14 agosto 2006

Cristalização


Irritava-me solenemente que ele repetisse que me queria ver como eu tinha vindo ao mundo. Nem tanto pela falta de pêlos que qualquer depilação resolve mas mais pelas ganas que me dava de lhe aparecer à frente depois de despejar cabeça abaixo o saco de sangue que vinha com a galinha do supermercado e de lhe colocar a questão óbvia de como preferia que eu cortasse as mamas que desde o fim da infância me tinham crescido.

Ele exasperava com os meus resmungos e protestos contra as suas frases feitas tal qual roupa de pronto-a-vestir cómoda de usar, em vez de estar a matar a cabeça em provas de alfaiate. Encolerizava-o a importância que eu atribuia às palavras como se elas não fossem apenas pedras do jogo da comunicação mas barro moldável às nossas sensações de ocasião.

Assim e na diplomacia do salvo melhor opinião, para evitar uma sanguinolência pela casa fora e a trabalheira que seria limpá-la como o Pulp Fiction claramente mostra, sempre que ele repisava que me queria como vim ao mundo, eu desejava-lhe que ao contrário do anis, nunca se lhe escarchassem os espermatozóides.

Maria Árvore - Chez Maria

OrCa - " eu sei que a maria-arvore não estava nesta quando esgalhou este belo texto, mas provocou-me alguma evocação de berço:

como se vem ao mundo...

depilado
pequerrucho
engelhado e meio murcho
entre as pernas um repuxo
e no toutiço um espicho
no dedo a chucha
e a estucha de ser lambido a preceito
por beijos de velharia que te esmaga contra o peito...

ah
se não fosse mais nada
além da boa mamada
do leite do meu deleite

mas não...
beliscões e coceguinhas que torturam a barriga
da criancinha ensonada

pois que não há paciência...
e contra tal violência resta-nos só a ciência
de arrear jiga e cagada!"

A importância de uma boa perspectiva…

13 agosto 2006

Fotografia em Português




João Pedro Sousa

Parte 1; Parte 2; Parte 3

ai melhér... cóçiguinhas nu... Nelo... :)

Nelo, tendo conhecimento das tuas carências
e porque respeito e aceito todas as tendências sexuais
permite-me:

Motivada pela tua foto
colocava-te em decúbito ventral...

Sobre essas belas costas em "V"
passearia
su-a-ve-men-te
uma madeixinha do meu longo cabelo...

Com ela desenharia linhas errantes
percursos incertos
costas acima..
costas abaixo...
construiria
sinuoso labirinto
de deliciosas sensações...

Se gemesses
de dentes cerrados
repetiria
insistiria
saciando essa zona carente
e adoraria ouvir e ver-te
contorcendo-te... de prazer...

Encaminhá-la-ia para os ombros
e braços...

Ai os teus braços!...
Como deve ser envolvente o teu abraço!...

Abraço de tenaz... de alicate...
Por favor, eu quero o teu abraço!

Parte-me os ossos!... Eu deixooooo!...


Papoila_Rubra
21/11/2005

Chuveirinho


Uma mulher surpreende o marido no duche a bater uma punheta e diz:
- Que é isto?
Ele responde:
- O que é? Já não se pode lavar o caralho à velocidade que se quer?

12 agosto 2006

Prazer no Feminino




François

O susexo deste Verão



t-shirts exclusivas da funda São

Nunca poderia imaginar o susexo que estão a ter as t-shirts que criei, com especial destaque para a «Faz-me um bico». A «Duo Olho Negro» também tem tido bastantes encomendas, logo seguida da «(amo-)TE SÃO». Por azar, a loja da funda São «rebentou» com tantas encomendas. Estou agora a reformular a loja e espero em breve já a ter operacional. Até lá, se queres encomendar alguma t-shirt, basta enviares-me um e-mail. Mas atenção: entre 15 e 29 de Agosto estarei de férias, pelo que se quiseres receber alguma t-shirt antes, faz a encomenda até 2ª feira (dia 14) de manhã bem cedo.
Agradeço aos membros e às membranas deste blog as encomendas que têm feito (e que valem a bolha no dedo de tanto cortar lápis de cor), as palavras elogiosas e as histórias que me têm transmitido. Alguns exemplos:

