24 maio 2005

Penis Migratoris - a Realidade


Aqui têm Vosselências o herói de carne sem osso, a ave migratória de patas esféricas (uma maior que a outra), a avestruz que se esconde em todos os buracos que encontra, o abutre de cabeça roxa, o mostrengo simpático, o urubu baboso, a ave-aranha (faz fio), o moliduro, o durimole, a vítima da mão direita, o sempre-entalado,... o Penis Migratoris.
Digam lá que não é lindo!
Vê-se logo que é português (tem pêlos debaixo das asas).
E pensar que este arcanjo esteve pintado nesta janela, mesmo em frente à igreja matriz de Caria, durante uma boa porrada de anos...
Comentários, plize!

23 maio 2005

O respeitinho é muito bonito



Em todo o bairro, quer fosse no café do Sr. António, na mercearia do sr. Manel ou no restaurante do sr. Li Pei, tratavam-no sempre por senhor doutor, guarnecido com um cordial sorriso. A mim, mimoseavam-me com um menina, a sublinhar a notória diferença de idades, não me fosse eu esquecer desse pequeno pormenor.

Às vezes, atirava com os saltos de agulha para o canto, calçava uns sapatos rasos, fazia umas trancinhas e ia passear para a mercearia a sopesar as laranjas e as maçãs das caixas da porta, para exibir o sorriso mais gaiato que conseguisse.

Aquele meu doutor era um cavalheiro respeitável que sempre que conseguíamos conjugar um furo na manhã me estendia no lençol almofado, para se enfronhar entre as minhas pernas como um gatinho a beber leite do comedouro, garantindo que em simultâneo as minhas mãos lhe amassavam os testículos enquanto a minha boca absorvia, gradualmente, o seu tubo de ensaio.

Ora foi num dia assim em que a porta do quarto escancarava o tom da nossa pele e mostrava claramente o rabinho dele com uma mão minha lá alapada que ouvimos uma chave a rodar na porta. O trilho das nossas roupas, da sala de estar ao quarto, retirava qualquer dúvida do percurso evidente, tanto mais que o jovial sutiã azul celeste brilhava mesmo no hall de entrada. A dona Amélia entrou e entrecortadamente, justificou que estava um lindo dia para ir estender a roupa que tinha deixado já lavada na máquina.

E nem foi o mirrar da festa que me magoou mas as palavras daquela mulher, junto às caixas de correio, de olhos postos na chavita a repisar que o senhor doutor era um homem muito respeitável.

O gosto de ti

(ou da arte de saber estar à mesa)

sabes-me ao mosto
que eu gosto
tens o gosto macerado
do vinho novo
que eu provo dos teus lábios
que mordisco
e o teu olhar é um isco
onde quero ser engodo

e percorro o corpo todo
tão oferecido
ou arisco
que me prendo nesse visco
que percorro e que mordisco
ao de leve e saboreio
mesmo ao meio
nesse enleio
desse teu corpo que eu gosto

onde me afundo
tão fundo
que me dás sabor ao mundo
quanto mais fundo o percorro

e gosto tanto do gosto
que me dás do corpo todo
que nele me afundo por gosto
e por gosto o saboreio.

Early Morning Blogs 5

foto: Yuri Bonder

Acordei inquieta, irrequieta
Já bebi um café e não passa.
Acendo o cigarro. Ligo o computador .
Raio de bicho estranho com memória
Que guarda as minhas:

Partilha

Se penetrar é posse
Queria penetrar-te.
Não ter o teu corpo
Ou tu o meu.
Mas simplesmente
Penetrar-te
Entrar em ti
Sentir o que tu sentes.
Se entrega é posse
Queria que te entregasses
Assim como me entrego
Quando me penetras
E posse não é mais posse
Mas dádiva, partilha
Porque possuo quando me entrego
E tu rendes-te penetrando.

2/12/2004
(Encandescente)
*
Bom dia
(O seu a seu dono)

A Marca gostou tanto que também quis oder:

Se amar for uma enorme saudade, que chega e me abraça de mansinho...
Se amar for esta vontade louca de estar, de sonhar com a voz nos meus ouvidos, de sentir o calor das mãos entre as minhas...
Se amar for esta vontade de me dar, esta vontade de crescer e de dar cada vez melhor...
Se amar for este sorriso que desponta em mim, ao pensar com ternura nos seus olhos...
Se amar for contemplar a chuva que cai e desejar sentir o calor do seu corpo...
Se amar for o meu coração bater tresloucado, simplesmente porque estás a chegar...
Se amar for acordar pela manhã e sentir a beleza do céu...
Se amar for apesar de tudo e de todos...
Então não tenho dúvidas … eu AMO.

A Gaultier já tem material didáctico para as aulas de
Educação Sexual em Portugal
pussy.JPG
Será verdade isto que me contaram? Que a pinóia do gajo era fazer-lhes minetes com um plástico transparente colado à cona em causa? E que as gajas iam nisso?

