08 janeiro 2006

Inocência

Desculpei-me de abrir a porta ainda naquele pijama de alcinhas e calções e sentei-me de pernas cruzadas no sofá de dois lugares. Ele seguiu-me, a entrever com um sorriso o contorno das nádegas nos calções brancos e recostando-se completamente no cadeirão. Gracejou que gostava mesmo era de me ver sem nada, em nome do excelente trabalho que Deus fez sem necessidade de cobri-lo com roupa. Respondi com o sorriso mais cândido que encontrei, descaindo a cabeça pelo ombro e as mãozinhas a agarrar as pontas da camisolinha. Os olhos dele, sem descurar um pulo aos mamilos adivinhados sob o algodão, brilharam deliciados a tentar descobrir se eu estava envergonhada e tinha corado como as meninas pequenas, o que lhe deu alento para dissertar que só coramos quando inocentemente somos apanhados a gostar de algo que não era suposto. Curvei-me para as alcinhas permitirem uma mais ampla visão do decote, desci e subi as pálpebras e de um jacto, estendi a mão ao meio das suas calças para melhor lhe exprimir que cumplicidade é entender o desejo do outro. Sentei-me ao seu colo pendurando os braços no seu pescoço e enchendo-o de beijinhos, a exibir a lição aprendida dos seus gostos. E fixando-o, fingindo ingenuidade, deslizei uma mão para abrir o fecho das calças, dar espaço ao seu passarinho e alçando-me, empurrá-lo para dentro de mim.

E só te menciono isto, Sãozinha, porque cada vez mais acredito que as meninas más é que vão a todo o lado.

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