(via Meganame)
09 outubro 2005
Seminário em Coimbra - «Transsexual's body modification as narcissistic self-regard in the UK gender system»
Mensagem recebida da Ana Cristina Santos (para quem não sabe, autora do livro «A Lei do Desejo - direitos humanos e minorias sexuais em Portugal»):
"Na próxima Quarta-feira, dia 12 de Outubro, pelas 17h, serão debatidas pela primeira vez, no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, questões ligadas ao transgenderismo e à transexualidade.
Quem vai dar o seminário é uma mulher muito, muito interessante, activista da Press for Change (ONG trans, responsável pelo trabalho que conduziu à recente aprovação do Gender Recognition Act no Reino Unido) e doutoranda na Universidade de Leeds.
A língua de trabalho será o inglês e a entrada é livre.
Mais informações na página do CES.
Para quem for, e para não se perder, tem aqui o mapa de Coimbra com a localização do CES.
E o Seminário começa mesmo às 17h!"
"Na próxima Quarta-feira, dia 12 de Outubro, pelas 17h, serão debatidas pela primeira vez, no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, questões ligadas ao transgenderismo e à transexualidade.
Quem vai dar o seminário é uma mulher muito, muito interessante, activista da Press for Change (ONG trans, responsável pelo trabalho que conduziu à recente aprovação do Gender Recognition Act no Reino Unido) e doutoranda na Universidade de Leeds.
A língua de trabalho será o inglês e a entrada é livre.
Mais informações na página do CES.
Para quem for, e para não se perder, tem aqui o mapa de Coimbra com a localização do CES.
E o Seminário começa mesmo às 17h!"
O voyeur - por Charlie
Conheci-o numa altura em que estava prestes a sair de Lisboa e nessas últimas semanas passara-as a tratar de arrumar coisas.
Naquela noite estava com o meu amigo de andanças nocturnas a beber uma Cerveja no Trindade. Ele já me desafiara para irmos rivalizar as pontas das telhas com os gatos, e contar lérias à Lua, enquanto bebíamos o seu reflexo nos olhares quentes de uns corpos de mulher em desejo. Mas nesse dia apeteceu-me mesmo ir para a cama mais cedo e só.
Ele foi-se embora - iria dar uma volta, dissera - e nessa noite arranjaria algo
para passar a noite envolvido na aventura dos sentidos.
Não duvidei. Aliás ele tinha sido o meu mestre na arte do engate. Toda a linguagem do corpo e toda a sedução ensaiada era com este mestre do fingimento. Por vezes aborrecia-me com ele por estar farto dos clichés. Sempre gostei da aventura cantada de forma genuína. Por isso ele gostava de andar comigo. Eu tinha sempre uma abordagem arriscada. Gostava de sentir a presa a fugir e depois ir buscá-la mais adiante com mais calor, com mais entrega e empenho vividos da minha parte. Ele curtia com gozo a forma como eu trocava o certo pelo incerto mas isso, dizia-lhe eu, é que dá o travo e sabor à aventura e à conquista.
Nessa noite não me estava a apetecer nada e ele saiu deixando-me com o tipo que mal conhecera uma hora antes, mas já dos círculos de amizade do meu retirado parceiro.
Era um vendedor de remédios. Dos tais que passam a vida a fazer peso nos corredores dos hospitais, esperando pelos doutores e apresentando a última maravilha em elixires da eterna juventude e a saúde em comprimidos e quejandos. Conversava pelos cotovelos e era homem sabedor de muitos ambientes nocturnos onde mostrava ter amplos conhecimentos.
Depois da última cerveja e das conversas sobre mulheres despedi-me dele, dizendo que tinha de apanhar o comboio já que o meu amigo tinha levado o carro.
- Eu posso levá-lo. - adiantou-se - Moro próximo de Paço d´Arcos.
Concordei. Afinal ir de carro é muito melhor que esperar pelo comboio. Parou em Caxias.
- Moro aqui, não quer subir?
