07 maio 2006

Os anjos - por Maria Teresa Horta

Os anjos descobrem
a vulva
no mesmo instante

em que sabem
do pénis:

com
as pernas ligeiramente
abertas
e desviando as asas

São raríssimas as
asas
que não partem dos seios

a florir nos
ombros

Como um manso púbis
com os seus veios
de sombra

E o anjo
debaixo
ficou a acariciar o pénis
do anjo que voava
por cima

de manso procurando
o fundo
da vagina

Maria Teresa Horta
(obrigada, LolaViola, por nos relembrares mais esta delícia)

Terror no mictório!


(se não vires a língua a dar a dar, crica aqui)

06 maio 2006

historietas orgânicas


Acabei de publicar no meu blogue um conjunto de cento e algumas pequenas histórias a que dei o nome genérico de historietas orgânicas. São, como é meu apanágio, profundas reflexões filosóficas sobre a natureza humana, transpostas, neste caso, para ficcionadas relações entre órgãos do corpo. (Quase me vim a escrever isto, caralho!)
Ora, é fácil de entender que com órgãos e relações vieram-se-me logo à cabeça umas mais porcalhotas que achei por bem publicar aqui e partilhar com todos os visitantes do blogue porcalhoto por excelência.

1. A boca, cansada de dar à língua, mandou o pénis trabalhar.

4. Era inevitável que o pénis e a vagina se apaixonassem. Ambos existencialistas, partilhavam uma grande paixão pela língua.

17. Trocado pelo vibrador, o pénis mantinha-se vigorosamente em pé numa clara atitude de desafio. A verdade é que não se atrevia a virar-lhe as costas.

24. «Não há cu que me aguente», apregoava o pénis todo inchado.

27. O pénis gabava-se de conhecer centenas de bocas. «É muita garganta», comentou a mão.

30. A bexiga, farta da urina, mandou-a para o caralho.

47. Quando aquele órgão era tocado, as cordas vocais tinham trabalho garantido.

52. Velocidade excessiva e falta de aderência fizeram os testículos estatelarem-se no rabo.

54. A relação entre o pénis e a vagina anda atribulada. Alguns minutos juntos e está o caldo entornado.

57. O batom deslizava pelos lábios superiores e os inferiores roíam-se de inveja.

61. «Nem só de mamilos vive a língua», assegurou a vagina feliz.

65. Quando sentia fome, o pénis tinha cinco dedos à mão de semear.

69. Enquanto as unhas coçavam o escroto, o cu roçava-se pelas paredes.

77. A glande viu o clítoris e mijou-se de riso.

79. «O cuzinho é um descanso», confirmou a coluna vertebral.

82. Na masturbação a mão leva a palma a qualquer um.

99. A púbis mudou radicalmente de visual. Rapou-se e os chatos deixaram de a importunar.

103. Os lábios da boca da cabeça confraternizavam em ângulo recto com os lábios da boca do corpo.

106. «Adoro sexo oral», dizia o pénis à boca cheia.

anexo A. O pénis rejubilou quando descobriu que aqueles lábios não escondiam dentes...

O fetiche (2º episódio) - por Charlie

(do 1º episódio)

Enquanto esperara por ele dentro do carro, olhara para mim mesmo a tentar compreender o que estava ali a fazer. Achava-me perdido numa história que não era minha.
Como a partir dumas cervejas bebidas no meio de conversa de treta me vira de repente dentro do carro de um tipo que mal conhecera uma semana antes, à porta não-sabia-de-quem, para entrar num enredo de sexo com apontamentos de práticas desconhecidas e que me traziam um misto de curiosidade e desconforto. Pensei em sair dali. Tomar rumo a uma das estações da Linha cujo comboio soara um momento antes no chiar do ferro contra ferro da travagem, antecedido pelos saltos das ruidosas juntas de dilatação que continuam a existir nas estações. Tomar um comboio qualquer para qualquer lado longe dali...
Mas agora já era tarde.
- Anda... - dissera ele ao regressar do prédio onde minutos antes entrara, logo continuando com recomendações de silêncio e prudência - Não faças barulho... passe-se o que se passar, fica quieto até eu dar o sinal e chamar-te.
Segui atrás dele subindo um lanço de escada. Chegados ao primeiro andar, meteu a chave, abrindo sem ruído a porta do apartamento, avançou à frente fazendo sinal com o braço esticado e a palma da mão para baixo para que eu ficasse escondido.
Por entre a fresta da porta vi-a em pleno pela primeira e única vez na vida.
Ela tinha acabado de sair do duche, roupão desabotoado e o cabelo ainda molhado.
Estava no quarto e o momento em que ela, de perfil, puxava os cabelos para trás, ficou-me para sempre gravado na retina.
Mantive-me escondido, colado à parede, mal me atrevendo a espreitar por uma nesga.
Assisti ao envolvimento, os lábios e línguas, roupas voando, corpos e sons em surdina e em crescendo contínuo.
Aproximei-me muito devagar, encostando a porta do apartamento e mantendo-me na sombra, enquanto eles se envolviam na entrega completa dos preliminares. Avançando com os rostos tomados pelos Deuses dos sentidos. Anunciando o momento alto que chegava a passos largos. Depois, com o rosto ruborizado, num breve momento de relaxe, ela pôs-se na posição adequada e vi-o prendê-la aos ferros da cama. Um sorriso e, acto contínuo, pegou na gravata vendando-lhe os olhos.
Vi-a apertar as mãos em punho fechado, sinal de tensão, forma subtil de revelar um gozo não explícito de masoquismo, estremecendo ao pensar no que o parceiro lhe poderia infligir, sem que ela se pudesse defender, nem ver o que se estava a passar.
Corpo aberto, peito firme espetado no ar, puxando pelas algemas e torcendo o corpo. Denunciava o estado de expectativa por leves ondulações que lhe percorriam o corpo, estremecimentos que nasciam no fundo do imaginário povoado de fantasmas que a devoravam e espicaçavam a sua libido.
Dei por mim olhando para aquilo tudo sem perceber o meu papel. Espectador de mim mesmo num cenário sórdido.
Por um instante dei um passo atrás para retirar-me daquela loucura. Sair dali, que não me via a ficar impávido a assistir às intimidades entre terceiros. Dei mais um passo quando ele de repente se virou. Nas mãos, tinha uma pena de ponta afiada, leve alegoria literária, com que ora espetava numas zonas do corpo, arrastando de seguida linhas que ficavam vincadas na pele, ora desviava para o extremo oposto passando muito levemente os pêlos pelos pontos sensíveis, que ela denunciava em estremecimentos e morder dos lábios. Depois, picava no corpo com força, retirando de seguida. Ficava à espera e a gerir a expectativa da sua presa, ameaçando em expressões suaves que ia picá-la outra vez, mas não passando de um mero gesto que depois abortava, deixando-a num completo fervilhar dos sentidos. O seu corpo de mulher rendida à aventura maior da sua condição. Pura poesia sem palavras. Pus a mão no puxador da fechadura, muito levemente, para sair.
Nisto, olhou para mim, de olhos vermelhos excitados e fez-me um sinal com a cabeça, acenando para eu me aproximar...

