28 maio 2005

Dahhhh



Oh Sãozinha vou mesmo ter de tomar qualquer coisita para dormir que eu já não posso mais com a repetição diária daquele pesadelo nocturno.

Estás a ver aquela esplanada próxima da pujante estátua do Cutileiro, não estás?... Pois, começa sempre aí. Estamos sentados naquelas mesas pesadas de ferro, com a esplanada a abarrotar de gente quando um enxame de meninas ciganas ou romenas, de alinhadas tranças loiras, nuazinhas e sem pêlos como nos postais eróticos do início do século XX, começa a distribuir beijinhos em troca de moedinhas reluzentes, zumbindo a valsa da Bela Adormecida.

Um dos meus afunilados sapatos cor de rosa salta em voo para o lago ao mesmo tempo que a respectiva perna se levanta para o pé tocar o fecho éclair fronteiro, subindo e descendo até a curva do pé se moldar perfeitamente na excrescência resultante. Os olhos dele sugam-me e reconstituo-me no seu colo , com a lycra das meias a rasgar pela fricção nas costas da cadeira e graças à discreta ajuda das mãos dele que engachadas nas minhas nádegas, as equilibram constantemente. Desço os meus lábios entreabertos, a pairar sobre os dele e como um camaleão apanho-lhe a ponta da língua que sorvo como a um bago de uva morangueira. Sinto a sua polpuda pele arroxeada bulir na minha como o volteio do vento numa folha. E enquanto o seu indicador esquerdo macera a minha bolota arrendondada, espremo-o, compassadamente, dentro de mim.

Toda a gente está nua, apenas adornada de um filete preto como se resultássemos do risco de Crepax e copulam cadenciadamente exibindo a luminosidade dos corpos até que os empregados da casa, compostinhos nos seus laços sobre camisas engomadas aparecem diligentes a avisar que há fogo na cozinha e convém evacuar a área.

E aí acordo sobressaltada e só me apetece dizer dahhhh... porque Sãozinha, não é justo nunca ver o final do filme.

Diário do Garfanho - 37

12 de Janarço

A partir da primeira adolescência, há uma pergunta recorrente na vida de todos os homens; nunca mais nos deixa e atormenta-nos, de igual forma, saber e não saber a resposta:

"Aquela gaja anda com aquele gajo, porquê?"
"Porquê?!"
Garfanho

O Cambralenta admira a preserverança

27 maio 2005

Fome

 Stephane Bourson

- Tenho fome, disse.
Estendeu o braço. Pegou num bolo, partiu um pedaço. Deu-lhe um pedaço à boca também.
Ajeitou-se no colo dele. No sexo dele.

Ele levantou os joelhos para que ela se recostasse.
O colo, assento perfeito.
Moviam-se devagar. Faziam amor lentamente.
A mão dele acariciava-lhe as pernas. Ajeitava-a no colo.

Inclinou-se no corpo dele.
Lambeu um pedaço de bolo que estava ao canto da boca.
A língua provou-lhe os lábios e deu-se a provar.
Mordiscou-lhe a língua.
A boca dela. Doce. Na boca dele. Doce.

Ele moveu-se. Acariciou-lhe as nádegas.
Ela disse-lhe baixinho ao ouvido:
- Tinha fome.

Encandescente

O OnanistÉlico ficou com fome e sede de oder:

- Tenho sede.
Recolheu-se em pedaços de mim por entre a saciada boca. E esta bebida assexuada, que transpira por entre os corpos, nossos, sabe-me. E da comunhão dos líquidos prazeres sobra-me por entre os lábios um:
- Tinha fome de te beber.


E já sabemos que o OrCa, quando tem fode ome... digo, quando tem fome ode:

que fome tenho de ti
e não são horas
de saciar em ti o meu desejo
que fome tenho de ti
e sem melhoras
pelo sabor que colhi desse teu beijo
porque te dás assim
tão a desoras
a roçar tão de leve pelo meu peito
que me perco de mim
quando demoras
a abrir-me o teu corpo em que me deito.

