22 janeiro 2006

Já telefonaram ao Cavaco a dar os parabéns?!


Doslez

Coisas do Carvalho II



Mais uma pérola do opúsculo de Alberto Martins de Carvalho sendo esta referente ao modo como o autor vê a questão do AMOR e a sua íntima ligação às questões MONETÁRIAS.
O amor não está assim só associado à paixão, ao romance, ás flores (botões de rosa), a um jantar romântico, à oferta de bombons, perfumes, leitura de poesia, pílula do dia seguinte, preservativo, etc., etc.

«O amor, assunto predileto dos romancistas, tem, como toda a gente sabe, intimas relações com os recursos pecuniarios de quem possue aquele sentimento, sendo frequentemente a ausencia ou a insignificancia dos recursos mencionados um obstaculo invencivel á realização de planos dourados pela poesia mais sedutora e deslumbrante, mas até a fome pode ser esquecida pela sua vitima emquanto d´uma maneira completa não tira a essa infeliz creatura as forças para ver o objecto amado ou para, não o podendo ver, lhe reproduzir mentalmente a imagem.»

(CARVALHO:1925. IV)

Thomas Rowlandson

A Maria sugere-te que revejas as obras eróticas do ilustrador inglês Thomas Rowlandson, que viveu entre 1756 e 1827:

Ilustrações eróticas de Thomas Rowlandson
Para mais ilustrações, sugiro que partas em viagem pelo Google Images...

noutra vida

Às vezes, como agora, fico a pensar como nos era possível dançar isto. Dançar sozinhos, na pista de dança, sem álcool em excesso, nem drogas que nos fizessem planar. Oiço agora e espanto-me, mas oiço agora e se me dessem a ouvir voltava a dançar, a abandonar-me sozinho, cantando baixinho, de olhos fechados e o corpo a balouçar como uma vela sob o efeito de um vento suave e quente. Bons tempos, éramos putos, lembram-se? Havia slows, sofás encardidos e beijos de língua como se o mundo pudesse acabar amanhã e só nos safássemos com grande e evidente destreza lingual (nem sei se esta palavra existe, mas, naquele tempo, o importante era mexê-la, senti-la). E as mãos? As mãos que, com vida própria, se encaminhavam para elas, para as sentir, para as sopesar, enfiavam-se nas camisolas, nos pullovers, nos soutiens, enfiavam-se por todo o lado, mas não iam logo às calças, tal como o prazer oral não vinha debaixo, vinha de outra boca, de outra língua. Hoje, ainda dançava bad, alive and kicking ou road to nowhere (mas esta toda a gente ainda dança), e adoraria numa pista cheia, sentir-me em paz a entregar-me ao the unforgettable fire, mas já não consigo beijar como fazia: o beijo pelo beijo.
Por um tempo, pouco (felizmente, devo dizê-lo, ainda que contrariando o que venho a escrever; vocês percebem), a boca foi o nosso principal órgão sexual a dois, e foi a partir da boca e da língua e da saliva que gastámos a levar as meninas a casa, a convencê-las a ouvir uma música (Ah! O eterno “e se eu não gostar da música?”, perguntava ela, e nós sorridentes, inchados, inocentes, respondíamos “vestes-te e vens-te embora”) que crescemos, que passámos a prazeres maiores, melhores, mais físicos.

Ah! O que nos faz o excesso de bebidas espirituosas e a ingestão de quilos e quilos de açúcar sob as mais variadas formas.

21 janeiro 2006

PARA QUE NÃO HAJA ENGANOS
HOJE O DIA É DEDICADO À
crica para veres os mamilos transformarem-se em mamilões

E às retardatárias, o Mano 1313 relembra que Domingo "é dia de ir às urnas"

Fodo-reportagem do Dionísio para a funda São

Recebi esta fodografia numa mensagem:
"Boa noite,
Tirei esta foto em Monchique há 3 anos durante o carnaval. Não conhecia o costume e, após uma pequena pesquisa na net, deparei com esta notícia do «Correio da Manhã»:
O aparecimento de estranhos espantalhos – com as partes íntimas do homem e pares de cornos simulados – pendurados em árvores em diversos sítios do concelho de Monchique tem intrigado a população e provocou já a intervenção das forças policiais locais, incomodadas com a imagem pública que os bonecos transmitem.
Desde há pouco mais de uma semana, têm vindo a aparecer naquela localidade algarvia e nos arredores vários bonecos 'enforcados' que pretendem, alegadamente, caricaturar alguém ligado a forças militares ou talvez à própria GNR. Fonte desta corporação leva tudo para uma brincadeira de Carnaval.
Os espantalhos, muitas vezes acompanhados com inscrições do tipo 'Não incomode, estou com dor de Corno', pese embora tenham começado a aparecer por altura do Carnaval – e daí uma eventual conexão a tropelias carnavalescas –, estão a intrigar a população, que em surdina vai dizendo que aquilo será uma chamada de atenção para uma quebra de fidelidade conjugal e para a apregoada fama de 'D.Juan' de um homem ligado a uma força policial.
Logo após o conhecimento da situação, militares da GNR local retiraram os 'bonecos' das árvores. Só que, posteriormente, os espantalhos continuaram a aparecer em vários locais e nos pontos mais altos de árvores, de modo a dificultar a sua recuperação.


