23 maio 2006
22 maio 2006
Havia muito tempo que não sentia a quentura de um olhar assim toldado pelo desejo.
Parece treta lírica barata, mas foi assim que mo contou e acredito que foi assim que o sentiu.
Uma coisa era o desejo morno que lhe chegava com os piropos, com as cabeças que se viravam para a seguir com o olhar. Uma coisa era o desejo esperado de um envolvimento que começava com os beijos e carícias costumeiros e que ela já sabia de cor.
Outra coisa tinha sido este calor. Aquela espécie de calor que turva o olhar de quem o sente, que faz os gestos surgir incertos, que enrola na língua as palavras.
Foi tudo isto que viu nele. Num breve momento, daqueles que são um pequeníssimo instante, um sopro pelo qual mal damos se nos calha distrairmo-nos a acender um cigarro, mas um instante infernalmente quente, daqueles que geram a primeira onda de volúpia.
Não tinham faltado sinais de que ele a queria, tanto como outro qualquer, uma resposta fácil e imediata aos impulsos animais de cada um. Mas este olhar, este fogo que por um instante brilhou no seu olhar, o quase constrangimento, conferiram-lhe uma certa nudez, daquelas que nos despem o pensamento.
Por um instante, brevíssimo, ela sentiu-se poderosa. Foi o poder de, ainda que por um instante, estar no controlo, o leme era seu, levava-o onde ele suplicava que fosse, ou não. Ela decidia perante a total incapacidade do homem, por um instante refém de um desejo que não esperara tão intenso.
Há instantes assim. Raríssimos. Estes são quase de corpo e alma. O que vem depois já não interessa, depois é sempre igual. É este o momento. Absoluto. Pleno.
Ou, pelo menos, assim mo contou.
Parece treta lírica barata, mas foi assim que mo contou e acredito que foi assim que o sentiu.
Uma coisa era o desejo morno que lhe chegava com os piropos, com as cabeças que se viravam para a seguir com o olhar. Uma coisa era o desejo esperado de um envolvimento que começava com os beijos e carícias costumeiros e que ela já sabia de cor.
Outra coisa tinha sido este calor. Aquela espécie de calor que turva o olhar de quem o sente, que faz os gestos surgir incertos, que enrola na língua as palavras.
Foi tudo isto que viu nele. Num breve momento, daqueles que são um pequeníssimo instante, um sopro pelo qual mal damos se nos calha distrairmo-nos a acender um cigarro, mas um instante infernalmente quente, daqueles que geram a primeira onda de volúpia.
Não tinham faltado sinais de que ele a queria, tanto como outro qualquer, uma resposta fácil e imediata aos impulsos animais de cada um. Mas este olhar, este fogo que por um instante brilhou no seu olhar, o quase constrangimento, conferiram-lhe uma certa nudez, daquelas que nos despem o pensamento.
Por um instante, brevíssimo, ela sentiu-se poderosa. Foi o poder de, ainda que por um instante, estar no controlo, o leme era seu, levava-o onde ele suplicava que fosse, ou não. Ela decidia perante a total incapacidade do homem, por um instante refém de um desejo que não esperara tão intenso.
Há instantes assim. Raríssimos. Estes são quase de corpo e alma. O que vem depois já não interessa, depois é sempre igual. É este o momento. Absoluto. Pleno.
Ou, pelo menos, assim mo contou.
fotografando o dia
São, não sou capaz de te recusar nada!...
- foto e poema de OrCa
A pedido de vários membros e membranas, o OrCa esclarece:
como dizer-vos o nome da rua
que pedis nesse tom tão ligeiro?
a verdade bem nua e mais crua
é ser rua deste mundo inteiro
pois por mais que se ande e desande
que se crie, se funda, se inove
seja qual for a rua em que se ande
há-de haver por lá um seis e um nove
e depois cada um que se ajeite
ao sair ou entrar na função
e se apure no doce deleite
de brincar com tal numeração...
O Charlie dá uma achega (contracção de «ai» com «chega», verbo dúbio muito usado pelas gajas, que tanto quer dizer «basta» como «aproxima-te»):
"Em voltas loucas e infinitas
Onde já não se encontra o Norte
Andam de cabeça aflita
Procurando a sua sorte.
Estarei agora em cima,
e tu lá do lado de baixo,
Ou será que troco ainda
O sítio que já não acho?
Vejo-te todo enrolado
No novelo que me envolve
O setenta é ao lado
O meu é o sessenta e nove."