Qual "Fiel ou Infiel?", qual "Juras de Amor"...


[ 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 ]

Esclarecimento do Filho da Madr - «MILF» quer dizer «Mothers I'd Like to Fuck».
As coisas que os filhos sabem...

O Burro propõe...

... este piçatempo:
"Não sei se já conhecem a dos provérbios...
Trata-se de introduzir «... debaixo dos lençóis» no meio e «... no meio das pernas» no fim dos provérbios populares.
Exemplos:
«Casa de ferreiro, espeto de pau» - fica «Casa de ferreiro debaixo dos lençóis, espeto de pau no meio das pernas».
«A ocasião faz o ladrão» - «A ocasião debaixo dos lençóis faz o ladrão no meio das pernas».
«A união faz a força» - «A união debaixo dos lençóis faz a força no meio das pernas».
Entendeste a lógica, ó Som?
Dá para todos os provérbios. Depois deixas as pessoas experimentarem.
Pedro Oliveira"


Já agora, recomendo-vos uma visita ao blog dele: Sou Burro. Exemplos do que podem lá ler:

"SOFRO DE EJACULAÇÃO PRECOCE
O primeiro orgasmo que atingi foi aos dois anos com a minha baby sitter."

"AS SOBREDOTADAS
Fafá de Belém, Sabrina e Samantha Fox são alguns exemplos de mulheres sobredotadas. Todas elas, antes de iniciar as suas carreiras, já tinham lançado dois Greatest Tits."

Letrinhas malandrecas do Webcedário


Acesso interdito às letras minúsculas - Webcedário

22 maio 2005

Diário do Garfanho - 31

222 de Julhosto
Ele há coisas. Entra uma contribuinta. Boa. Como se dizia dantes: "Boa como o milho!" - há frases idiomáticas que nunca se chegam a perceber, esta é uma delas, o que tem o milho de boa?
Adiante. A boa da contribuinta - Espectáculo! - dirige-se à secretária que esta semana me calhou em sorte no atendimento. Hesita e dá um passo atrás. O cabrão do Oliveira, essa ratazana, levanta-se e sorri aparvalhado, parece os tipos da Feira Popular a chamar os clientes, ainda tenta um "Por favor?!" - Que nojo! - Mas a tipa dirige-se a mim. A MIM! A M-I-M!
- Faça favor de se sentar - digo eu, displicente. Ela senta-se. Eu levanto um pouco as mãos em sinal de atenção para com ela e peço: – Dê-me só um segundo.
Ela anui com um sensual movimento da cabeça e um ligeiro piscar de olho. O direito. Eu cerro os punhos disfarçadamente para não derreter ou cair redondo. Levanto-me, passo o separador para o lado do ratazana do Oliveira. Ela deixa de me ver. O Oliveira ainda não fechou a boca.
- Oliveira! - E faço-lhe o gesto: vai comer nas ilhargas!
Volto ao meu lugar.
- Ora diga, por favor.
E, de repente, uma impressão, uma desconfiança, uma maçã de Adão.
- Afinal, isso tem de ser com o meu colega da secretária aqui ao lado.
Bardafoda-se! Eles andem aí.

