08 julho 2007

Às apalpadelas


Antes de lhe conhecer o físico nem lhe imaginava os traços, talvez na prevenção de que quando nada se espera, nada magoa e por muito que fosse a sua massa cinzenta a excitar-me havia um resquício infantil de mim que ansiava que a sua imagem mostrasse logo que ele era um dos bons, na linha maniqueísta da banda desenhada dos super-heróis americanos.

Combinada a blind date, sem nenhum sinal de reconhecimento para qualquer um dos lados, a não ser o conhecimento da idade que visualmente é sempre tão enganador como qualquer maquilhagem, finquei-me na porta do restaurante a divertir-me na triagem de quem passava porque era novo demais, porque era velho demais, porque não calçaria aqueles sapatos tão formais, porque ele não escolheria aquela cor de calças, porque só em caso de força maior vestiria um fato.

De repente, vi um enorme sorriso avançar direito a mim e catrapum, tive o baque da certeza de que só podia ser ele. O seu tamanho era proporcional à simpatia e fazia dois de mim de modo que quando se dobrou para me beijar quase tive medo de ser responsável por a Torre Eiffel se partir, tanto mais que naquele momento toda a cidade era mesmo Paris em ferro e asfalto. Espreitei-lhe os polegares para confirmar a simetria das formas e aumentou a minha satisfação.

De qualquer forma, num balãozinho de pensamento concluí que não valia a pena avolumar os receios que para arrulhar a posição deitada ou sentada costumam revelar-se as mais apropriadas e nessas circunstâncias, não se avaliam os homens e as mulheres pelas medidas de comprimento mas pelas de potência.



crica para visitares a página John & John de d!o

07 julho 2007

7 das Maravilhas do Mundo

As maravilhas do mundo para a funda São as pessoas. Há cada monumento...
Mas também os há sem ser em carne e osso (ou carne sem osso, no caso das pilas).
E por isso aqui vai no dia de hoje a minha aposta nas novas 7 Maravilhas do Mundo:


A torre Agbar, em Barcelona. Se as pichotas tivessem os efeitos de luz deste edifício desde que começa a anoitecer, o mundo seria uma coisa mai'linda.


O Jorge Clonei - George Clooney em americano - pelo humedecimento que provoca nas gajas... e em especial à Gotinha.


A Scarlett Johansson, pela inspiração que dá a artistas como Nico Di Mattia e ao efeito enrijecedor que provoca aos gajos, em especial ao AdamastoR.


Um dos projectos que foi a concurso para Estádio Olímpico de Beijing, nas olimpíadas de 2008. Infelizmente esta ratola gigante não ganhou.


Os templos com esculturas eróticas de Khajuraho, na Índia, construídos entre os séculos X e XI. Possuem formato fálico, além de terem esculpidas nas suas paredes as posições do Kama Sutra, livro indiano do amor. As esculturas também retratam cenas da vida do império Chandella, mas isso não interessa nada para o caso.


O Sean Connery, sexy até mais não poder no filme de ficção científica «Zardoz», de 1974. Palavras para quê? E ainda gozaram o Gil Vicentezão, do «Auto das Danações»!


Portugal tem muitas maravilhas, mas a estátua em homenagem à revolução do 25 de Abril, de João Cutileiro, no parque Eduardo VII, em Lisboa, é uma delas. Mais até que pela obra, que é um monumento do caralho, pela coragem deste artista já é merecedora de estar aqui.


Isto é uma selecção entre muitas feitas neste dia 7. Mas amanhã, que é dia 8, vou propor-vos uma outra eleição. Com mais... monumentos... e bem mais entesante (sim, sim, eu disse interessante).

voyeur

O Voyeur

A sombra não engana

















Outras Coisas

06 julho 2007


Bom fim de semana


Foto: Sascha Huttenhain

CISTERNA da Gotinha



Vídeo: Megan Fox

Uma mulher de 22 anos tem um
mamilo no pé.

Anúncio da Levis: Drugstore. Um mimo.

Modelo norueguesa assegura que as
suas mamocas estão bem de saúde.

Exposição na Alemanha explora
cem mil anos de sexo: reúne cerca de 250 objetos de 60 museus europeus e inclui desde estatuetas pré-históricas até um dos preservativos mais antigos do mundo.