Achei um pouco bizarro mas seria falta de educação não aceder ao pedido. Subimos e, mal entrámos na sua casa - um primeiro andar - reparei nela. Uma mulher que exalava dos poros tudo o que um homem precisa. O marido foi para a cozinha tratar de umas bebidas depois de ter arrumado a pasta com papéis e deixou-nos sós.
Ela mirou-me de alto a baixo e eu fixei-me no seu olhar. Aproximou-se de mim e sem mais deitou-me a mão à braguilha. Fiquei petrificado pensando que a todo instante poderia aparecer o marido. Ele surgiu de facto, mas já aí ela se afastara.
- Vou só ali ao carro buscar uma garrafa que hoje me ofereceram.
Saiu de imediato e fechou a porta. Sem mais, ela atirou-se a mim. O corpo em fúria e desejos. Eu estava estupefacto, e sem saber bem como, respondi aos avanços. Em dois tempos estávamos nus e envolvidos numa incrível sessão de loucura, sob o espectro de a todo o momento o marido entrar pela porta. Mas, por estranho que pareça, foi precisamente esse sabor do risco que me deu o maior gozo. Toda aquela adrenalina fazia entrar o meu corpo em efervescência. O simples facto de tudo poder acabar em tragédia excitava-me loucamente e ela sabia tirar todo o proveito disso. Explodimos em arcos-íris de gemidos e convulsões.
Nesse mesmo instante entrou ele. Não da porta da rua, mas da porta da cozinha.
Nas calças adivinhava-se, pelo vulto, o estado em que estava.
- Sim senhor. Portou-se à altura! Tome! - E deu-me um copo de whisky com gelo - Com água? - Continuou ele.
Fiquei sem resposta, olhando para os dois. Com o rosto que passara de rubor a pálido. Sentindo o irreal do copo frio nas minhas mãos perante a minha nudez. Ela riu-se e beijou o marido.
- Sabe, jovem, o que o excita é ele ficar a ver-me com estranhos. E eu, quando estou com eles, fico perdida de excitação pelo facto de senti-los no mais absoluto pavor de serem apanhados pelo meu marido. Ele limita-se a dizer que sai mas fica escondido a ver tudo.
- Vamos, querido? - disse, pegando-o pelo braço - Agora, jovem tem de ficar a
ver que só assim ele atinge o pleno orgasmo e eu, pela minha parte, perco-me
por orgasmos múltiplos. Sente-se no sofá, e fique a olhar...
Charlie
Naquela noite estava com o meu amigo de andanças nocturnas a beber uma Cerveja no Trindade. Ele já me desafiara para irmos rivalizar as pontas das telhas com os gatos, e contar lérias à Lua, enquanto bebíamos o seu reflexo nos olhares quentes de uns corpos de mulher em desejo. Mas nesse dia apeteceu-me mesmo ir para a cama mais cedo e só.
Ele foi-se embora - iria dar uma volta, dissera - e nessa noite arranjaria algo
para passar a noite envolvido na aventura dos sentidos.
Não duvidei. Aliás ele tinha sido o meu mestre na arte do engate. Toda a linguagem do corpo e toda a sedução ensaiada era com este mestre do fingimento. Por vezes aborrecia-me com ele por estar farto dos clichés. Sempre gostei da aventura cantada de forma genuína. Por isso ele gostava de andar comigo. Eu tinha sempre uma abordagem arriscada. Gostava de sentir a presa a fugir e depois ir buscá-la mais adiante com mais calor, com mais entrega e empenho vividos da minha parte. Ele curtia com gozo a forma como eu trocava o certo pelo incerto mas isso, dizia-lhe eu, é que dá o travo e sabor à aventura e à conquista.
Nessa noite não me estava a apetecer nada e ele saiu deixando-me com o tipo que mal conhecera uma hora antes, mas já dos círculos de amizade do meu retirado parceiro.
Era um vendedor de remédios. Dos tais que passam a vida a fazer peso nos corredores dos hospitais, esperando pelos doutores e apresentando a última maravilha em elixires da eterna juventude e a saúde em comprimidos e quejandos. Conversava pelos cotovelos e era homem sabedor de muitos ambientes nocturnos onde mostrava ter amplos conhecimentos.
