11 março 2007

Um homem às direitas


Como não sei ficar parada a olhar, fartava-me de baixar em cada vez que ia com ele tomar café no balcão da pastelaria da rua. É que ele tinha aquela característica tipicamente masculina, que não é a de coçar os tomates com maior ou menor descrição, mas aquela de não suportar usar carteira e espalhar as notas, as moedas e os cartões de débito e crédito pelos bolsos, a bem do bungee jumping do dinheiro.

Um contraste num homem tão arrumado em tudo, com a vida tão organizadinha que até se casara há mais de um dezena de anos para ter mais uma pasta arquivada que não o preocupasse, tal e qual o fado do Fernando Farinha que alvitrava já tenho o dever cumprido e não estou arrependido, como se tatuasse por si todo a marca do homem de sucesso concretizando tudo o que dele era esperado no lema de que a vida é um conjunto de merdas para cumprir.

E estando ele assim armado de tanta segurança, nem valia a pena preocupá-lo a confessar que notava que tanta insistência em tomar cafezinho naquela casa onde o dito saía invariavelmente queimado e qualquer italiana sabia a café cheio se prendia com os corpos das jovens empregadas que gracejavam num doce português do Brasil e cujos peitos empertigados provavam que não tinham sido escolhidas a dedo mas à mão cheia.

Em caso de dúvida.... pergunte!


Outras Coisas

Gotinha de Mel




Fresnudes
MARTIN KOVALIK - fotógrafo checo


10 março 2007

Moeda romana com imagem do deus Príapo

Esta peça da minha colecção (desta vez comprada como sendo original, mas não me peçam para garantir que o é) é uma moedinha pequenina, mas com uma descrição maior que muitas coisas grandes:"GA Elagabalus Priapus Deus da Fertilidade e da Sexualidade Humana Moesia Inferior. Marcianopolis. Como nova. AE 18 mm, 2.12 g. Anverso: Laureado de perfil para a direita. Legenda em grego. Reverso: Príapo em pé, de frente, com a roupa aberta, expondo o seu enorme falo. Legenda em grego."






Ôi! Cê qué vê á tàtuagê dá Juliâná Paes?

O MN descobriu a tatuagem no ombro da Juliana Paes... e aproveita para fazer uma oferta ao Nelo, nesta brincadeirinha de publicidade à cerveja Antárctica:


Escolhe a tua vítima!

(ou, melhor dizendo, o teu vítimo)

sombras

Adúlteros S.A.


Os telemóveis deviam ser unicamente utilizados, como dizia em tempos Umberto Eco, por equipas de transplante de órgãos, canalizadores (dado que estes dois grupos são constituídos por pessoas que devem estar sempre contactáveis para bem sociedade) e por adúlteros.

09 março 2007

A igreja e o erotismo

Lembram-se de eu ter falado aqui sobre a forma como Bento XVI vê a sexualidade?
E a propósito do referendo falei aqui também da visão de João Paulo II sobre esse tema.
Sugiro que leiam o artigo do Diário de Notícias «Amor e erotismo» de Anselmo Borges, padre e professor de Filosofia. Alguns excertos:
"(...) O ser humano ficou então cindido em corpo e alma, e o cristianismo, que é, no sentido mais profundo e correcto da expressão, a religião do corpo e do amor, correu o risco de ver reduzido o amor ao amor a Deus e ao céu, ficando o corpo e a sexualidade e o prazer abandonados ao mundo selvático do sujo ou do egoísmo do desregramento sem freio."
"(...) O erotismo, porém, não tem que ser perverso, pois a sexualidade não é em si ignominiosa, impura, suja, energia obscura e demoníaca. O que nela se vive é uma tensão, e só por isso é que tanto pode ser a noite mística como o escabroso da noite. (...)"

Pois é, senhor padre, esta igreja está muito longe do cristianismo. E é pena...
Para isto não ser demasiado sério, achei genial estas observações do Nilton na FHM de Março:
> Cristo e os apóstolos estavam todos do mesmo lado da mesa porque era uma despedida de solteiro e estavam a apreciar uma stripper.
> Se Cristo não tivesse morrido crucificado, o marketing da igreja teria uma enorme dificuldade em arranjar um logotipo.

