25 fevereiro 2007

o Futuro lê-se nas nádegas...


...com base em notícia

raim's blog

Fodida


Estava fodida e tão completamente que nem força tinha para articular uma palavrinha que fosse. O maldito do rabo colara-se à cadeira e aquela reunião era um filme mudo daqueles que se adivinha facilmente o entrecho da história. Nos meus ouvidos soavam nove milhões de bicicletas e eu deslizava do norte de Portugal até à ponta de Sagres com o seu corpo a pairar sobre o meu como uma sombra até umas ervas altas me travarem e ele tombar sobre mim, espetando-se os seus dezoito centímetros que eu não faço a coisa por menos, directamente na grande área.

O bichano que me segue para todo o lado, apitando e vibrando, dera-me a notícia que ou almoçava hoje ou ele partiria nas gloriosas tradições da quadra. E eu ali amarrada a um conciliábulo de sexo dos anjos a fazer de corpo presente e a provar a mim própria que o trabalho pode ser prejudicial ao nosso bem estar e prazer.

Não fosse a minha capacidade para me abstrair dos lugares onde o meu corpo fica cativo e não desfrutaria daquele enlace na relva que ao segundo tempo me fazia rastejar sobre o seu corpo e erguer-me para catapultar os seios para o cesto da sua boca. De modo que quando entraram as sandes que iam servir de almoço, devorei logo uma em duas abocanhadelas perante os olhares de soslaio dos colegas que caramba, não entenderam que eu precisava de retemperar forças.

Geladinho




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24 fevereiro 2007

As noites claras - parte 1

por Charlie



Tinha chegado ao fim do percurso que diariamente as suas pernas faziam sem que ela lhes indicasse o caminho.
Andavam por si mesmas; meros pontos de contacto entre o chão e o mundo turbulento que lhe preenchia o interior, perdido para lá do olhar que se esvaía entre as últimas estrelas e a vermelhidão da vigília com que os seus olhos se fundiam na madrugada a findar.

Lentamente e sem ouvir os passos que calcavam a calçada dobrou a esquina e começou a descer a rua que de repente lhe escondia o céu, reinventando a noite na estreiteza apertada e a escuridão alta das casas.
Dentro da sua cabeça batia-lhe o zunir da última
discoteca, abafando qualquer som de passos que as paredes pudessem devolver.
Passou por debaixo do arco e avançou dois ou três metros, de forma mecânica, rodando para a direita enquanto baixava a cabeça mexendo na roupa.

Sem que desse por si, de forma automática, tirou a chave do bolso e abriu a porta.
Poisou a mala, despiu o casaco curto deixando-o cair sobre uma cadeira e avançou.
Um cheiro familiar fê-la tentar um ligeiro inspirar. Tossiu umas duas ou três vezes arrastando uma rouquidão persistente enquanto praguejava. Tirou um cigarro, acendeu-o e aspirou profundamente.
- Já chegaste? – chegou a ela meio abafado vindo do quarto de porta entre aberta.
Não respondeu e aspirou de novo. Desta vez de forma nervosa e entrecortada.
- Que pergunta... – Respondeu finalmente. – Quem querias que fosse? -
Dirigiu-se à casa de banho enquanto se ia aliviando da roupa, que tresandava de cheiro a tabaco e à vitória do general suor.
Tirou a lingerie, detendo-se por um instante nas cuecas húmidas e mirou o seu corpo nu ao espelho.
-... As rugas, meu Deus... Ando com umas olheiras...-
A água começou a correr quente sobre a pele. Uma massagem deliciosa, quente e doce.
Mãos e espuma numa orgia silenciosa e envolvente.
Passou com o sabonete pelo sexo e fechou os olhos. Noites a fio homens tinham instantes seus a troco de notas, indo-se embora com os pedaços de si que lhe tinham comprado.
Saiu enrolada na toalha. Na sala estava ele. Despenteado e de barba por desfazer a escurecer o rosto. Mexia na mala e em cima da mesa, espalhadas, várias notas de diferentes valores reinventavam o caos por entre envelopes e papéis.
- Só isto?! -... Olhou para ela.
Não respondeu. Ao invés, mexeu num dos envelopes e tirou um papel que consultou num relance.
- Vais mais logo pagar a luz... Passa pela lavandaria a ver se já tem o outro casaco limpo.
Vou deitar-me...
Acorda-me antes da uma...-


Charlie.............
Foto daqui

A teologia das virgens - Bitaites

"RESUMO PARA QUEM GOSTA SÓ DE LER OS TÍTULOS E VER OS BONECOS:
Este post é uma suave especulação de natureza teológica sobre as escolhas dos bombistas suicidas entre mandar uma queca enquanto estão inteiros ou 70 depois de se desfazerem em pedaços.


Que sentido há em fazer-se explodir e matar dezenas de pessoas com a promessa de ser-se recompensado com 70 virgens no Paraíso? Quando a motivação para assassinar seres humanos inocentes tem por base razões políticas ou religiosas, até podemos compreender: a história da nossa Europa civilizada também pode contar muitos crimes cometidos com motivações semelhantes.
Agora fazer-se explodir para ter 70 virgens no paraíso? Isso não me entra na cabeça. A não ser que os bombistas suicidas sejam o tipo de gajos que eu já suspeitava: uma cambada de maricas cheios de medo das mulheres.
Porque não prometer-lhes: Irmão, se te fizeres explodir hoje, partilharás amanhã o teu leito de amor com 70 mulheres experientes e inteligentes, sem mamas de silicone, muito boas na cama e prontas a satisfazer-te todos os desejos. Porque será que não lhes prometem esse tipo de coisas? Esperem, já sei – é porque mulheres experientes e inteligentes pensam pela sua própria cabeça e nunca iriam aceitar ser escravas sexuais. Talvez até provocassem uma revolução no Paraíso. Foi o que aconteceu com a nossa Eva: os padres querem fazer-nos acreditar que pecou, mas para mim ela foi uma revolucionária.
A promessa de 70 virgens é, ao mesmo tempo, enganadora. Pensem lá bem: imaginem que o gajo explode, vai para o Paraíso e tem realmente 70 boazonas todas virgens à espera dele. Partindo do princípio de que o bombista ainda tem arcaboiço para mandar uma queca por dia, ao fim de pouco mais de três meses o seu stock de virgens está esgotado.
Que fará então o tipo? Explodirá outra vez, matando as mulheres usadas de forma a poder mandar vir mais um carregamento de virgens?"

Marco Santos no blog Bitaites
(e vale a pena ir lá ler os comentários, que isto deu polémica da grande)
Recomendado pelo Nikonman

Imagina...




Sashka Zhadan on pn.

ConfiSão

100.000 anos de sexo

A exposição decorre em Mettmann (Alemanha) e termina no dia 20 de Maio. Mais informações aqui














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