Em seguida, passou a um estado de prontidão, sempre à porta do elevador na minha hora de saída, para me ofertar flores feitas de clipes ou desenhadas em folhas A4 de papel IOR ou armadas num pau de lápis Noris com post-it’s amarelos, estendidas nuns olhos que inegavelmente soletravam “Comia-te toda!”. Depois, vieram os carros de assalto de mensagens enviadas a meio das reuniões de trabalho em que ambos participávamos, com a expressiva inclusão de fotos das suas calças.
É claro que quando se trabalha 10 horas por dia, como era hábito naquela empresa, sobra muito pouco tempo para procurar divertimento fora do local de trabalho e lá acabámos por nos enrolar.
Feitas as contas, o saldo de cama até era muito equilibrado e caso morássemos juntos reduziríamos as despesas de cada um para metade, o que perspectivava um bom investimento, pelo que foi uma questão de acertar uma data nas agendas para assinar a escritura. Ao final da tarde, como se tornou moda, com uns cocktails e uns aperitivos de entrada para estimular o sorriso nos convidados enquanto se despacha a catrefada de fotografias do acto público.
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Uma por dia tira a azia