O Alcaide oferece-se para testes:
"Serei o seis com as pernas para cima
Serás o nove com pernas para baixo
Sessenta e nove é a casa que anima
Se bonito o nosso amor eu já encaixo"
A Papoila Rubra agradece o esclarecimento:
"Resta-me então agradecer
ao gentil cavalheiro OrCa
a vontade de me esclarecer
com tão esmerada resposta
Quando o corpo à delícia convida
e há desejo que a vontade comporta
de nada serve o nome da rua...
que se lixe o número da porta!"
provocação
fazem números de nós
amor
de quase nada
e no entanto há tanto
tanto amor
feito de nada.
- foto e poema de OrCa
A pedido de vários membros e membranas, o OrCa esclarece:
que pedis nesse tom tão ligeiro?
a verdade bem nua e mais crua
é ser rua deste mundo inteiro
pois por mais que se ande e desande
que se crie, se funda, se inove
seja qual for a rua em que se ande
há-de haver por lá um seis e um nove
e depois cada um que se ajeite
ao sair ou entrar na função
e se apure no doce deleite
de brincar com tal numeração...
O Charlie dá uma achega (contracção de «ai» com «chega», verbo dúbio muito usado pelas gajas, que tanto quer dizer «basta» como «aproxima-te»):
Onde já não se encontra o Norte
Andam de cabeça aflita
Procurando a sua sorte.
Estarei agora em cima,
e tu lá do lado de baixo,
Ou será que troco ainda
O sítio que já não acho?
Vejo-te todo enrolado
No novelo que me envolve
O setenta é ao lado
O meu é o sessenta e nove."
O Alcaide oferece-se para testes:
Serás o nove com pernas para baixo
Sessenta e nove é a casa que anima
Se bonito o nosso amor eu já encaixo"
A Papoila Rubra agradece o esclarecimento:
ao gentil cavalheiro OrCa
a vontade de me esclarecer
com tão esmerada resposta
Quando o corpo à delícia convida
e há desejo que a vontade comporta
de nada serve o nome da rua...
que se lixe o número da porta!"
Acautelar o futuro.
Entretanto os responsáveis Europeus continuam a lutar diariamente por repor as populações de pescado no Atlântico norte, não só diminuindo as capturas, através de quotas impostas às frotas pesqueiras, mas também incentivando a procriação, sobretudo em espécies em perigo. Ainda há esperança. |
Já! Nela... com força.
Menina estás à janela, com o teu. Que bela é nua, sem senão. Vou-me embora que já chove na rua. |
CISTERNA da Gotinha
Sensualidade a preto e branco com este casal da Arena.
Os cortinados estão bem arejados.
Raquel Gibson é o nome da jeitosa.
Orgasm Girl: o joguinho do dia.
O calor aperta e as gotinhas de suor nascem por todo o corpo...
Keeley Hazell na sessão fotográfica da FHM.
Vídeo: duas meninas a partilharem o seu baton-gloss... será da Yves Rocher??!
A orgástica Tera Patrick no Howard Stern show a dar show!
O zb é fodido... e ainda lhe pagam horas extras!
"Lembro-me de quando era chavalo de 19 anos e trabalhava num escritório de uma fábrica.
Ficava muitas vezes a fazer serão. Uma colega já madurinha em relação a mim (tinha o dobro e uma filha quase da minha idade, mas boa como o milho) também ficava (e não tinha trabalho que o justificasse). Para além de me trazer lanchinhos e ter deixado de usar soutien, era só carinhos maternais comigo. Até que, uma noite, começou a chorar, a dizer que a vida era uma merda, que o marido era um bandido e eu acabei por a abraçar.
Nisto, entre o abraço e o choro, começou-me devagarinho a morder-me a orelha, e eu, que era puto mas não era conas, comecei a acariciar-lhe o rosto. C'um caralho, passou de frágil e chorosa à mais selvagem leoa que eu já tinha visto até então. Saiu ali uma noite de serão bem memorável (com horas extra pagas a 200%). Mais umas noites se seguiram, até que eu saí da empresa e nunca mais a vi.
zb"
Ficava muitas vezes a fazer serão. Uma colega já madurinha em relação a mim (tinha o dobro e uma filha quase da minha idade, mas boa como o milho) também ficava (e não tinha trabalho que o justificasse). Para além de me trazer lanchinhos e ter deixado de usar soutien, era só carinhos maternais comigo. Até que, uma noite, começou a chorar, a dizer que a vida era uma merda, que o marido era um bandido e eu acabei por a abraçar.