Dionísio
alter ego de Ognid"


O Carlos Arinto acha que "a paisagem fica bem mais bonita com esses bonecos".
A Maria Árvore só diz que "podíamos introduzir esse lindo costume pelo país todo. Assim, como se fosse uma bandeira nacional". Bandeira não sei, mas mastro sem dúvida... e poupava-se no pano.
O Tiko Woods defende essa ideia "para o próximo Mundial de futebol. Em vez de pôr bandeiras em tudo quanto é sitio, estes bonecos eram muitos mais elucidativos das qualidades do desporto nacional".
O Seven traz-nos cientificidade [que faz aqui tanta falta como violar num enterro] aos comentários: "É natural que os bonecos estejam assim de pau feito. É um dado comprovado que a morte por enforcamento produz uma erecção no homem, frequentemente acompanhada por um orgasmo. Até parece que nunca viram «o império dos sentidos» do Há que ir ao cu à Zava (ler Akira Kurozawa) em que a tipa lhe saltava p'ra cima e o estrangulava... Também há quem se borre todo. Nunca vi é ninguém enforcado com um colete reflector - supremo suplício!".

Contrato contraceptivo

Durante a semana, ele largava o emprego na minha hora de adormecer e já eu almoçava quando ele se purificava no duche. Aos fins de semana, caso não precisasse de ir trabalhar como voluntário à força do contrato que podia ser rescindido no final de cada mês, lá conseguíamos destinar tempo para sacudir a pele e despojá-la das tensões e fluidos acumulados e não me perguntes, São, como nos conhecemos porque, obviamente, tal milagre só foi possível por obra de desemprego.

Ele era apenas um dos muitos e muitas help desk que ganham a vida com um telefone colado à orelha durante todo o santo dia, com horários que entram pela noite dentro e deixam uma réstea de manhã para acordar e tomar banho.

O melhor que lhe podia acontecer no horário de trabalho era a colega da secretária da frente usar calças de cintura descaída que deixassem florescer a cuequinha de fio dental num rabo rotundo e firme para merecer a escapadela do olhar.

As nossas manobras de cama eram executadas em piloto automático de sobe, desce, insiste, insiste e, se restasse algum neurónio, lá se falava de algo mais do que o correr dos dias, ambos cingidos na prisão da paixão que a cadeia do emprego permitia.

Acabámos por dissolver a sociedade que não se compatibilizava e fazia mesmo perigar a postura adolescente de viver sem horas e sem compromissos, ficando eu convencida, Sãozinha, que na actualidade, o melhor contraceptivo são os contratos a prazo.

20 janeiro 2006

Uma resposta desarmante

Recebido por e-mail e contado como verídico. Não teria menos graça se fosse uma anedota nem a filosofia subjacente vem ao caso.
Passou-se numa entrevista de rádio, por uma jornalista fêmea (sendo este pedaço de informação um pormaior e não um pormenor como à primeira vista poderia parecer), a um General Fuzileiro norte americano que iria receber, nas respectivas instalações militares, um corpo de escuteiros.
A conversa terá sido mais ou menos esta, que eu não sou tradutor licenciado:


Entrevistadora: General Reinwald, o que vai ensinar a estes jovens quando visitarem a base militar?
General Reinwald: Vamos ensinar-lhes escalada, canoagem, tiro com arco e tiro ao alvo.
Entrevistadora: Tiro ao alvo!?! E isso não é um pouco irresponsável?
General Reinwald: Não vejo por que motivo, irão ser adequadamente supervisionados na carreira de tiro.
Entrevistadora: Não lhe parece que é uma actividade extremamente perigosa para ensinar a crianças?
General Reinwald: Não vejo como. Vamos ensinar-lhes todas as condições e procedimentos de segurança antes de sequer tocarem numa arma de fogo.
Entrevistadora: Mas está a equipá-los para serem assassinos violentos!
General Reinwald: Bem, a senhora também está equipada para ser uma prostituta mas não o é, pois não?
A rádio ficou silenciosa e a entrevista terminou aqui.

Um Acto de Caridade

(via Sasisa)

No resto do mundo, nada de novo...



Bem, se me sair hoje o Euro-Milhões estou a pensar, entre outras coisas, a pagar-me uma viagenzinha à Austrália. Parece que por lá é que o pessoal se diverte à brava. Mas é que é indiscriminadamente toda a gente. Grande país.
Mudando de assunto, num estudo recentíssimo (acabei de inventá-lo há 30 segundos atrás), 1 em cada 3 pessoas, no mundo, é completa e totalmente Xalada. Só não acredita nisso quem não quer.

Enterra à viiiiiiiiiiiiistaaaaa!

O Nikonman enviou-me esta imagem.
Será que só eu é que vejo nisto... uma roda do leme?! Ou serão Só ares?! Pelo menos parece que nesta roda são todos iguais. Com uma roda assim, conseguirá levar a carta a Garcia?! Irá partir a Louçã toda?! Pelo menos parece estar Alegre.
Eu só sei que a minha política é a política do car... trabalho!

O Tiko Woods voltou!

Meninas, desapertem os vossos cintos, reclinem as costas das cadeiras e deixem cair as vossas máscaras. Relembramos que estes são voos cor de rosa, pelo que é permitido fornicar.
Que bem te venhas, Tiko Woods
Tiko Woods Airlines

Imagem enviada pelo 1313

19 janeiro 2006

Coisas do CARVALHO I

«Convêm muito á mulher que alcance uma boa posição social para não ser uma escrava do homem, mas não levemos as coisas a tal ponto que ela abandone os trabalhos domesticos, para os quaes a sua natureza é mais propria que a dos membros do sexo forte.»

in CARVALHO, Alberto Martins de (1925) Vida Pastoril e A Senhora Professora. Dois romances Pequenos
Coimbra: Imprensa Académica. Páginas VIII-IX

Nota de Pé de Porco:
Homens de Portugal, Algarve e arredores estamos safos! Quando nos pedirem para dar uma ajuda nos trabalhos domésticos, nós, sexo forte, vamos recusar polidamente mas com firmeza (tipo pequenino mas grosso) pois não estamos fadados para tais trabalhos que face à sua índole devem ser executados pelo chamado sexo fraco.