Depois da última cerveja e das conversas sobre mulheres despedi-me dele, dizendo que tinha de apanhar o comboio já que o meu amigo tinha levado o carro.
- Eu posso levá-lo. - adiantou-se - Moro próximo de Paço d´Arcos.
Concordei. Afinal ir de carro é muito melhor que esperar pelo comboio. Parou em Caxias.
- Moro aqui, não quer subir?
Achei um pouco bizarro mas seria falta de educação não aceder ao pedido. Subimos e, mal entrámos na sua casa - um primeiro andar - reparei nela. Uma mulher que exalava dos poros tudo o que um homem precisa. O marido foi para a cozinha tratar de umas bebidas depois de ter arrumado a pasta com papéis e deixou-nos sós.
Ela mirou-me de alto a baixo e eu fixei-me no seu olhar. Aproximou-se de mim e sem mais deitou-me a mão à braguilha. Fiquei petrificado pensando que a todo instante poderia aparecer o marido. Ele surgiu de facto, mas já aí ela se afastara.
- Vou só ali ao carro buscar uma garrafa que hoje me ofereceram.
Saiu de imediato e fechou a porta. Sem mais, ela atirou-se a mim. O corpo em fúria e desejos. Eu estava estupefacto, e sem saber bem como, respondi aos avanços. Em dois tempos estávamos nus e envolvidos numa incrível sessão de loucura, sob o espectro de a todo o momento o marido entrar pela porta. Mas, por estranho que pareça, foi precisamente esse sabor do risco que me deu o maior gozo. Toda aquela adrenalina fazia entrar o meu corpo em efervescência. O simples facto de tudo poder acabar em tragédia excitava-me loucamente e ela sabia tirar todo o proveito disso. Explodimos em arcos-íris de gemidos e convulsões.
Nesse mesmo instante entrou ele. Não da porta da rua, mas da porta da cozinha.
Nas calças adivinhava-se, pelo vulto, o estado em que estava.
- Sim senhor. Portou-se à altura! Tome! - E deu-me um copo de whisky com gelo - Com água? - Continuou ele.
Fiquei sem resposta, olhando para os dois. Com o rosto que passara de rubor a pálido. Sentindo o irreal do copo frio nas minhas mãos perante a minha nudez. Ela riu-se e beijou o marido.
- Sabe, jovem, o que o excita é ele ficar a ver-me com estranhos. E eu, quando estou com eles, fico perdida de excitação pelo facto de senti-los no mais absoluto pavor de serem apanhados pelo meu marido. Ele limita-se a dizer que sai mas fica escondido a ver tudo.
- Vamos, querido? - disse, pegando-o pelo braço - Agora, jovem tem de ficar a
ver que só assim ele atinge o pleno orgasmo e eu, pela minha parte, perco-me
por orgasmos múltiplos. Sente-se no sofá, e fique a olhar...
Charlie
08 outubro 2005
Escritura
Em seguida, passou a um estado de prontidão, sempre à porta do elevador na minha hora de saída, para me ofertar flores feitas de clipes ou desenhadas em folhas A4 de papel IOR ou armadas num pau de lápis Noris com post-it’s amarelos, estendidas nuns olhos que inegavelmente soletravam “Comia-te toda!”. Depois, vieram os carros de assalto de mensagens enviadas a meio das reuniões de trabalho em que ambos participávamos, com a expressiva inclusão de fotos das suas calças.
É claro que quando se trabalha 10 horas por dia, como era hábito naquela empresa, sobra muito pouco tempo para procurar divertimento fora do local de trabalho e lá acabámos por nos enrolar.
Feitas as contas, o saldo de cama até era muito equilibrado e caso morássemos juntos reduziríamos as despesas de cada um para metade, o que perspectivava um bom investimento, pelo que foi uma questão de acertar uma data nas agendas para assinar a escritura. Ao final da tarde, como se tornou moda, com uns cocktails e uns aperitivos de entrada para estimular o sorriso nos convidados enquanto se despacha a catrefada de fotografias do acto público.