"Recebi as t-shirts logo na quarta-feira e embora ainda não as tenha vestido, já fazem susexo (mais a do bico), claro. Hoje vou vesti-la para servir de pijama, acho que vai dar certo ;-) loool. Depois vou dando notícias, ok? A última t-shirt parecida com estas que tive trouxe do Brasil há 3 anos e também era muito fixe. Na parte da frente dizia "ESTÁ UM BOI ME OLHANDO" e depois nas costas dizia "E CONTINUA ME OLHANDO...". Também gostei, mas não dava para vestir à noite em certos sítios, pois o pessoal às vezes já estava bezano e «picava-se» todo, estás a ver?
J. Bento"

"Boas. Parabéns pelo «produto»!
Devo confessar que sou um genuíno e muito, mesmo muito marado coleccionador de t-shirts e estas duas mais recentes aquisições, sobretudo a «Faz-me Um Bico», vão naturalmente ficar no meu top 5 das mais requisitadas.
Aliás, garanto que será umas das eleitas para «exibir» já a partir de segunda-feira em Coura.
«Obrigados» pela eficácia e pela criatividade... e sim, prometo concerteza partilhar as cenas que muito provavelmente irão ser provocadas pela t-shirt e pelo seu «pequeno» lápis.
Keep.IsidroLx."

"São, nem queiras saber. Fui apanhado desprevenido. Uma amiga minha que nunca tinha conseguido «comer», quando me viu com a t-shirt «faz-me um bico» vestida, fartou-se de rir e disse-me:
- Mereces que te faça um bico.
E fez mesmo!
Obrigado, São Rosas. És uma boa samaritana. Devo-te (para já) uma ;-)
João P."

Ómenajen - do Nelo para a Encandescente

"Oh melhér Incandeçente
tu que çabes cumo nenguém
incantar os coizos á genti
deixar us corpos todus freventes
neçe tezão que eçes verçus contém.

E mejmo çem diseres máis
bashta çó falaris açim
Uma letra désçe e tira um ai
ôtra çobe, e o suspiro vai
dirêtinho ao fundo de min.

E cuando intam finalmente
lhe pões o dito pomto final
çinto-me Nelo tutalmente
U corpo todem fébre ardemte
De tezão e goso anal...

Nelo"

Elas têm-no maior que eles!

Sem comentários... (Nelo, eu se fosse a ti reconsiderava, melhér...)