Sentença judicial datada de 1833

Alagoas, 1833

O adjunto de promotor público, representando contra o cabra Manoel Duda, porque no dia 11 do mês de Nossa Senhora Sant'Ana, quando a mulher do Xico Bento ia para a fonte, já perto dela, o supracitado cabra que estava de tocaia em uma moita de mato, sahiu della de supetão e fez proposta a dita mulher, por quem queria para coisa que não se pode trazer a lume, e como ella se recuzasse, o dito cabra abrafolou-se dela, deitou-a no chão, deixando as encomendas della de fora e ao Deus dará.
Elle não conseguiu matrimonio porque ella gritou e veio em amparo della Nocreto Correia e Norberto Barbosa, que prenderam o cujo em flagrante.
Dizem as leises que duas testemunhas que assistam a qualquer naufrágio do sucesso faz prova.

CONSIDERO:
QUE o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento para conxambrar com ella e fazer chumbregâncias, coisas que só marido della competia conxambrar, porque casados pelo regime da Santa Igreja Cathólica Romana;
QUE o cabra Manoel Duda é um suplicante deboxado que nunca soube respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quiz também fazer conxambranas com a Quitéria e Clarinha, moças donzellas;
QUE Manoel Duda é um sujeito perigoso e que não tiver uma cousa que atenue a perigança dele, amanhan está metendo medo até nos homens.
CONDENO o cabra Manoel Duda, pelo malifício que fez à mulher do Xico Bento, a ser CAPADO, capadura que deverá ser feita a MACETE. A execução desta peça deverá ser feita na cadeia desta Villa. Nomeio carrasco o carcereiro.
Cumpra-se e apregue-se editais nos lugares públicos.

Manoel Fernandes dos Santos
Juiz de Direito da Vila de Porto da Folha Sergipe
15 de outubro de 1833

como dobrar as toalhas

05 julho 2007

Utensílios da Gotinha




Vahid Naziri


Perhaps the focus of my purpose can best be summed within this quotation from the writer Paul Bowles:
"... we get to think of life as an inexhaustible well. Yet everything happens only a certain number of times, and a very small number, really. How many more times will you remember a certain afternoon of your childhood, some afternoon that's so deeply a part of your being that you can't even conceive of your life without it? Perhaps four or five times more. Perhaps not even that. How many more times will you watch the full moon rise? Perhaps twenty. And yet it all seems limitless."
Enjoy while it lasts.
______________________________
Talvez a essência das minhas intenções possa ser melhor resumida nesta citação do escritor Paul Bowles:
"... tendemos a pensar que a vida é um poço sem fundo. Mas tudo acontece só um determinado número de vezes, e um número realmente muito reduzido. Quantas vezes mais tu te lembrarás de uma certa tarde da tua infância, uma tarde que faz tão profundamente parte da tua existência que nem consegues conceber a tua vida sem ela? Talvez quatro ou cinco vezes mais. Talvez nem isso. Quantas vezes mais tu vais ver a lua cheia a subir no horizonte? Talvez vinte. E no entanto parece que nada tem limites."
Goza enquanto dura.
Vahid Naziri

brought to you by fluffy Lychees

Absurdia


Era fodido escrever o relato do último jogo do Benfica e depois ter de substituir a palavra vermelho por encarnado já que a primeira cor estava excluída do léxico jornalístico. Em seguida, limava qualquer referência a força ou vigor usado por esse clube e trocava luta pela posse de bola por disputa que ainda alguém podia ler nas entrelinhas um combate político que oficialmente não existia impresso em página nenhuma.

Saí da redacção já noite feita para ir emborcar um bife e umas imperiais e certo como um relógio lá estava a farda cinzenta do pançudo na esquina da Diário de Notícias a cobrar os serviços de protecção à Branca de Neve, a puta de sensuais lábios carmim a contrastar na alva face tal e qual a princesa popularizada pela Disney e a quem não faltava nem o cabelo tão negro como azeviche. Até que desejava foder aquela bonequinha que me içava o escroto em cada relance mas não o bastante para não adiar o feito.

Na Trindade tagarelávamos entre colegas e copos, sem esquecer de pesar bem cada palavra dita como os pratos de gambas que ali se serviam que cara desconhecida de comensal na mesa ao lado supunha bufo que subira da António Maria Cardoso ali para nos dar nas orelhas, ocasiões em que repetíamos a senha Ó, Ó, Ó, Ó, Ó, em gargalhadas, para evocar a forma como o Américo Tomaz leria o símbolo dos Jogos Olímpicos.

lavagina





A encomenda