Garfanho

Dick Hard e a aventura editorial

Excerto lá pelo meio:
(...) Lobato Bulhosa Mattos y Rodriguez levantou-se com um impulso marado e saiu da sala à desfilada. Ainda Dick Hard estava a pensar o que havia de pensar de tudo isto quando uma chavala de metro e 80 e cabelo roxo lhe disse:
- Boa tarde, cavalheiro. Queira fazer o obséquio de me acompanhar à sala da Dra. Valentina Vitorina.
Dick Hard acompanhou a miúda até à sala de Valentina Vitorina.
Entrou numa sala com paredes verdes e tapeçarias roxas, com fotos do Torneio de Wimbledon em cima de uma mesa enorme de mogno das Maldivas.
A Dra. Valentina Vitorina era uma mulheraça de 1 metro e 75 (mais centímetro, menos centímetro), com seios renascentistas (um wonderbra também ajuda, olá se ajuda), um penteado bastante pontiagudo Outono/Inferno e uns sapatos de matar baratas aos cantos das portas, com vista para Paris, 17º quarteirão e também queria levar uma baguette, ó fáchavor.
- Olá, o meu nome é Dra. Valentina Vitorina, mas vamos deixar-nos de formalismos. Trate-me apenas por Dótora.
- Muito bem, Dótora. Trate-me por Dick, apenas.
- Muito bem, Dick Apenas. Então, segundo se consta aqui na «Ilusões», o meu amigo quer ser escritor de sucesso...
- Se fosse possível...
- Claro que é. A Literatura não é nenhuma ciência, muito menos uma arte. Hoje em dia, e à noite também, obviamente que obviamente essencialmente, de madrugada coisa e tal de igual modo. Hoje em dia, como dizia, a Literatura só não é uma receita para quem não faz parte da nossa seita. Em primeiro lugar, o Dick Apenas tem de ser conhecido...
- Apenas tenho de ser conhecido?..
- Exactamente. Apenas tem de ser conhecido, que é como quem diz, promovido. O que está no livro não interessa. Se fôr conhecido, vende. O que faz falta é promover a malta. Eles comem tudo, eles lêem tudo e não deixam nada. Ou melhor, não digerem nada.
Veja, é «Harry Potter» ou «Larry Putas», é «Código D’Avintes», é «Os Três a Caminho da Virgindade», é «A Anita Não é Bonita mas acredita que um broche se faz»... livros, papéis pintados com tinta, como dizia Camões...
- Fernando Pessoa...
- Pois, não interessa. Mais século menos século... de qualquer forma, qualquer dia ninguém se lembra deles. Também não lembra ao diabo fazer um livro com dez cantos...
- Dótora, eu nem sei bem o que estou a fazer aqui consigo...
- Calma, Dick Apenas. Eu sou a sua 'publisher'. Eu é que sei tudo. Antes de mais, preciso que me faça um minete, para avaliar os seus conhecimentos linguísticos.
- Mas...
- Não há mas nem meio mas. É língua na cona e prego a fundo! Como é que pensa que a Marilyn chegou ao estrelato? Com amortecedores Monroe?
- Foi ao minete?
- Ao minete não foi, mas ao broche de certezinha, pela alma da minha mãezinha. Vá, atire-se aqui à felpudinha da Dótora e dê-me o seu melhor.

Dick Hard desconfiou que lhe estavam a tentar extorquir um minete à traição, mas assim cona assim não havia nada a perder, por isso era de lamber. Prà frente é que é a coninha. Antes isso que levar no cu em Caminha!

- Issooo, isssooo, assim, assim, lamba com alma, Dick Apenas, com alma... e menos cuspo, se não se importa... quero sentir a pontinha da sua língua a trabalhar-me, o cuspo é para as colecções de cromos e os selos do correio...

Se queres ler as pontas deste novelo, está tudo aqui.

Dick Hard e a aventura editorial - uma continuação possível - por Charlie

Acabou a sessão e, após ter passado o lenço pelos beiços, ficou com o sabor do papel feito a castigar-lhe a língua. Para se subir na vida seria preciso passar por tanta prova? Tudo só para demonstrar que afinal tinha todos os dons inatos dum grande autor?
O que mais lhe estaria reservado?...
Desde o dia em que escrevera as primeiras linhas do que ele pensava ir ser um best seller imediato, vira-se na contigência de alterar, acrescentar e incluir etapas destiladas da suas experiências pessoais adquiridas nos corredores e bastidores dos que mandam nas oportunidades.
E agora alí estava ele. Pensativo, olhando para o palco onde ele tinha acabado de actuar enquanto cuspia um pêlo atravessadiço que teimava em não sair algures de entre a língua e o céu da boca. "Meu Deus", pensou enquanto preparava mentalmente mais uma alteração no seu romance. "O que me faltará fazer para passar mais esta etapa? Quando verei finalmente a minha obra publicada?"
Entretanto, a Dotôra olhava para ele, adivinhando-lhe os pensamentos.
- Não penses que já te safaste e que venceste de vez as dificuldades. Realmente devo dizer-te que passaste a prova da língua. Mas um escritor, além de ter o domínio que demonstraste, deverá ter uma grande capacidade de sofrimento. Tenho de saber se és homem para aguentar uma reviravolta do destino. Algo que te pode tocar no fundo sem que com isso te sintas vergado e vencido. Afinal, isto é um negócio em que nos arriscamos a dar nome a um fracasso. Quantos não há que não passam do primeiro livro? Apostando em ti, temos de ter garantias que temos homem para continuar. Em resumo: quero saber se tens fibra! Se és um vencedor!
E, dizendo isto, tocou num botão da secretária e disse:
- Ó Joaquina. Manda-me aqui o Raúl!
Ficou olhando para ela com ar meio inquieto. O Raúl?! O que estaria ela a querer dizer? Quem era o Raúl?
Os receios dele vieram a confirmar-se nesse mesmo instante. Ao som do fecho da porta a abrir ele voltou a cabeça. Um negro de um metro e noventa, com o embrulho nas cuecas a fazer adivinhar o recheio, entrou olhando gulosamente para o candidato.
- É este?- perguntou à Dotôra.
Um breve aceno de cabeça fez-lhe imediatamente compreender que teria de reescrever em grande parte o livro que ele pretendia que viesse a ser o best seller do ano...

Charlie
(com a devida vénia - mas de frente - ao Luís Graça)