E que tal uma legenda para esta imagem?
Pedro Oliveira - "Isso não é para brincar! Se levares uma esporradela depois não te queixes."
Carbonmonoxide - "Mary Poppins no Deserto das Maravilhas"
Matahary - "Quando eu era miúda, nunca percebi porque se chamava a este jogo «altar ao alho». Agora fez-se luz. Uma imagem vale por 1000 palavras."
1313 - "Que tal?... Trá-lá-lá"
Maria - "Mmmmm... Este é muito curto... Este é mais ou menos... Este é muito fininho... Deixa cá ver este, a ver se cabe..."
São Rosas - "Se as mãos escorregam ainda perco um..."
Maria Árvore - "Salte ao alho e sinta-se nas nuvens!" ou "Menina Azul, foda azul!"
Predatado - "Ó menina, vai lá saltar p'ró caralho!"
Ferralho - "Sempre achei mais engraçados os schtroumpfs mais altos..."
Zeca - "Será que tem pachacha até ao sexto?"
Espectacológica - "Nunca mais é Domingo!"
Xupa-Grelos - "De degrau em degrau vou medindo o pirilau"
(128) - Walk Between Raindrops
Ela perguntou-me "És sempre assim?" e eu respondi "Quando a companhia é boa" e ela corou e disse "Obrigado, foste fenomenal." Eu esclareci que não tinha acabado a frase anterior e que queria dizer que "quando a companhia é boa sou melhor ainda" e disse-lhe. Ela afastou as pálpebras superiores da inferiores o mais que pôde e pôde muito, tanto que eu pensei que os olhos lhe pudessem cair – era o que acontecia se isto fosse um desenho animado – e depois semicerrou-as, deu um brilho perverso aos olhos e, num fio de voz, não sei se perguntou ou ameaçou "Estás a falar a sério?"
"Não acredito" disse ele. "Não disseste isso?" "Disse" respondi eu, galhofeiro. Ele espantou-se, porque acreditou em mim, e perguntou "E ela?" depois calou-se, estendeu a mão na minha direcção, mostrando-me a palma da sua mão direita, relativamente limpa segundo me pareceu, e voltou a falar "Ela não, tu. O que é que tu lhe respondeste?" "Tentei fazer o meu melhor sorriso trocista e pisquei o olho para o caso do sorriso trocista não ser bem compreendido."
"Mas a companhia não foi boa?" "A melhor" disse eu a pensar que era "a melhor que se pode arranjar." Ela sorriu, felizmente ainda não se lêem pensamentos. "És um brincalhão" anunciou ela, como se dissesse que tenho uma borbulha cheia de pus mal-cheiroso no meio da testa "mas a verdade é que foste óptimo." "Ainda bem que gostaste." Não gosto de tratar as pessoas por tu, mas ela tratou-me e eu achei melhor responder assim, senão lá vinha a conversa, "trata-me por tu" e eu respondia "está bem, vou tentar" e o "vou tentar" inquinava a conversa, provavelmente ela não saberia falar sem me tratar por tu e depois do meu sincero "vou tentar" passaria a verme como um empedernido e chato snob, ainda que das três palavras ela, possivelmente – e este possivelmente é muito importante pois evita um juízo definitivo acerca da pessoa em causa –, só conhecesse o chato, ainda que, possivelmente - e este é um favor que faço a mim próprio - não estivesse muito longe da verdade.
"E depois?" "Depois?" ele abanou a cabeça, sim, sim, depois, "Depois paguei e vim-me embora." "Pagaste?!" "Sim, que remédio." "Pagaste?" "Paguei" "Mas estás a falar de quê?" "E tu?" "Eu pensava que tinhas estado com a gaja." "Estado? Estado como?" "Que a tinhas comido", esclareceu ele. "Comido?" "Sim! Comido! Afinal foste fenomenal em quê?" "Ah! Pensavas que tinha havido um envolvimento amoroso entre nós" "Não" "Então?" "Pensei que tivesse havido um mero envolvimento físico de cariz sexual entre vocês."