11 agosto 2006

Qrònica do Nelo...A banhus


Melhéres. Vivá praia!
Tamos eim plena Çili Çizón.
Já tou vendu por aí umas caras asquizitas….”O Nelo a falari strangêro?”
Poizé! Tal cual fofos. Çó tenhu a cuarta classe e açim, mash devu dezer que aprendi munto na Scola da vida melhéres. Foróm muntos anos de broches e emrabadelas e uma melhér vai tirandu daqui, pondo ali, ôvindo umas coizas dum lado e colando du ôtro, acába çem querer por ver-çe formada em Siências Univerçais.
Foi o caconteçeu agora neshta çemana.
Fomos a banhus.
Pró Algarvi fofos, que tá lá toda genti que intereça.
Vossés çábem, eças caras larocas das revishtas e us bonzões com um paliminhu de belesa no palmo acima do queicho, e uma maravilha três palmus mais abaicho a ensher a cueca..... Hihihihi, cala-te Nelo melhér, que já tas armada em geuloza e garganêra, toda fêta lambusona..hihihi.
Mas neshte mêsh éi açim: Queim quizer çer enrabado vai pró Algarve. Enrabom de toda manêra. É nus pressos que uma melhér paga nos sítius onde tem de cumer e açim, é az obras que nunca acabóm e é o licho em muntos ladus a fazer cartásh prós turistas. E hà nôte nenguém drome.! É uma feshta çem fim e barulho toda a nôte…Ou çeja, O Algarve foi feto pra nós, prás bishas…
Ai mas onde é queu ia? A falar açim, inda pençom que çô politicu, e eu de politicus basta-me o que lá vai a caza aos Sarauos da Efigénia e que olha munto pra mim e açim.
O queu cria dezer, melhéres, hera o que uma melhér aprende no Algarve.
Por exemples: “Alfatôst” quer dezer, “ meia torrada” .
“Temcu”..( ai us idiomas..hihihi) é “ munto obrigado”
“Naissebíshe”, nam éi pra dezer -“ Nam é içó bisha “-em strangêro com setaque Algraviu,, mash çim “ linda praia” .
Mash teim otras coizas squizitas. A espressão “Opiórs” tantu pode querer dezer uma borla nos copus, como o esticar do dedo do meio a fazer u boneco da goluseima.
Mas o queu aprendi este anu foi uma coiza de estalo melhéres.
Us strangêros teim uma adorassão e um fetishe com as facas.
Foi o que ôvi nu restaurante onde stava cumendo ao jantari do sigundo dia que lá chigámos. O impregado de mesa, aprossimou-se da meza au lado onde tava uma lambisgoita stangera e diçe-lhe ó ôvido: - “Du iu uaná faca”-
Hora, melhéres, éu que çô bisha mas nam çô parva, tirei logo que o moço, pur çinal uma stampa, lhe diçe se queria uma faca. Olhi pra meza, e vi us talheres todos poshtos e nam avia lá falta de facas. A verdadi é que ela já nam tiro us olhos deli, mal o miúdo çe retirô, ela foi atrash. Eú tamém fui logo desfarsadamente spreitar…e nam é que stavóm ós bêjos? As coizas cuma melher descobre çem querer!
Neça mejma nôte foi sprimentar a um bar onde me sheirava que pudia dar. Cuma bisha teim estas çensibililades. Çentei-me cum o meu Pisangandom, a bebericar pela palinha e a fazer umas boquinhas doces a um loirasso que la tava com uma tatoiagem num brasso. Fish-lhe çinal pra eli vir pra minha mesa e mal ele çe çentou, disse-lhe logo:
“ Du iu uaná faca, melhér?”
Nem me deu resposta melhéres, atiro-çe a mim, e foi uma locura, que fiquei conçolada pur trêz dias.
Agora já çabem: No Algarve, nem pressizam de levar nada, é çó prometer. Hihihihih
Bem deicha-me lá ir oferecer uma faca ao jeitozo da sombrinha ali au fundo açim que acabar de screver eshta Qrònica melhéres…

CISTERNA da Gotinha

A Metáfora da Vagina: só para entendidos ou linguistas.

A francesa
Noemie Lenoir e a norte-americana Torrie Wilson: sexy.

E para variar, uma
menina virginal e cândida.

Tadita da
Gianna: a miúda está mesmo encalorada.

Labia Stretching: uma arte antiga que me faz arrepiar...

«Ame o seu corpo» - Eve Ensler

Recomendo este pequeno grande livro de Eve Ensler, autora da peça Os Monólogos da Vagina. Ensler é ainda fundadora e directora artística da V-Day, o movimento global para acabar com a violência para com as mulheres e raparigas.
«O Bom Corpo» mostra as obsessões femininas na luta por se ter "um bom corpo".
À luta de Eve com a sua "barriguinha" de mulher quarentona, juntam-se-lhe as vozes de outras mulheres, de Los Angeles a Cabul, cujas fragilidades são também postas a nu.
Uma jovem latina fala das suas humilhantes "banhas". A mulher de um cirurgião plástico relata como é sistematicamente reconstruída – centímetro a centímetro – pelo seu marido "perfeccionista". A idosa directora de uma revista descreve a desesperada busca da juventude enquanto faz abdominais.
Em última análise, estes monólogos tornam-se num alerta pessoal de Eve para que amemos o "bom corpo" que habitamos.
Especialmente tocantes, para mim, o testemunho (real? ficcionado?) de Isabella Rossellini e a maravilhosa abordagem ao corpo de Leah, uma mulher Masai de 74 anos.
Eve Ensler sabe que esta é uma causa pela qual vale a pena lutar:
"Diga aos fazedores de imagem, aos vendedores de revistas e aos cirurgiões plásticos que não tem medo. Que aquilo que mais teme é a morte da imaginação, da originalidade, da metáfora e da paixão. Depois, seja ousada e ame o seu corpo. Pare de o consertar. Ele nunca esteve estragado."

Bom fim de semana!

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Foto: G2shots Images