Nisto, entre o abraço e o choro, começou-me devagarinho a morder-me a orelha, e eu, que era puto mas não era conas, comecei a acariciar-lhe o rosto. C'um caralho, passou de frágil e chorosa à mais selvagem leoa que eu já tinha visto até então. Saiu ali uma noite de serão bem memorável (com horas extra pagas a 200%). Mais umas noites se seguiram, até que eu saí da empresa e nunca mais a vi.
zb"
Quem quer andar de helicóptero e no balancé?
Helicopteralho
Boa semana... São Rosas!
Matahary - "E eu a pensar que era um envelope! Mas num envelope
Fotografia de Claus Jensen
21 maio 2006
soneto à beira da cama
só meto a mão em soneto
se noto nata na estrada
sentindo toda molhada
a mão que na mata meto
e vou da quadra ao terceto
quase sem que dês por nada
nadando a mão mareada
arrimo arrumo e arremeto
abres-te em prata no verso
como porta de um tesouro
onde eu entro já converso
num arremesso de touro
logo amanso controverso
fechando o soneto em ouro.
O OrCa prova do seu próprio remédio, porque a Espectacológica ode-o:
"e quando de manhã te levantas?
ainda te lembras do ouro
porque a estatueta é de mijo
ela olha de soslaio o touro
e reza para que continue rijo
diz-lhe: anda cá meu tesouro
pisca o olho e atira um beijo
ele mija e sacode o besouro
ela húmida parece um queijo
finalmente vão a banhos
extenuados de tanta estrada
ficam limpos e sem ranhos
e ela fica sempre molhada
e ele de diversos tamanhos
sempre prontos na entrada"
O Alcaide reode-o:
"Poeta sou a brincar,
digo a sorrir uma rima;
meu verso é boca que arrima,
p´ra poesia cantar.
Esta quadra vai tocar
No terceto que a mima.
Dá-lhe força que anima
O sonho vai começar
A rima agarra-se tanto
ao amor que lhe prometo
que sorri banhada em pranto!
Toda a poesia lhe meto
(o verso sobe... eu garanto)
e gozo assim com o soneto!"
O OrCa auto-ode-se (isto é, masturba-se em verso):
"como eu gosto destes jogos
a um - a dois - a um cento
quando a um lhe falta alento
noventa e nove são fogos
desdobrados em afagos
furiosos - ternurentos
rapadinhos - penugentos
mais ricos que três reis magos
mesmo não metendo a mão
em tal pratinho de estalo
reavivo a sensação
de haver no mundo este embalo
e fica-me a sugestão
de querer experimentá-lo"
Volta (mas não se volta) o Alcaide: "E eu não gosto?...
Eu sabia que num dia,
na vida iria encontrar
poetas que a versejar
fossem grandes na poesia.
E sonhei que ainda teria
palavras p'ra recordar
mil... estou a exagerar.
Basta o Orca. Que alegria
E venham todos cantar
Ninguém tenha nostalgia
porque o sonho... é sonhar.
Dizer palavras um dia,
frases se as junto no ar,
ideias belas ou... porcaria!"
O Nelo ensina:
"E quem nam xprementa
E nam çe afoita
Nam sabe do gosto a pimenta
E no céu que alimenta
De que gostou o Alcagoita.
Ele comessou tud açim
Fasendo a tal converça groça
Agora vem já até mim
Diz : - Nelo, isto é mesmo açim
É tam bom! Minha nóça!
Éi da forma que todos ção,
Comessam por chamar paneleiro,
E dpois da comixão
Çublimar-lhes o tesão,
Já çó querem no trazeiro
E nam digam coiza reles,
desta arte; uma alegria
Squeçam lá das voças peles
Venham ver quisto nam expele
Apenas só as porcarias.
É uma coiza bem sublimi
Que os Nelos todos conhessem.
Aguentem lá o pau todo firme
Vão se vir cumo éu çê vir-me
Nunca máis duma melhér caressem..."
O Alcaide respode: "Entrou o rabeta a preceito... de qualquer jeito!
Se não estou sereninho
louco da vida que arrasa,
descanso na minha Casa
aqui no centro do Minho!
Venham daí... tenho vinho;
broa, sardinhas na brasa
caldo verde que atrasa
e um cheiro a rosmaninho!
Tudo tem certa beleza.
Nem pensar só em comer
Pois é causa de tristeza...
