quando o que eu queria era que de mim tomasse tudo o resto. Puta de sorte a minha. Engasguei-me com a salada e com as palavras e, São, esta Rosa ficou púrpura de rosto. Deixei o gajo afastar-se, as minhas pernas sem forças, os meus braços parados, a minha voz nem te digo onde se enfiou. O resultado foi esta catástrofe: Rosa murcha e o "negão" a lançar o viço noutra flor qualquer.
Ele há gajas que só à porrada.

o que eu quero

foto de Bazarov Dmitrij

tantas vezes tenho dito que te quero,
mas tenho errado nas palavras
não é a ti que eu quero
é ao teu corpo em fúria
ardendo de desejo
que no meu busca e ateia loucuras
o que quero é o teu corpo
que se cola ao meu
que o esfrega e o rasga
que o incendeia e humedece
até à exaustão

não é a ti que eu quero..
o que quero mesmo é que me fodas!

A melhor desde há muito

Mééééééé! Tira! Tira! Tira que me estás a magoar!Um homem com uma ovelha debaixo do braço entra no quarto onde a esposa está deitada na cama a ler.
O homem diz:
- Esta é a porca com que tenho sexo sempre que estás com dor de cabeça!
A esposa responde:
- Isso não uma porca, é uma ovelha!
O homem:
- Não estava a falar contigo.

(enviado por Guilherme V.)

Quem me esclarece isto?

Por simples cálculo estatístico, é muito provável que 70% das visitas e visitos deste blog sejam benfiquistas.
Como não percebo nada de futebol, agradeço então que me esclareçam:

Mas... mas... afinal o que é isto?

O macho do mês de Maio


Eleito pelo Jotakapa


Jocato - "Por acaso o gajo até tem pinta de nórdico! Nós, os portugueses, nunca deixaríamos que isso acontecesse, muito menos eu. Um homem tem de se poupar ou então, se ela se queixar que está cansada, até tem razão"
Isso Agora... - "Não percebo qual a questão a salientar com este post, que se me escapa por completo."
Matahary - "A questão a salientar neste post é o facto de ele ir com as duas mãos ocupadas, uma com o guarda-chuva e a outra com a bejeca. Ou seja, se lhe apetecer coçar a tomateira, não pode... homem sofre... "
Isso Agora... - "Também me ocorreu, mas depois reparei que atrás vinha a mulher e que lhe poderia fazer esse favor... não sei não..."
Ferralho - "Vocês não acham que no meio disto tudo há muita leveza no movimento dela? Aquele pé no ar não é mesmo um esboço de quem está a tentar andar em pontas?"
São Rosas - "Eu gosto de ver tudo pela positiva. Reparem como vão a combinar: o guarda-chuva dele e as grades dela."

19 maio 2005

O beijo

Guardo muitos beijos na memória. São assim como os «mon chéri» que prontamente engulo em caso de carência de açúcar.

Lembro-me do primeiro beijo que dei a um namorado, aos nove anos. Os meus lábios todos esticaditos em pontas, pressionados contra os dele, ainda mais fechados que as pálpebras, na angústia e na incerteza de que alguém visse, talvez anichado dentro das caixas de correio do prédio.

A seguir, tenho a imagem dos beijinhos adolescentes dados no escurinho da discoteca lampejada pela bola de espelhos que já integravam mais uma componentezinha. Porque São, nessa altura, já beijo que se prezasse acompanhava com um sentido encosto de ancas para as calças masculinas mostrarem que algo crescia nelas.

Depois, são aqueles milhares de beijos lânguidos em que nos afundamos, com a vontade compulsiva de despir o outro e apagar o resto do mundo. Naqueles em que as línguas dançam no céu da boca até fazerem tilt como nos “flippers” e o nosso corpo fica tão elástico que é capaz de espargata , pino, pirueta e outras inúmeras acrobacias.

E lembro-me disto tudo agora São porque esta que aqui vês, depois de todos copos do Tokyo e das horas de conversa corrente e fluída, alucinada que estava nos seus olhos sorridentes e corpo bamboleante, não lhe conseguiu roubar um beijo daqueles com sabor a licor de ginja.

Cisterna da Gotinha

Nada de perguntas esquisitas sobre o que isto possa ser...

Cinto de castidade: um artigo indispensável para os desconfiados!

Lost Art: Fuck off!!

Que pena... : para enfiar no rabinho.

Almofoda: sexual