"Declamas outro?" "Não, já comprei o livro, leio em casa." "Eu gostava que declamasses outro." Eu fiz o olhar de "O que é que eu ganho com isso?" mas ela ou não percebeu ou fez-se despercebida e eu não declamei.
"A menina desculpe tem o livro dos Fedorentos?" Interrompeu uma velha com mau hálito. "Do Gato Fedorento?" perguntou ela, com uma careta, o mau hálito da velha era poderoso. Eu aproveitei e passei-me, subrepticiamente. A velha disse que era para o neto.
in Garfiar, só me apetece
"Não acredito" disse ele. "Não disseste isso?" "Disse" respondi eu, galhofeiro. Ele espantou-se, porque acreditou em mim, e perguntou "E ela?" depois calou-se, estendeu a mão na minha direcção, mostrando-me a palma da sua mão direita, relativamente limpa segundo me pareceu, e voltou a falar "Ela não, tu. O que é que tu lhe respondeste?" "Tentei fazer o meu melhor sorriso trocista e pisquei o olho para o caso do sorriso trocista não ser bem compreendido."
"Mas a companhia não foi boa?" "A melhor" disse eu a pensar que era "a melhor que se pode arranjar." Ela sorriu, felizmente ainda não se lêem pensamentos. "És um brincalhão" anunciou ela, como se dissesse que tenho uma borbulha cheia de pus mal-cheiroso no meio da testa "mas a verdade é que foste óptimo." "Ainda bem que gostaste." Não gosto de tratar as pessoas por tu, mas ela tratou-me e eu achei melhor responder assim, senão lá vinha a conversa, "trata-me por tu" e eu respondia "está bem, vou tentar" e o "vou tentar" inquinava a conversa, provavelmente ela não saberia falar sem me tratar por tu e depois do meu sincero "vou tentar" passaria a verme como um empedernido e chato snob, ainda que das três palavras ela, possivelmente – e este possivelmente é muito importante pois evita um juízo definitivo acerca da pessoa em causa –, só conhecesse o chato, ainda que, possivelmente - e este é um favor que faço a mim próprio - não estivesse muito longe da verdade.
"E depois?" "Depois?" ele abanou a cabeça, sim, sim, depois, "Depois paguei e vim-me embora." "Pagaste?!" "Sim, que remédio." "Pagaste?" "Paguei" "Mas estás a falar de quê?" "E tu?" "Eu pensava que tinhas estado com a gaja." "Estado? Estado como?" "Que a tinhas comido", esclareceu ele. "Comido?" "Sim! Comido! Afinal foste fenomenal em quê?" "Ah! Pensavas que tinha havido um envolvimento amoroso entre nós" "Não" "Então?" "Pensei que tivesse havido um mero envolvimento físico de cariz sexual entre vocês."
"Declamas outro?" "Não, já comprei o livro, leio em casa." "Eu gostava que declamasses outro." Eu fiz o olhar de "O que é que eu ganho com isso?" mas ela ou não percebeu ou fez-se despercebida e eu não declamei.
"A menina desculpe tem o livro dos Fedorentos?" Interrompeu uma velha com mau hálito. "Do Gato Fedorento?" perguntou ela, com uma careta, o mau hálito da velha era poderoso. Eu aproveitei e passei-me, subrepticiamente. A velha disse que era para o neto.
in Garfiar, só me apetece
07 outubro 2005
Sinto-me presa... hmmm...
Vigiada pelo Cambralenta
O Charlie não pode ver uma mulher do outro lado das grades:
Das sombras meias onde do sonho despertas
Tens nos olhos a ilusão da liberdade
Mas a nudez envolta em grades.
Vem!
Pega na minha mão e sai.
Voa por esse mundo fora
E volta livre na tua entrega
Senhora de ti e do teu querer
Quero amar-te,
mas só posso em liberdade ter-te"
06 outubro 2005
Conseguira eu
Conseguira eu dizer da carne
Do impulso primeiro
Puro, físico, carnal.
