09 janeiro 2006

Praga é a sociedade em que vivemos!

crica para veres a coisa em ponto graaaaande
Ai! Credo! Que horror! Que pecado!

Alguém me consegue explicar o que há de mal na a- e re-presentação do corpo humano no seu estado natural? Agora imaginem esta publicidade na Europa... ou nos EUA...
Como refere a malta da Adrants, nestas «terras da democracia e da liberdade» "temos que relacionar a nudez à decadência da humanidade e vê-la como catalisadora de uma orgia à escala nacional resultante de um orgasmo de dimensões continentais e de proporções cataclísmicas que causariam a destruição de todo o edifício moral que mantém os nossos EUA [a nossa Europa ocidental] coesos. Em Praga, exibem-se anúncios com nus e ninguém se incomoda com isso".

O Meteórico resume o que sentimos:
"Continuamos agarrados à educação reprimente da idade média/cristianismo, sendo que apesar de se avançar constantemente no tempo, neste tema avança-se e recua-se, sem que tenhamos evolução. O corpo humano é visto como pecado, bem como a sexualidade, e assim continuamos a ter uma sociedade castrada, sem liberdade de expressão. Enquanto se puder lucrar com isto, nada feito..."

Porque ser tarado não significa ser inculto - por Manos Metralha

Impureza (ou luxúria)

É o terceiro dos sete pecados capitais. Ela consiste em um desordenado desejo dos vergonhosos deleites da carne. Pode-se cair neste pecado de muitas maneiras. A impureza tem muitos ramos. Vid. Adultério, Fornicação, Incesto, Pecado contra a natureza.

As causas deste pecado vêm notadas na Escritura, e particularmente no Profeta Ezequiel: a soberba, a vida deliciosa, a abundância das coisas, o ócio, a dureza para com os pobres c.16. 49. Aqui se deve ajuntar, segundo mostra a experiência, aquela frequência de visitas às pessoas de outro sexo, os espectáculos, as canções lascívias, as danças, as leituras de todos os livros, ou papéis, [o berloque da SÃO] que podem excitar esta paixão tão perigosa, e formidável.

in DICIONARIO TEOLOGICO / Trad. Prospero ab Aquila e José do Espirito Santo Monte. Lisboa: Na Regia Offic. Typografica, 1795. – Tomo II; p. 281-282

Manos Metralha

Isto relembrou ao Bruno um excerto de «O Retrato de Dorian Gray», de Oscar Wilde:
"Cada impulso que tentamos estrangular germina no cérebro e envenena-nos. O corpo peca uma vez, e acaba com o pecado, porque a acção é um modo de expurgação. Nada mais permanece do que a lembrança de um prazer, ou o luxo de um remorso. A única maneira de nos livrarmos de uma tentação é cedermos-lhe."

Objectos malandrecos

Até os objectos abusam...

Refª 0092-001/CARIMBOS/7512

08 janeiro 2006

CISTERNA da Gotinha

Phillippe Boxis - Fotografia Bondage

Victor Rinaldi - Pin-Up Art

Johnny Jaan: Fetish

Guido Argentini: Fotografia

Ténis Pénis: rima e tudo: jogo.

Top 20 de Nus do ano 2005.

Top 12 Sex Tips: são só doze, por isso não há razão para o insucesso sexual...

Polvo - por Anukis

Ela odiava despedidas. Talvez porque tivesse participado em muitas. Habituara-se, todavia, a desligar-se desses momentos. O importante era não manter o contacto visual. Dar um último beijo com o coração de fugida. Virar as costas. Ir em frente. Nunca olhar para trás.
E agora, agora, ele estragara-lhe anos de treino em despedidas custosas. Ela ia apanhar o comboio depois do reencontro. Mais uma despedida. Talvez esta custasse mais que todas as outras. Estava abraçada a ele. Tinha um envolvimento forte e intenso. Tentou desprender-se de um braço e já lá estava outro. Mais um para tirar e depois mais outro. Parecia estar ligada aos braços dum polvo que nunca mais a queriam largar.
pintura de Alanna SpencePrecisava desligar-se para sofrer menos. Mais um beijo. Sentia a quentura da pele dele na gelidez do adeus. Precisava de voltar à independência do seu corpo, mas ele fundia-se cada vez mais nela. A tristeza crescia pelas suas entranhas. Ficou de coração oprimido a tentar sair dos braços daquela paixão em forma de polvo.
Ele olhava-a nos olhos, abraçava-a, sussurrava-lhe palavras de amor. Ela falava do presente que devia ser vivido mas não conseguia parar de pensar, de se projectar naquele futuro sem ele, sem o seu corpo, sem o seu abraço do qual queria fugir e ao mesmo tempo refugiar-se para sempre...
Finalmente, chegou o comboio. Um último beijo. Virar as costas. Ir em frente. Nunca olhar para trás. Nunca olhar para trás. Nunca olhar para trás...
De olhos secos, alma lacrimejante, viu-o partir pela janela...

Anukis

Fodografia de Gianni Candido descoberta
pela Gotinha. Sugiro que vejam mais esta.

