10 setembro 2006

CONTRA O VINHO

Mas pergunto: Podem os homens bem viver, ou viver sem beber vinho? Não se pode negar que podem, pois de cem partes do mundo, mais de noventa e nove o não bebem, nem tem: e contudo vivem muito, e quiçá mais que os que o bebem, e alguns em terras muito fria, e muito mais sãos e fortes. E se não houvesse vinho, nem vinhas, ao menos nas terras boas, claro está, que dariam essas mesmas pão ou fruta (que pode sustentar, o que o vinho per si não pode) ou caça, ou pasto, ou madeira, ou lenha, e tudo isto, ou qualquer destas coisas, daria mais fartura, que a falta do vinho, nunca causou fomes, nem carestias, e se pode escusar.


in ANDRADA, Miguel Leitão de (1867) Miscellanea/ de Miguel Leitão de Andrade. Nova ed. Correcta. Lisboa: Impr. Nacional. Pág. 73

O autor nasceu em Pedrógão por volta do ano de 1555 tendo falecido em Lisboa em 1629 ou 1630. Frequentou a Universidade de Salamanca e a Universidade de Coimbra. Partiu para África em 1578 acompanhando D. Sebastião a Alcácer Quibir, tendo aí sido feito prisioneiro e conduzido para Fez, onde sofreu cativeiro.

Por vezes o seu apelido surge com Andrada.

A primeira edição da sua obra Miscelânea do Sítio de N. Sr.ª da Luz do Pedrógão Grande veio a publico em 1629.


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09 setembro 2006

Cai nos meus Braços... vá, cai! Eu Agarro-te!



Elena Platonova (Elle Nova)
Lembras-te dos anúncios polémicos da Puma?
Pois Dolce & Gabanna resolveram fazer uma nova versão, sem fluidos e mais... Neleira:

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«Faz-me um bico» - versão Dolce & Gabanna*


* a minha versão em t-shirt é muito mais interessante... cóf... cóf... cóf...

The Love Boat

Continuavam a trocar olhares quando ela se chegou ao pé dele e disse:
– És parvo ou quê?!
Ele fitou-a, semicerrou as pálpebras, alinhou os maxilares e cerrou os dentes para fazer os lábios mais finos, tudo para endurecer a expressão como via fazer nos filmes, e perguntou em falsete, estragando qualquer efeito conseguido com o olhar, os dentes e os lábios:
– Desculpa?!
– És parvo? – tornou ela, com ar e tom naturalmente duros.
– Porquê? – balbuciou ele, confundido.
– Estás aí há duas horas e não me dizes nada?!
– E porque é que havia de dizer? – respigou ele, tentando perceber o que lhe estava a acontecer.
– Estás há duas horas a olhar para mim!
– Para ti?!
– Não estávamos a trocar olhares?!
– Eu, contigo?
– Sim, tu, comigo!
– Não!
– Não?!
– Não.
– Ah! – A tipa encavacou e emudeceu, corou e emburrou, agarrou-lhe no copo e emborcou, sorriu palidamente e seguiu.
Ele procurou-a, mas já não a viu. “Estúpida desta gaja, agora a outra foi-se embora! Duas horas! Duas horas...”
Agarrou no copo vazio “e ainda me bebeu a cerveja, isto ao menos...”, procurou avistar a empregada, mas só viu a tipa que o interpelara voltar para trás, sem olhar para ele. Confirmou que o lugar dela na outra mesa ainda estava vago. “Ficou desorientada, é bem feita!”
– Podemos começar de novo? – perguntou, tocando-lhe no braço.
– Desculpa?! – Espantou-se ela, parando.
– Eu chamo-me... chamam-me António – apresentou-se com o seu melhor sorriso. – Parece que ouve um mal entendido...
– Parece que está a haver um agora!
– Agora?!
– Ela já lá não está, não é?
Ele procurou-lhe os olhos, fez uma pausa, olhou para o lugar que a outra ocupara e respondeu:
– Pois não, ela já lá não está, mas estamos nós. Posso pedir uma imperial para ti ou bebes a minha outra vez?
Ela riu. Gostou da sinceridade.
– Podes, podes pedir uma para mim, António.