Vem o Nelo a correr
Vamos rir à sobremesa
vê-lo «cerejas» lamber!"
se noto nata na estrada
sentindo toda molhada
a mão que na mata meto
e vou da quadra ao terceto
quase sem que dês por nada
nadando a mão mareada
arrimo arrumo e arremeto
abres-te em prata no verso
como porta de um tesouro
onde eu entro já converso
num arremesso de touro
logo amanso controverso
fechando o soneto em ouro.
O OrCa prova do seu próprio remédio, porque a Espectacológica ode-o:
"e quando de manhã te levantas?
ainda te lembras do ouro
porque a estatueta é de mijo
ela olha de soslaio o touro
e reza para que continue rijo
diz-lhe: anda cá meu tesouro
pisca o olho e atira um beijo
ele mija e sacode o besouro
ela húmida parece um queijo
finalmente vão a banhos
extenuados de tanta estrada
ficam limpos e sem ranhos
e ela fica sempre molhada
e ele de diversos tamanhos
sempre prontos na entrada"
O Alcaide reode-o:
"Poeta sou a brincar,
digo a sorrir uma rima;
meu verso é boca que arrima,
p´ra poesia cantar.
Esta quadra vai tocar
No terceto que a mima.
Dá-lhe força que anima
O sonho vai começar
A rima agarra-se tanto
ao amor que lhe prometo
que sorri banhada em pranto!
Toda a poesia lhe meto
(o verso sobe... eu garanto)
e gozo assim com o soneto!"
O OrCa auto-ode-se (isto é, masturba-se em verso):
"como eu gosto destes jogos
a um - a dois - a um cento
quando a um lhe falta alento
noventa e nove são fogos
desdobrados em afagos
furiosos - ternurentos
rapadinhos - penugentos
mais ricos que três reis magos
mesmo não metendo a mão
em tal pratinho de estalo
reavivo a sensação
de haver no mundo este embalo
e fica-me a sugestão
de querer experimentá-lo"
Volta (mas não se volta) o Alcaide: "E eu não gosto?...
Eu sabia que num dia,
na vida iria encontrar
poetas que a versejar
fossem grandes na poesia.
E sonhei que ainda teria
palavras p'ra recordar
mil... estou a exagerar.
Basta o Orca. Que alegria
E venham todos cantar
Ninguém tenha nostalgia
porque o sonho... é sonhar.
Dizer palavras um dia,
frases se as junto no ar,
ideias belas ou... porcaria!"
O Nelo ensina:
"E quem nam xprementa
E nam çe afoita
Nam sabe do gosto a pimenta
E no céu que alimenta
De que gostou o Alcagoita.
Ele comessou tud açim
Fasendo a tal converça groça
Agora vem já até mim
Diz : - Nelo, isto é mesmo açim
É tam bom! Minha nóça!
Éi da forma que todos ção,
Comessam por chamar paneleiro,
E dpois da comixão
Çublimar-lhes o tesão,
Já çó querem no trazeiro
E nam digam coiza reles,
desta arte; uma alegria
Squeçam lá das voças peles
Venham ver quisto nam expele
Apenas só as porcarias.
É uma coiza bem sublimi
Que os Nelos todos conhessem.
Aguentem lá o pau todo firme
Vão se vir cumo éu çê vir-me
Nunca máis duma melhér caressem..."
O Alcaide respode: "Entrou o rabeta a preceito... de qualquer jeito!
Se não estou sereninho
louco da vida que arrasa,
descanso na minha Casa
aqui no centro do Minho!
Venham daí... tenho vinho;
broa, sardinhas na brasa
caldo verde que atrasa
e um cheiro a rosmaninho!
Tudo tem certa beleza.
Nem pensar só em comer
Pois é causa de tristeza...
Vem o Nelo a correr
Vamos rir à sobremesa
vê-lo «cerejas» lamber!"
Olhar... - por Charlie
in «lirismo minimalista»
foto Roberto Castiglione in imagens
Nesta noite...
Serei a estrela
de fogo
Que arde nas chamas
do teu mar.
Serei vento e areia.
Cascata e catedral
Serei tudo e serei pouco
Serei a luz que te incendeia
quando este navio que vagueia
se afundar em mãos de maré cheia
nos desejos loucos do teu olhar...
Charlie
Ode o OrCa: "Charlie, muito bem esgalhado, esse.
ó mão que me apontas o que tapas
e destapas o que a ponta me apoquenta
mas que ponta que me dás se te destapas
e arrefeces onde o meu olhar se esquenta
ó mão entre as pernas perturbantes
por tu antes percorreres fios de seda
se mergulhas nos refegos coleantes
deixa-me sorver-te o mel dessa alameda"
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