Arte de Karin Frank. |
15 março 2006
CISTERNA da Gotinha
A fé move a informática
É o que fazem o Engenheiro Que Não Paga as Quotas da Ordem e a sua equipa.
Desta vez, trouxeram-me a novidade do milénio. E eu, como sou altruísta - forma eufemística de dizer que sou uma língua (e lábios) de trapos - morria se não vos contasse:
Aja Kona!
Perdão Divino
Perdão Divino
by Margarida Beijaflor
O ranger da chave na enorme fechadura produzia um eco que ressoava do interior daquele imenso espaço projectando-se pelo silêncio do largo fronteiro à igreja. Um silêncio claro, como o alvor que anunciava a chegada em breve do rei dos dias. Acto contínuo, todo o som que estava agora vivo dentro da nave somava-se em ecos sucessivos aos sons das dobradiças da pesada porta, gemendo intemporalidades que se desdobravam em repetições secas nas paredes das casas que assistiam mudas nos seus sonos.
Dona Genoveva entrou com todo o respeito, benzeu-se e fechou a porta.
À medida que a Primavera avança, a luz entra mais cedo pelos vitrais até ao ponto glorioso do pino do Verão em que todo o espaço se entrega ao prenúncio colorido das glórias celestes desde as horas mais temperãs.
Sentiu um arrepio breve, misto do êxtase religioso e do frio que emana das enormes naves, feitas para fazer sentir a pequenez do ser humano perante a grandeza do transcendente. Olhou para o altar e zelosamente limpou os pequenos vestígios de hóstia, deu uma vassourada no chão e acendeu as velas para missa das seis que daí a pouco começaria.
Depois, ajoelhou aos pés do pequeno altar lateral erguido ao santo padroeiro da sua devoção. Pedia pela filha. Perdida nas voltas da vida, dedicara-se à prostituição...
É certo que jamais se esquecera da mãe, viúva bastante cedo, e o dinheiro que mandava regularmente ajudava bastante. Pedia ao Santo que intercedesse junto a Nossa Senhora para que perdoasse a filha dos pecados, e que nunca a deixasse cair em aflições. Agradecia aos céus a bênção do dinheiro que ela enviava e com o espírito imbuído do mais genuíno impulso de caridade punha uma moeda na caixa da esmola dia sim, dia não.
Na rua já se ouviam os passos das fiéis que nunca perdiam a primeira hora do dia para o louvor do Senhor. Teria de ir abrir a porta. Na ala lateral ao altar soavam os ruídos do prior, mexendo em gavetas, fechando armários e ajeitando as vestimentas e outros preparos para a celebração. Genoveva levantou os joelhos doridos e na sua elegância seca, dos quarenta e muitos anos, dirigiu-se com um sorriso nos lábios para a sacristia.
Tinha a certeza que Deus perdoava a sua filha, já que as fodas que Genoveva dava com o padre, eram a própria essência do amor a Deus, personificado nos actos sublimes com que o seu representante terreno a distinguira.
Ali mesmo sob a bênção da casa do Senhor Todo-poderoso. - Amar a Deus sobre todas as coisas... - Repetia ela baixinho enquanto os olhos se reviravam na entrega... - E perdoai os nossos pecados e ofensas assim como perdoamos a quem nos tem ofendido... - E entre os ais e os sufocos dos orgasmos sentia a mão de Deus plena de poder a abençoá-las.
Mãe e filha! Libertas de todo o pecado, pela glorificação conseguida através do sacrifício do seu corpo em louvor à Sua grandeza...
Poeta da boca cheia - por Alcaide
Poeta da boca cheia de palavras,
Que um dia o vento as leva pelo ar,
Faz lindas frases se as junta a sonhar...
Escultura feita em cinzel. E as grava!
Como na terra... o soneto que lavras
Cresce em emoções.Vai alimentar
O amor, o ódio, a ideia e sem parar
Enche de paz a tristeza, que travas!
E se uma imagem tão bela como esta
Correr mundo e tocar um coração,
Vê que afinal toda a palavra é lesta.
Só as tuas palavras caem no chão,
Qual langonha de boca que não presta,
Qual comedor de piças... Comilão!
Alcaide
14 março 2006
After hours
Levas-me a casa? – perguntou ela.
Claro que levo. Não me custa nada. – respondeu.