08 setembro 2006

CISTERNA da Gotinha



A geografia da Vagina: para os estudiosos e não só!

A Carla Matadinho
já tem site!

Pornocha: quem adivinha o que é?!...

Galeria Fotográfica de
Sergey Razumnyy

Bom fim de semana

clica na imagem para aumentar... a cama
(clica na imagem para aumentar... a cama)

Fotografia: Pascal Renoux

Gotinha, foste tu que falaste no homem aranha?

Qrònica do Nelo


Tenho uma vezinha nova melhéres.
Ai que já dei barraca, no mejmo dia em que shegou aqui ó nóço prédio.
Ela éi Alimã, e shama-se Helga, gosta qui le shamem meinfrau Helga, e eu melhéres, com esta boquinha afinada pró broshe e açim, sheia de criatividade, shamei-le logo de mafrai Melga, u que me valeu um riparo, melhéres, que cuaze hera uma escompestura!
Ai ca minha Efigénia mal çôube da vezinha nova do andar debaicho , çalvo seija, melhéres, quinté me benzu çó de pinçar ficar per sima dela, teve logu de convida-la pra um xázinho com bolashas e açim.
Melhéres quela cuaze nam çabe falari Pertugûes, mazintão fala que çe farta, e mestura as palavras alimãs com ôtras. E foi na altura em que já pinçava tar squecida da troca do nome quela çe saiu com uma tirada quande a Efigénia tinha ido buscar unsh bescoitos lá dentru.:
- Escute Mein Herr Gounçálo Manüel. O sinhôrr tens o açúcar em sua formigueiro? – E olhou pra mim açim com a cara munto séria, mazonde éu vi logo, pur um laivo de brilho nozolhos quela stava a ençinuar queu hera bisha.
Ai melhéres, que aí foi a minha vesh de le dezer que stava inganada e que çe devia preguntari çe tinha fromigas no assucareiro, mas ela asdepois, cuaze çem despegar diçe-me que mal tinha shegado ó apartamento e tinha idu arrumar umas coizas no fredirífico, tinha dadu com o cozinho cheio de formigas. Ai u queu ri melhéres, çó de pinçar na mafrai Melga toda nua e com o cuzinho e as covas sheias deças diabólicas e minúscolas porssões de veneno com patinhas. Munto ri éu melhéres e cuande shegou a Efigénia com us bescoitos, tava eu splicandu à mafrai Melga a defirensa entre cuzinho e cosinha.
Ai melhéres, u quela çe riu, caleim-çe daí cuma bisha que çe preze tem de fazer rir as piçoas hihihihi …
Mas u melhor foi u que acontesseu ónte já paçava da meia nôte e nam tinha picado inda nada e estava aburrecida e deziludida com a noite de Lisboa, pinçando em ir dromir.
- Nelo melhér, ôje nam apanhash nada, vai dêtari o pacote melhér.- Dezia éu pra mim, mejma, quande açim çem sperar tive uma buleia dum carro grande e preto com uma strela au meio do capô. Ia açim paçando numa das ruas per trás das Picoas direito há minha rua, e logo ali quande çe deicha de ver o amarelo do Fórum, paçôu ó pei de mim e parôu.
- Desculpe sinhórr.- Diçe ele e asdepois continuuo. – Estou áqui há pouco tempo, e não incontro o rua do meu casa. O sinhórr não sabe onde é a…..-
Ai interrompi-u melhéres de mãos postas e a riri. – Esculpe, mas o sinhor éi o espozo da mafrai Melga?-
- Meinfrau Helga, ja . Sie ist meine frau, já. Ela é meu múlier sim. Você conhece?-
- Ai se conhesso melhér, tive a beber um chá com ela lá em caza, ca minha Efigénia cunvidôu-a logo pró xázinho, e foi um fartoti de rir per caza das fromigas.
- Ah ah ah . Intam você é o sinhórr Nelo. Ah ah ah…Talvez fosse mélhor ir a uma sitio tomar um bebida, primeiro de ir para casa, vizinho Nelo.-

