22 maio 2006

fotografando o dia

São, não sou capaz de te recusar nada!...


provocação

fazem números de nós
amor
de quase nada
e no entanto há tanto
tanto amor
feito de nada.

- foto e poema de OrCa

A pedido de vários membros e membranas, o OrCa esclarece:

como dizer-vos o nome da rua
que pedis nesse tom tão ligeiro?
a verdade bem nua e mais crua
é ser rua deste mundo inteiro

pois por mais que se ande e desande
que se crie, se funda, se inove
seja qual for a rua em que se ande
há-de haver por lá um seis e um nove

e depois cada um que se ajeite
ao sair ou entrar na função
e se apure no doce deleite
de brincar com tal numeração...

O Charlie dá uma achega (contracção de «ai» com «chega», verbo dúbio muito usado pelas gajas, que tanto quer dizer «basta» como «aproxima-te»):

"Em voltas loucas e infinitas
Onde já não se encontra o Norte
Andam de cabeça aflita
Procurando a sua sorte.

Estarei agora em cima,
e tu lá do lado de baixo,
Ou será que troco ainda
O sítio que já não acho?

Vejo-te todo enrolado
No novelo que me envolve
O setenta é ao lado
O meu é o sessenta e nove."

O Alcaide oferece-se para testes:

"Serei o seis com as pernas para cima
Serás o nove com pernas para baixo
Sessenta e nove é a casa que anima
Se bonito o nosso amor eu já encaixo"


A Papoila Rubra agradece o esclarecimento:

"Resta-me então agradecer
ao gentil cavalheiro OrCa
a vontade de me esclarecer
com tão esmerada resposta

Quando o corpo à delícia convida
e há desejo que a vontade comporta
de nada serve o nome da rua...
que se lixe o número da porta!"

Sem comentários:

Enviar um comentário

Uma por dia tira a azia