04 setembro 2005

Diário do Garfanho - 136

My Bag

O Picoto desliga o telefone - assuntos de trabalho, eu ouvi distintamente -, vira-se para mim e declara, sério:
- Putas finas, nunca mais, Pereira.
- Não? - Digo eu, atordoado com o surgimento inopinado das putas, ainda por cima, finas.
Ele não me liga e continua a ladainha acusadora, sentida, revoltada:
- Foda-se, um gajo paga-lhes e elas gozam mais que nós.
- Gozam?
- Quando não gozam contigo...
- Comigo?
Ele olha-me pela primeira vez e rosna:
- Com o cliente, Pereira, com o cliente.
- Então, mas não é isso que tu queres?
- Não, Pereira, eu quero gozar, não quero ser gozado...
- Sim, isso é mau...
- Nem sequer quero que a gaja goze mais que eu, 'tás a ver?
- Porquê?
- Porquê!? Porquê?! - O Picoto nota que levantou a voz e cala-se. Senta-se. Olha-me como se o olhar me pudesse esclarecer. Eu levanto as sobrancelhas, demonstrando-lhe que continuo sem perceber. Ele continua, exasperado: - Ó Pereira, foda-se, porque isso desvirtua toda a situação... Aquilo é uma relação comercial, Pereira. Eu pago, eu quero ser servido, não quero servir.
- Mas a gaja também pode retirar algum prazer do acto ou não?
- Claro que pode, Pereira, claro que pode. Se fode e gosta, melhor, Pereira, melhor... Por mim, encantado da vida.
- Então, qual é o problema?
- O problema é que não pode gozar mais do que eu, porra! Se a gaja goza mais do que eu, deveria ser ela a pagar-me, pá! Aquilo é uma transacção comercial. É a prestação de um serviço...
- No singular?
- No singular, o quê?
- Disseste "é uma prestação de um serviço". Um. Um serviço.
- Serviço ou serviços, não é isso que interessa, eu estou a falar no geral, Pereira. O que interessa é que aquilo é uma transacção comercial: eu pago eu quero ser servido...
- E depois?
- Depois!? Depois?! Porra, pá, se a gaja me está a prestar um serviço...
- Ou serviços...
- Ou serviços, porra.
- Assim é mais caro.
- O que é mais caro?
- Se são serviços.
- Porra, Pereira, um gajo não pode falar contigo. Não interessa.
- Mas é mais caro.
- É! É mais caro - ele fecha a boca e expele o ar pelo nariz, desesperado, - mas isso não interessa.
- Um macaco.
- Foda-se, Pereira, um macaco, o quê?!
- Tens um macaco no nariz...
- Mas o que é que isso interessa?!
- Pensei que quisesses saber.
Ele tira um lenço encardido do bolso, assoa-se ruidosamente e enfia o indicador direito, envolto no lenço, nas narinas, rodando-os para uma limpeza completa.
- Está bom? - Atira ele, levantando a cabeça para me mostrar o interior do nariz.
- Não tem macacos, agora bom...
O Picoto olha-me com desprezo e enfado (ou vice-versa).
- Já me perdi - anuncia (como se eu não soubesse).
- Estavas a dizer que aquilo é uma transacção comercial e que se pagas queres ser servido...
- Ah! Sim! É isso. Se a gaja me está a prestar um serviço que tem como objectivo o meu prazer, a minha felicidade e alegria...
- E a mudança do óleo...
- E a mudança do óleo, também. Mas se sou eu que lhe estou a proporcionar o prazer, a felicidade e a alegria, eu é que lhe estou a prestar um serviço, percebes? Eu é que devia receber ou, pelo menos, não devia pagar.
- Mas tu não gozas?
- Gozo, caralho... era melhor... era só o que faltava... mas não é isso que está em causa, pá, isto inverte e mina toda a instituição.
- Qual instituição?
- O putedo, Pereira, a relação quase mística entre uma boa puta e o seu cliente.
- Então, mas essa é uma boa puta?
- Não, Pereira, aí é que está! Esta gaja já não é uma puta na verdadeira acepção da palavra, não respeita os cânones e as tradições. Esta gaja é uma espécie de puta livre, de puta liberal...
- Mas é puta.
- É uma pseudo-puta.
- Mas, afinal, não vais lá mais, por isso? Por as putas finas serem pseudo-putas?
- Não, é por outra coisa... - levanta-se e conclui, sem mais, enquanto se afasta: - Eu depois conto-te.

Garfanho (dali)

03 setembro 2005

Pérola diurética

O Crazypet descobriu uma pérola diurética (porque é de mijar a rir). Trata-se da sinopse real de um filme do canal Venus da TvCabo, via video-on-demand:

"Uma bunda independente

Gregg é um advogado arrogante e cruel, que se diverte com a desgraça alheia. Decide consultar um proctologista quando descobre que o seu rabo fala. O médico descobre que durante a gravidez o cérebro do irmão gémeo de Gregg foi absorvido pelo rabo. Para resolver o problema, o especialista junta-o com uma mulher cuja vagina fala".

Não acreditas? Mas está aqui.
Proponho para o fim de semana que tentemos arranjar um argumento melhor.

Para já, o Xicosousa revela-nos o final do filme, em que as últimas palavras do rabo foram:
«Ó Gregg, vem uma pila na minha direcção! Gregg, socor...»