(continua)

Charlie

crica para visitares a página John & John de d!o

05 maio 2006

O ténis é que está a dar

raim's blog

Olha eu a invaginar...


Este fim-de-semana Deus, que é grande, vai permitir que alguém, de repente na rua, me ofereça flores.
Eles não sabem, mas nós sabemos, que o sonho cumanda a vida...
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CISTERNA da Gotinha

Sandra Shines mostra as suas pernas que nunca mais acabam.

A menina gosta de lingerie
branca

Jade é o nome da menina.

Bom dia,
Yvonne dorminhoca.

O
Homem Aranha fica excitado.

As estátuas também têm
necessidades!

Katrina Witt: galeria de fotografias da menina tal como veio ao mundo.

Bom fim de semana

Crica para veres a imagem em ponto grande
fotógrafo - Niko Guido
versão a preto e branco aqui

comece o dia...

Crica para saberes o que é bom para a saúde
... com fruta boa e fresquinha!


(foto: Michael Schultes)


Bom fim de semana!

Policial

A princípio não percebi o que fazia aquele pénis na minha boca e aquele par de testículos na minha mão. Depois, vislumbrei que pertenciam àquele ser que vagamente recordava de copo na mão no meio do brilho e penumbra das luzes da discoteca e que agora insistia em me pressionar a cabeça para trás e para a frente de encontro ao seu emaranhado de pêlos púbicos. Percebi também que outro energúmeno de mãos firmemente alapadas às minhas nádegas usava a minha vagina como cabo de deslocação do seu teleférico, embora também me parecesse adepto do TGV.

Não é, Sãozinha, que eu tenha nada contra as actividades recreativas dos outros mas reconheço que me desagrada não decidir em quais participo. Que até me parece mesmo indelicado usar obnubiladores da consciência para desbloquear os nossos sistemas de segurança e assaltarem-nos o corpo como uma casa de proprietário ausente.

Neste entrementes, também me imaginei a apresentar queixa de violação na esquadra, assomando-me ao balcão, com o gajo de serviço a medir-me a maioridade e a vacinação e a questionar-me sobre a certeza da queixa e sobre as provas que deviam ser colhidas e validadas por um médico, perante a notória observação de alto a baixo de outros queixosos presentes e acompanhada pelo burburinho dos comentários de outros funcionários que vais ver que a gaja se chateou e agora quer fazê-lo pagar e que porra que agora não temos nenhuma gaja de turno para atender a mulher.

E como o que tem de ser, tem muita força, dei uma cordial dentada no nabo da frente, um coice nas bolotas do de trás e como um turbilhão alcancei as minhas roupas, abri a porta da rua e corri-me a vestir no elevador em deslocações sucessivas entre o solo e o último andar, até fugir daquele edifício para o Instituto de Medicina Legal.

5º Encontra-a-Funda - 23 a 25 de Junho no Porto

O grandioso Jorge Costa já está a recolher inscrições para o 5º Encontra-a-Funda, que se realizará no Porto, no fim de semana de 23 a 25 de Junho, aproveitando a ideia da Jacky para aproveitarmos ser o Som Joõm.
Assim, o 5º Encontra-a-Funda vai ser patrocinado pelo alho porro.
Como será um fim de semana de muito movimento no Porto, teremos que marcar as dormidas e as refeições com antecipação. Os detalhes do programa irão sendo divulgados às mijinhas.
Para já precisamos saber quem vai e quem precisa de alojamento.
Envia-me um e-mail.
E aceitam-se sugestões para o programa.

«Vamos todos para o alho porro!»