Conseguira eu dizer num poema
Corpo vibrante, latejante
Segurá-lo, tomá-lo, dá-lo
Poema e corpo nas tuas mãos.
Conseguira eu que lendo fosses poema
O sentisses, retivesses, aprendesses
E vibrante, latejante o tornasses
Poema e corpo teu.
Conseguira eu despertar o impulso
Puro, primário e primeiro
E sentisses carne lendo palavra
E sentisses corpo, poema, mulher.
Foto: Ewa Brzozowska
E logo vem o Orca com saudades:
"Há que tempos não «esgrimia» com a Encandescente...
eu direi da carne
e sentirei o corpo
eu direi o poema
e sentirei o pulso da palavra dita
e terei do corpo a vontade aflita
de um grito que vibra
e já não retenho o impulso primeiro
primário
proveito que provo de carne
de te querer mulher
conseguira eu dizer-te da carne
o quanto quisera
para te saber
um corpo que sinto
um poema-grito
e afinal mulher."
Mas o Onanistélico não se fica atrás e pimba:
"Pudera eu conseguir-te,
carnal vontade que o instinto animal repousa no teu corpo. Do teu corpo-poema retiro o gostar de ler-nos, escrevo-me-te, em ti, com o primitivo ser, sentido-te.
Pudera ter um livro de ti."
Do impulso primeiro
Puro, físico, carnal.
Conseguira eu dizer num poema
Corpo vibrante, latejante
Segurá-lo, tomá-lo, dá-lo
Poema e corpo nas tuas mãos.
Conseguira eu que lendo fosses poema
O sentisses, retivesses, aprendesses
E vibrante, latejante o tornasses
Poema e corpo teu.
Conseguira eu despertar o impulso
Puro, primário e primeiro
E sentisses carne lendo palavra
E sentisses corpo, poema, mulher.
Foto: Ewa Brzozowska
E logo vem o Orca com saudades:
"Há que tempos não «esgrimia» com a Encandescente...
eu direi da carne
e sentirei o corpo
eu direi o poema
e sentirei o pulso da palavra dita
e terei do corpo a vontade aflita
de um grito que vibra
e já não retenho o impulso primeiro
primário
proveito que provo de carne
de te querer mulher
conseguira eu dizer-te da carne
o quanto quisera
para te saber
um corpo que sinto
um poema-grito
e afinal mulher."
Mas o Onanistélico não se fica atrás e pimba:
"Pudera eu conseguir-te,
carnal vontade que o instinto animal repousa no teu corpo. Do teu corpo-poema retiro o gostar de ler-nos, escrevo-me-te, em ti, com o primitivo ser, sentido-te.
Pudera ter um livro de ti."
O Charlie também se vem:
"Agradecimento à Encandescente
Encandescente, mulher poema
Mulher carne da cor do sonho.
Leio-te a alma leio-te o ser.
Leio-te como se fosse eu mulher.
E sabendo-me assim por dentro.
Mulher por mera suposição
Sou mais homem mais poema,
Mais encontro a Mulher quando amo."
O Ferralho remata:
"Gostava de te ler na flor da pele
A poesia dos sentidos exaltados
Escrita na tua carne incandescente
Por mim, poema teu,
Corpo almejado
Emudecendo dizer-te cada palavra
Declamando no teu corpo incendiado
As estrofes inscritas a desejo
Nesse poema, mulher
E corpo teu"
Encandescente, mulher poema
Mulher carne da cor do sonho.
Leio-te a alma leio-te o ser.
Leio-te como se fosse eu mulher.
E sabendo-me assim por dentro.
Mulher por mera suposição
Sou mais homem mais poema,
Mais encontro a Mulher quando amo."
O Ferralho remata:
"Gostava de te ler na flor da pele
A poesia dos sentidos exaltados
Escrita na tua carne incandescente
Por mim, poema teu,
Corpo almejado
Emudecendo dizer-te cada palavra
Declamando no teu corpo incendiado
As estrofes inscritas a desejo
Nesse poema, mulher
E corpo teu"
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