E foi açim melhéres que çem sperar, a nôite que prassia stragada e çem grassa, çe transformôu numa bela nôitada de farra.
Fomus há roda de Baris. Um copo aqui, ôtro ali, uma vezita au méu rotêiro dus sítios da bishisse, que éi onde me cinto há vontadi, e foi um fartoti de rir com as ôtras bishas sheias enveja de eu andar cum um homem açim grande e bom.
Ai quele éi uma sponja a beber melhéres, e tá çempre devertido, e a faser riri as piçoas cum a língua de trapo dele a contar piquenas piadas e açim….hihihihi Ai cala-te Nelo melhér. hihihihiAsdepois, fomos dar uma volta ao Monçanto pra falar e eças coizas e iço, e no fim da nôite, lá acabei conçolada melhéres cum uma bela duma boa broshada, dentru dum Mersedes, cuaze há porta de caza….
Enfim, melhéres, éi açim a vida e as alegrias duma bisha, prá çemana à maish…
Bom fim de çemana fofos….e fofas…
Bêijos do Nelo….

Que raio de modalidade é esta que só ela é que goza?...


Hipnorgasmo


(enviado por Jotakapa)

prazer solitário...

Nota prévia: Setembro chegou. Com ele outros afazeres e ocupações prioritárias, se aproximam . Termino aqui a minha participação assídua neste blog. Daqui para a frente, será muito esporádica.

Nos posts que publiquei, tive a preocupação de focar, alguns dos patamares do PRAZER DA MULHER.

Quando escrevo sobre prazer sexual feminino, refiro-me SEMPRE a SEXO REAL, geralmente contado na primeira pessoa, porque é VERDADEIRO. Rebusco sempre dentro de mim o modo mais simples de me expressar e as palavras mais autenticas, sintéticas e cristalinas.

Não me exibo. Apenas falo com naturalidade, associada à responsabilidade inerente à pessoa da geração a que pertenço, tentando sempre, DIGNIFICAR o PRAZER FEMININO. Obviamente que não sou sua representante, mas, orgulho-me muito de ser mulher e de pertencer à geração a que pertenço.

Sou mulher de Abril.
Mulher com mais de cinquenta.
Mulher madura que sabe pedir e escolher os seus prazeres.
Mulher que aprendeu há muito, que: BOM SEXO requer muita criatividade, sendo esta, sempre associada a BOA TÉCNICA.
Estou viva. Estou presente. Estou aqui.

Desejo que todos os homens e mulheres colaboradores deste espaço, continuem e encontrem sempre dentro de si, a maneira mais verdadeira de “afundar” aqui, os seus prazeres sexuais.

À São ( uma verdadeira força criativa da Natureza ), mui digna gestora e moderadora deste espaço, desejo que nunca te falte a força para continuares, com alegria e qualidade.

Este último trabalho será apenas entendido por alguns/mas. Sei disso, mas, não importa.
Dedico-o a todos os leitores deste blog, desejando que todas as mulheres tenham a possibilidade de verem incluído nas suas vivências sexuais, este PRAZER MAIOR, e aos homens, a possibilidade de o presenciar.


Prazer MAIOR

No corpo, sentia enorme tensão.
Nos músculos, o dorido
sobejamente manifestado
nas tardes densas de trovoada.

Concretizando vontade inadiável
que do corpo convite provinha
aconteceu
AcOnTeCeU…
ACONTECEU
A... CON... TE... CEUUUU!...
e não parava de acontecer...

Agora sei a diferença.

Conheço a lava que jorra abundante
mas, mansamente, sufocada...
Conheço o esplendor do geiser
que em exuberante explosão
se liberta imponente...

Choveu no meu pé!...

De joelhos, à minha frente
com o mais carinhoso dos sorrisos
foi o teu rosto que eu “vi”...

Perdoa
ter escrito um dia
que entre lágrimas
desistia de ti.

Na verdade
cada vez mais
sei… que não consigo…

a 25/06/2006


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