O Galo Velho

Ena cum caralho!
Foda-se que ele há coisas do caralho!
Aqui há atrasado, a minha patroa veio-me com uma barafusta por causa das galinhas mais o caralho mais velho e tanto me rabiou que lá tive de ir ver o que se passava.
Ei cum filha da puta! Mal entrei e vi logo o galo despenado, as galinhas nervosas a fugir dum lado para outro e vi o que se passava..
- Isto num é um galinheiro, caralho! Isto é um bordel. Estas putas têm falta de galo, é o que é! -
Fui ter cum a patroa e disse-lhe: - Ouve lá, cachopa, o galo está é velho mais a puta que o pariu.-
- Oh meu homem, velho estás tu, que já num dás uma para a caixa.-
E eu, Manuel Falcão, rei das bouças, calei-me a lembrar-me das belas trancadas que dei no meu barraco, por trás da casa onde tenho a garage, uns pipos de vinho e um sofá velho e onde tenho mandado abaixo o pito da filha do Toino que é boa cumó caralho. Mas mesmo assim, e até para num levantar suspeitas disse à minha patroa: - Tens razão, cachopa, tou velho, caralho! É a vida. Mas tu podias ir logo à tarde ao Povo e comprares lá um frango novo e mais uns pintos que estas galinhas também estão boas para cabidela…-
E assim foi. Mal ela se meteu na caminheta do Augusto Torto que é quem faz a carreira três vezes por dia, e acompanhada da comadre Domitília que é a mulher doToino, peguei no galo e fui pelas traseiras bater à porta da cachopa. Cum a desculpa de pedir-lhe para me ajudar a matar o galo para um petisco.
Mal me viu perguntou logo para eu entrar em casa, que estava sozinha, e apetecia-lhe um troço.
- O que traz aí? - Perguntou, mas eu nem lhe dei resposta. Cum as sedes que ando de pito, mal poisei o galo no chão junto à porta da cozinha atirei-me a ela e foi uma das fodas melhores que dei nestas últimas semanas. Ena cum homem desfaz-se todo em caralho. Que tesão, cum filha da puta e se a cachopa é boa a foder. Toda cheia de pintelheira cumo um homem cá do Norte gosta, num é cumo aí em Lisboa que rapam tudo e parecem galinhas carocas despenadas. Ehehehehe…foda-se! Esses Mouros gostam de cada coisa!
Estava já a puxar as calças para cima quando ouvimos um desassossego do caralho vindo do quintal. Foda-se que assustei-me e pensei que era o Toino que aí vinha ou o caralho, e corri meio escondido para ver o que se passava.
E então num queriam ver que eram as galinhas novitas do vizinho todas em alvoroço?
O meu galo, meio despenado, estava a aviar uma a uma e elas a disputar quem queria ir à frente, ser a primeira…
- Ena, cum caralho, que belo galo – pensei. Mas logo lembrei-me da minha patroa a dizer que eu num dava já uma para a caixa. E voltando os olhos para a filha do Toino, que limpava a pintelheira, sorri para ela e disse-lhe que com galinhas novas num há galo que seja velho!



Manuel Falcão

CISTERNA da Gotinha


Mulher sonâmbula tem sexo com estranhos... pois... está bem! Boa desculpa! (sugestão do MN que ainda não revelou se era um dos estranhos...)

Pony play: sem comentários.

Conhecem o
Lelo?! Não é o cigano que vende na feira aos sábados... (sugestão da Fresquinha)

Cicatrix: fotografia de um corpo com cicatrizes.

Dizem que cu não tem sexo...




















Outras Coisas

Eu?! Grátis?!

O PerdidoNaFunda descobriu este cartaz de publicidade enganosa:


Foi na noite do Encontra-o-Pito. Disse ainda que iria publicar fotos comprometedoras: "novos talentos do strip, brindes espectaculares, sonâmbulos à mesa, doçaria tradicional e volta e meia também aparecem gajas nuas..." e... cumpriu!

08 março 2007

dia de mulher... Mulher a Dias

Não "vou" muito com estas efemérides. Os dias fazem-se todos da mesma massa. E é bom que seja da boa! Há um ano, pela comunidade dos blogs lançaram-me um desafio de que resultou este poema. Até onde um homem pode sentir a mulher? Em homenagem à São, essa destrambelhada militante, aqui o deixo. Lamento a extensão. Mas há gritos de alma que não se medem aos palmos...

Mulher a dias
de manhã metamorfose
foge-me o tempo na lida
latem-me as horas na têmpora
cavalgo a lide do tempo
onde tapo o meu lamento
onde lavo os sentimentos
em barrelas - contratempos
sirvo
serva
sorvo a vida
sirgo a faina desvalida
deixo de amar porque amo
devagar
amo demais
homem – filho - e os meus pais
e a roupa
e a cozinha
arranco a erva daninha
na calçada do cansaço
a salsa dá-ma a vizinha
o sal do meu embaraço
salto alto no espaço
sonho e debaixo do braço
cai suor no rol diário
e sinto a mão do finório
que me apalpa o abandono
no comboio suburbano
reajo - sinto o ultraje
porque demora a viagem
que demora
tanto
tanto
que eu sou virgem nesse pasmo
nesse andar tão devagar
numa vida sem paisagem
sem distância
sem desejo
um beijo
um só que fosse
que me trouxesse o amado
namorado de menina
que não fui mas sou ainda
saio na fila de gente
sempre em frente - sempre à frente
da multidão que me empurra
que grita e bulha
que esbulha o meu tempo a contragosto
que eu não gosto desta vida
eu não gosto do Sol posto
mas da noite
sentir o ar no meu rosto
eu tão nova - delicada
pardal à beira da estrada
e comida
violentada
que já sou mulher de amar
mulher de apetecer
assim me dizem - me fazem
me gritam e me desfazem
de ser só o que eu quiser
e os filhos - o consolo
o trabalho no meu colo
os calos do desconsolo
de me calar sem querer
e saio noutra paragem
findo o dia - a viagem
o tempo sem vadiagem
sem sossego - sem aragem
pago a portagem na praça
onde a grita me trespassa
de pregões e da fumaça
sem ser dona de viver
só labuta e mais labuta
que me força a vida à bruta
onde mal brota o viver
ah quem me dera ser flor
quem me dera ser a outra
flor embora
mas tão puta
que se abrisse
a cada insecto
por interesse
por afecto
por vaidade
por prazer.