Estavam a acabar de jantar depois de um dia extremamente cansativo no stand que a empresa tinha naquela exposição da FIL. Reuniões consecutivas a aturar gente chata que, sabiam por experiência própria, na grande maioria dos casos não iam dar resultados nenhuns. O jantar tinha sido relaxante – boa comida, boa bebida, muita conversa e, muito convenientemente, às custas da empresa.
No caminho passaram junto a um daqueles bares / discotecas tipo tropical que existiam ali para os lados da Alameda.
Vamos beber um copo, nunca ali fui e gostava de conhecer – disse-lhe. Ela anuiu prontamente.
Depois de ingeridas algumas mistelas estranhas e muito alcoólicas a conversa fluía naturalmente, os corpos encostavam-se e as mãos tocavam-se.
As mãos sentindo as mãos, as mãos deslizando nas pernas, as bocas começando a trocar beijos em vez de palavras.
Madrugada avançada parou o carro em segunda fila perto do prédio onde ela morava. Não podemos subir, o meu filho está em casa, disse ela. Zona perigosa para ficarmos aqui no carro, pensou ele, mas que se lixe. Portas trancadas, vidros fechados, a música no rádio.
As mãos subiram por dentro da camisola dela, abriram os botões da camisa acariciaram-lhe a pele e tocaram levemente os seios por cima do tecido macio do soutien. Com a ponta dos dedos tocou-lhe os mamilos premindo e mexendo suavemente. A respiração dela mais apressada. As bocas coladas, línguas em combate, ofegante. Puxou-lhe o soutien para cima destapando os seios pequenos e firmes. Cabiam-lhe na mão. Ela desabotoou-lhe o botão das calças, correu o fecho e acariciou-lhe o sexo erecto. As mãos dele imitaram-na. Ela levantou-se ligeiramente para que lhe pudesse puxar as calças para baixo. Procurou-lhe a humidade por cima das calcinhas. Sentiu-a, acariciou-a e penetrou-a ligeiramente com os dedos. A respiração dela cada vez mais rouca, a mão agora já segurando o sexo dele e movimentando-se cada vez mais rapidamente. Tirou-lhe as calcinhas e puxou-a para cima dele…
Pancadas no vidro! Através do vidro embaciado apenas viu um vulto. Abriu ligeiramente a janela. «Desculpem incomodar mas estou aqui há meia hora a ver se acabam e já não posso esperar mais. Tenho que ir trabalhar e o vosso carro não deixa sair o meu».
O fgs esclarece: "escusam de estar para aí com teorias sobre o homem, o que via, o que queria ver, que eu é que sei. A história até se passou comigo:
Foi depois de um jantar bem relaxante
que a conduzi a casa, no Barreiro.
Quedámo-nos pelo carro e um formigueiro
atacou-nos os corpos de rompante.
Esfreguei-lhe as rijas mamas e o traseiro.
Com as línguas em combate fulminante
pus-lhe os dedos na greta suplicante,
e eis que aparece um vulto e diz matreiro:
– Desculpem chatear, ó meus amores,
estão-me a tapar e vou para o trabalho.
(Secou-se a cona... Os colhões com dores...)
De rijeza a esvair-se do mangalho,
concluí que mais valem mil voyeurs
do que um empata-fodas do caralho"
Caralhema - Quem é amigo, quem é?
Ivete Sangalo e Marla Singer - por Bruno
A Ivete estava a olhar para mim, e dizia: |
13 março 2006
confisSão
Vai descrevendo ao padre os seus pecados
uma virgem madura em confissão:
– Sonho ser fornicada por tarados
e masturbo-me a ver a Funda São.
– Ai a São... Que momentos bem passados... –
Geme o prior de picha já na mão.
E, mirando-lhe os bicos bem espetados,
diz com voz embargada de tesão:
– Ó filha, escuta bem o que te digo!
Mereces o mais duro e vil castigo
por tais ofensas teres cometido.
Os sonhos e as punhetas dão saúde
e ir à Funda São é uma virtude.
Pecado mesmo é nunca teres fodido.
Gêmias?
«Queres fazer um intervalo coraSÃO?»
São Rosas - a mim isto fez-me imaginar este diálogo de engate em Aveiro (por exemplo, entre o Seven e a Didas):
- Miúda, queres vir apanhar moliço?
- Eu preferia que fosse duriço...