Plástico: desconstruindo a intimidade

Jennifer Romita é uma artista e designer canadiana.
Criou uma série de imagens em que utiliza bonecos de plástico hiper-realistas e modelos reais. Quem é o quê?

Plastique

02 setembro 2005

Quem é que Perdeu?!


(via Fishki)

Masturbação

 Rafal Bednarz

Não existem palavras obscenas. Palavras pequenas.
Palavras nocivas. Palavras ofensivas.
Toda a palavra quando bem aplicada é palavrão.
Por isso com o sexo na mão
Declamo masturbação… Pois então!
Não existem palavras imorais. Palavras banais.
Palavras indecentes. Palavras decadentes.
Toda a palavra quando bem aplicada é grande.
Por isso com a mão na glande
Declamo masturbação… Pois então!
E não me venham com discursos sobre o bem e o mal
Sobre regras e costumes. Sobre a moral.
Só sendo livre e contra corrente a poesia medra
Por isso quem nunca usou a mão
Ou conjugou o verbo
Que atire a primeira pedra.

(Para ser lido à Ary, evidentemente)

Foto: Rafal Bednarz

Análise (raciocínio anal) de uma citação da Isabel Figueira


Revista Ego - nº 17 - Setembro de 2005

Estes japoneses São loucos!

O Dupont, do Vilacondense, descobriu este relato ilustrado de uma visita de um norte-americano a um centro comercial japonês para adultos, com sete pisos.

Apenas um exemplo: vagina artificial descartável,
perfumada e pré-lubrificada

01 setembro 2005

Da pilosidade

há que tratar a pelagem que é bem mais do que agasalho
de peito feito e coragem ou ar de arrebimba-ò-malho

que o pêlo é um madrigal faz verdura dá consolo
faz do corpo matagal onde quem se perde é tolo

tudo no corpo apetece mas o pêlo sinaliza
onde no corpo acontece ser a fúria mais acesa

sovaco púbis ou anus peitaça orelhas nariz
sempre um pelito mostramos onde o corpo é mais feliz

e no grelo ouriçado como num pénis em riste
fácil é o constatado que ali sempre o pêlo existe

dizer o quê do desvelo após embate de amor
sentir púbico cabelo de um dente nosso em redor?

tão certo sou desse pêlo que se não falha o bom siso
é por termos o cabelo que nos fodem o juízo

e de bom grado vos deixo para o amor o meu conselho:
que sempre se apoie o queixo lá onde cresce o pintelho.

O Pintelho -1-


O Pintelho é, em termos gerais, uma invenção do crescimento.
Quando se nasce, o pintelho não existe, pelo que é uma enorme falsidade dizer-se perante alguém adulto que está nu: “Estás como vieste ao Mundo!”
Por outro lado o pintelho pertence à área da perfídia. O pintelho não escolhe sexo nem local: tanto é pintelho o cabelo púbico da mulher, como o anal pêlo masculino. Daí parecer que algo está errado.
Certamente que gente mais atenta a estas coisas do pintelho, e já no final da década de 90 do século passado, decidiu começar a acabar com o pintelho. Primeiro foram as mulheres, para que a textura da sua pele não encontrasse entraves na zona referida e assim o seu corpo se tornasse uniformemente despintelhado.
Os homens foram mais tímidos em desbravar os seus terrenos mais íntimos. Primeiro começaram por exterminar os cabelos do peito (que aqui deixam de se chamar pintelhos, por razões puramente académicas), depois lavraram a terra umbilical para, mesmo no dealbar deste século, iniciarem o processo de desflorestação das partes envolventes do pénis.


(continua)

Videos de apanhados da Playboy

A Playboy TV tem um programa de apanhados: Totally Busted.
Aqui tens três videos de amostra:

Mr. Penis


Porno Promo


Don Vito's Nude Photo Shoot

O sexo e a Cidália

Já comprei e li este livro (com as crónicas do mesmo nome que foram publicadas na «Grande Reportagem»). A Cidália, tal como eu, é acusada de ter uma forma de estar na vida - e no sexo - pouco ortodoxa para os padrões portugueses (tão distantes dos descobrimentos). Mas nós as duas é que vamos com o piço... digo, passo certo.
Que pena o livro não ter as ilustrações deliciosas de Sofia Dias que acompanhavam as crónicas na revista (e eu que gostava tanto de ter um ilustrador na equipa da FundiSão...).
Deixo-vos um aperitivo, da crónica «a çãozinha»:
"Quem é a çãozinha, Cidália?
Há uns anos, estava eu de férias no Sal, em Cabo Verde, quando, depois de uma noite de copos, decidi conhecer Mindelo, na ilha de São Vicente. O voo era de manhã muito cedo, e ainda meio estremunhada lá fui apanhar o avião.
Debaixo das hélices, um rapaz que me acompanhava nos últimos dias disse: «Estou com uma çãozinha...» E eu, sem perceber, perguntei: «Estás com o quê?» «Com a çãozinha» e, delicadamente, apontou para as calças, de onde sobressaía um invulgar inchaço. A erecçãozinha do meu amigo acompanhou-nos (felizmente!) nos dias seguintes, e todos os que seguiam na viagem passaram a tratá-la carinhosamente pelo diminutivo».

31 agosto 2005

Sobre os Cabelos


(via Fishki)

E agora já podemos falar,
NikonMan?!
(Hoje tem sido um dia especialmente bom para as meninas-visitantes deste Blog!)

Brincadeiras

1, 2, 3, 4, 5... 10... Gotinha, aí vou eu...