Pela normalização anatómica - 2

A CoNA - Comissão de Normalização Anatómica continua o seu esforço para que o sexo seja cada vez menos confuso e problemático.
Hoje, a CoNA propõe que os preservativos tenham todos o comprimento de 30 centímetros.
- E quem não tem manga para tanto plástico? - pergunta a maioria dos visitos (excepto o Burro, por inerência da espécie).
- Elementar - respondo eu - meus caros Watesões: basta que quem precisar faça ou mande fazer uma baínha!
Venham-se mais sugestões para a CoNA.

sonho molhado do Jotakapa

26 maio 2005

A capa da Visão da semana passada

Não é só nos jornais desportivos que há mensagens subliminares (às vezes mesmo sobreliminares) de sexo!
A revista «Visão» - que há quem garanta que é «Vi São" - apresentava na semana passada (nº 637 - 19 a 25 de maio de 2005) esta capa:


Serei só eu que vejo aqui que o défice está a apontar para um buraco... e logo em baixo indicam onde está localizado esse buraco? Senhoras e senhores, meninas e meninos governantes, a solução para o défice está aqui (sim, sim, estou a apontar para o buraco)!

A cor dos interiores



Oh São, a maior trabalheira quando se troca de homem é ter de trocar também de «lingerie», da mesma forma que se carregam as roupas de inverno das arcas para o roupeiro, na muda de estação. Porque Sãozinha, repara que se a maioria dos gajos elege o preto acetinado a contrastar com a luminosidade da carne, também há aqueles que preferem o branco ou a cor de carne, a sugerir uma nudez inocente ali mesmo para eles conquistarem. O vermelho é que é uma cor apenas para comemorações especiais, assim como aquelas colchas que se penduram das janelas das aldeias em dias de procissão.

Claro São que também é preciso não esquecer a substituição de todas as confortáveis cuequinhas de algodão por «strings» de transparências e rendinhas, num rendilhado arte nova que evidencie as nádegas em pêra, apesar daquele fiozinho incomodar a nossa rotina quotidiana enquanto se fricciona constantemente entre as nossas nádegas.

Quanto a mim, São ?!... Ora, a minha predilecção vai para os boxers justinhos, a moldar bem todas as formas arquitectónicas embora tenha que confessar que à primeira vista, o que me fascina mesmo é descobrir no plástico termo-endurecido se este passa o dia com a boquinha tapada ou não.

Apelo às e aos jovens do meu país

Tenham
em conta
que o coito
não passa
de uma
forma artificial
de masturbação.
Sejam autênticos!

As maçãs que sabem a cona


- Ó meu, tenho lá em casa umas maçãs que sabem a cona.
- Não me digas! Quando lá for a tua casa, quero provar uma.
E assim foi. Um dia foi a casa do amigo e, claro, pediu a maçã com sabor a cona.
- Aqui tens. Saboreia bem.
O amigo dá uma dentada, enojado cospe o pedaço da maçã para o chão e desabafa:
- Porra! Sabe a merda!
Responde o amigo:
- Roda! Roda!

(enviado por Rafael)

25 maio 2005



Está na Hora de Afundar na São!!
Bom feriado!
(foto via Fishki)

Mandamento

Ray Fresh

Deixa-me levar-te por maus caminhos
Levar-te a cometer desatinos
Fazer-te perder a cabeça.
Dá-me a tua mão
Deixa-me guiar-te
Vamos cair em todas as tentações
Cometer só pecados originais
Não veniais
Pecados carnais
Faremos do corpo evangelho.
Quero escrever contigo um novo testamento
E um novo mandamento:
Amarei o teu corpo acima de todas as coisas
Amarás o meu corpo tanto quanto amo o teu
E cumprido o mandamento
Construiremos o Paraíso
E seremos eu e tu
Deuses únicos e primeiros.

Jogo para descarregar

(oferecido pelos Manos Metralhas)