provocação
fazem números de nós
amor
de quase nada
e no entanto há tanto
tanto amor
feito de nada.
- foto e poema de OrCa
A pedido de vários membros e membranas, o OrCa esclarece:
que pedis nesse tom tão ligeiro?
a verdade bem nua e mais crua
é ser rua deste mundo inteiro
pois por mais que se ande e desande
que se crie, se funda, se inove
seja qual for a rua em que se ande
há-de haver por lá um seis e um nove
e depois cada um que se ajeite
ao sair ou entrar na função
e se apure no doce deleite
de brincar com tal numeração...
O Charlie dá uma achega (contracção de «ai» com «chega», verbo dúbio muito usado pelas gajas, que tanto quer dizer «basta» como «aproxima-te»):
Onde já não se encontra o Norte
Andam de cabeça aflita
Procurando a sua sorte.
Estarei agora em cima,
e tu lá do lado de baixo,
Ou será que troco ainda
O sítio que já não acho?
Vejo-te todo enrolado
No novelo que me envolve
O setenta é ao lado
O meu é o sessenta e nove."
O Alcaide oferece-se para testes:
Serás o nove com pernas para baixo
Sessenta e nove é a casa que anima
Se bonito o nosso amor eu já encaixo"
A Papoila Rubra agradece o esclarecimento:
ao gentil cavalheiro OrCa
a vontade de me esclarecer
com tão esmerada resposta
Quando o corpo à delícia convida
e há desejo que a vontade comporta
de nada serve o nome da rua...
que se lixe o número da porta!"
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