Inocência

Desculpei-me de abrir a porta ainda naquele pijama de alcinhas e calções e sentei-me de pernas cruzadas no sofá de dois lugares. Ele seguiu-me, a entrever com um sorriso o contorno das nádegas nos calções brancos e recostando-se completamente no cadeirão. Gracejou que gostava mesmo era de me ver sem nada, em nome do excelente trabalho que Deus fez sem necessidade de cobri-lo com roupa. Respondi com o sorriso mais cândido que encontrei, descaindo a cabeça pelo ombro e as mãozinhas a agarrar as pontas da camisolinha. Os olhos dele, sem descurar um pulo aos mamilos adivinhados sob o algodão, brilharam deliciados a tentar descobrir se eu estava envergonhada e tinha corado como as meninas pequenas, o que lhe deu alento para dissertar que só coramos quando inocentemente somos apanhados a gostar de algo que não era suposto. Curvei-me para as alcinhas permitirem uma mais ampla visão do decote, desci e subi as pálpebras e de um jacto, estendi a mão ao meio das suas calças para melhor lhe exprimir que cumplicidade é entender o desejo do outro. Sentei-me ao seu colo pendurando os braços no seu pescoço e enchendo-o de beijinhos, a exibir a lição aprendida dos seus gostos. E fixando-o, fingindo ingenuidade, deslizei uma mão para abrir o fecho das calças, dar espaço ao seu passarinho e alçando-me, empurrá-lo para dentro de mim.

E só te menciono isto, Sãozinha, porque cada vez mais acredito que as meninas más é que vão a todo o lado.

Miragens da floresta


(cogumelos da Gotinha)

07 janeiro 2006

Faz um striptease em qualquer lado - video

elevator_pole.jpg
Vão subir

(na página de entrada crica em baixo, onde diz «Play».
Abre-se uma janela e seleccionas à direita o
tipo de programa que usas para visualizar videos)

A desculpa

Sempre quero ver o que ela me vai dizer agora. Sempre atrasada, mas sempre a sorrir como se fosse uma menina e eu tivesse de lhe perdoar tudo.
Tens 34 anos, porra! Cresce!
Chega a horas, pelo menos uma vez na vida!
Lá vem ela, a sorrir, a descarada. Com cara de pseudo-pedido de desculpas. Nem uma cara séria de pedido de desculpas consegue fazer, porra! Está a gozar. Nitidamente a gozar, antevendo o meu pronto perdão ao seu mínimo pedido de desculpas e justificação absurda. São sempre tão absurdas, tão esfarrapadas, tão sem jeito as justificações que ela faz o favor de me dar. É isso mesmo: faz o favor de me dar, de me conceder. Conta-me uma pequena história com um sorriso desarmante, com um brilho nos olhos hipnótico e com a expressão "toma lá mais esta, que tu gostas" e eu gosto. Gostava.
Gostava.
Acabou.
Acabaram-se as desculpas miseráveis, a falta de cumprimento de horários, o desrespeito reiterado de sorriso nos lábios. Acabou, ou há uma explicação convincente, séria e verosímil ou bau-bau. Amanhã é outro dia.
Faço-me duro, empedernido, cara fechada, sobrancelhas cerradas, dentes escondidos, mãos nos bolsos, sem um gesto de aproximação ou simpatia e rosno:
"Então?"
Ela sorri, como se eu também o fizesse:
"Comprei uma lingerie espectacular para logo à noite", e pisca-me o olho e manda-me um beijo, que lhe deixa os lábios lindos.
Assim está bem, explicações convincentes, sérias, verosímeis!
Descontraio-me, abro um sorriso, mostro os dentes, tiro as mãos dos bolsos e beijo-a:
"Eu também cheguei agora mesmo."

06 janeiro 2006

São Rosas


Oru

Assim também eu vendia apartamentos!

Nos anúncios Classificados do diário «as Beiras», de Coimbra, descobriram como criar filas para compra de um apartamento.
E ainda pedem desculpa na edição seguinte, pela sua genialidade:
Crica para veres como se vendem apartamentos que nem ginjas
Comprem, meninos, comprem!

(enviado pela Gotinha)

Flirt

Saí de casa e dei de caras com ele naquela tapete vermelho luminosamente macio como uma passerelle. Era um cinquentão charmoso, seguro e confortável apesar de menos sorridente que o Júlio Machado Vaz. Apenas pronunciando a frase "Olhos nos olhos" que juro, me deixou confusa. É que, Sãozinha, bem sei que somos a única espécie de mamíferos que o faz cara a cara e não exclusivamente num contacto de patas bamboleantes sobre os quadris da fêmea mas, honestamente, isso fez a diferença há milhares de anos atrás quando as mulheres perderam o período de cio para o terem à mão sempre que queiram.

E depois, aquela manifestação de paixão afigurava-se-me curta porque era apenas um olhar apaixonado. Pensei também que se por acaso eu fosse homem ou lésbica até poderia ter levado a mal aquela investida equívoca de olhos nos olhos, como se fosse um desafio e ora vamos lá a uma pega de caras para tirar a limpo quem é mais macho.

Acabei por me fartar de namoriscar com aquela cartaz cheiroso e lá segui para a bica rápida, no café da esquina, antes de mergulhar no stress do dia a dia.