24 julho 2007

Amor Hollywood

Que se lixe o amor bacoco
"I'll never forget you love of my life",
Filme, Hollywood, guião traçado
Never, forever,
De mãos dadas
Lado a lado.
Que se lixem as juras-promessas de amor verdadeiro
Puro, exclusivo e derradeiro,
Conversa da treta, destino traçado,
Romeu-Julieta,
Tragédia grega,
Sina e fado.
Que se lixe o amor exclamação,
Sem ponto final ou interrogação.
Eu mudo de linha e a tracejado,
A negro escrito bem carregado,
Declaro mentira o amor fado,
O amor garante de eternidade.
Palavras vãs,
Palavras ocas,
Palavras ditas por um momento,
Querer magia e encantamento,
Ilusões ocas,
Sonhos vazios,
No happy endings mas endings frios.
Sonhos desfeitos, desbaratados,
Corações-cacos, logo colados,
Que o novo amor mora ali ao lado
Único, puro e derradeiro.
Como foi o último
Ou como o primeiro,
"I’ll never forget you love of my life".
Novas promessas e encantamentos,
Eternidade por uns momentos.
O corpo outro,
Igual o fado,
Que o amor forever tem tempo marcado.

Foto:Agnieszka Uziębło

Meter no saco... mas não a viola!

Foto de Andreas Jahn

Num dos mais recentes episódios de "Nip Tuck" — série que prima pela qualidade e por uma intensa carga erótica em quase todos os episódios, quer pela beleza dos actores e actrizes, quer por práticas sexuais explícitas ou afloradas, sempre com uma atmosfera muito azul, mas ao mesmo tempo muito quente — na sexta-feira passada, no canal Fox Life, um dos médicos protagonistas tem relações sexuais com uma ex-paciente, incitando-a usar um saco de papel na cabeça. De imediato me lembrei do artigo que tinha lido há algum tempo, aqui, sobre o que seria um novo "jogo sexual", ou fetiche: usar sacos de papel na cabeça enquanto se têm relações sexuais, o "bagging". Quando lemos o artigo ficamos com a impressão que há mesmo uma nova tendência, uma nova brincadeira, uma nova... descoberta. Mas é interessante notar que, quando pesquisamos na net, uma grande parte das referências de "bagging + sex" vai dar a esse mesmo artigo.
Bom, mas resumidamente, "bagging" ou "masking" significa que alguns casais consideram o máximo "brincar" com sacos de papel na cabeça. As justificações são, usando as palavras de uma entrevistada, "o Phil adora estar no seu mundo com a sua cabeça no saco" e "ele não pode ver a minha cara, portanto pode relaxar e concentrar-se no seu próprio prazer e necessidades". Ou, ainda "e funciona também ao contrário. Não consigo ver a cara familiar do meu marido, por isso posso fingir que estou a praticar sexo com um anónimo que só está ali para fazer o que eu lhe disser".
Eu digo sempre, aqui e em qualquer lado, que cada casal deve fazer o que mais apetecer para apimentar e variar a sua vida sexual, desde que seja consentido entre os seus membros, e entre estes e outros que sejam chamados a participar nas aventuras. Por isso, terei de continuar a afirmá-lo depois de exemplos deste género. O que me parece, aqui, é que se podem ter os benefícios que o saco de papel traz, sem este ser preciso. Um bom relacionamento sexual, com amor ou sem ele, incluirá — ou eu sou muito exigente, eventualmente... — permitirem-se fantasias. E se ao meu parceiro lhe apetecer fantasiar que eu sou, sei lá... a minha querida Julianne Moore, ou a Angelina Jolie querida dele(s), quem sou eu para não deixar? Até me eleva! O prazer dele em estar comigo passará, também, por eu lhe permitir que a mente dele viaje por onde ele quiser, é a minha opinião. Assim como se me apetecer dizer-lhe que estou a sentir um desejo enorme porque estou a imaginar-me ali com ele e com outro gajo a mexer-me nos sítios que sobrarem ser mexidos, quero sentir-me à-vontade para o fazer...
Pois, é por estas e por outras que não gosto de variar de parceiro. Porque me vou convencendo que não há muitos que correspondam à minha lista de requisitos...
Quanto aos "mascarados", desejo-lhes que desfrutem e tirem o maior partido da novidade que retiram dessa prática. Mas, já agora, sugiro é que usem algo mais interessante que um saco de papel para "ficarem nos vossos mundos". Eu colaria, por exemplo a uma meia de nylon que a minha cabeça vestisse, uma fotografia da mulher mais desejada pelo meu parceiro... entre outras ideias que, com certeza, pudesse vir a ter.

Confirmação da medida em caso de dúvida

À venda aqui
















Outras Coisas

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22 julho 2007

Não a sigas


Viu-a no momento em que ela chegou e se aproximou de outro que não ele, e o outro sorria como ele sorria quando ela chegava, e sentiu o beijo e o olá que ela sussurrou ao ouvido do outro como lhe sussurrava a ele, quando eram dele ela e olá, e o outro sorria o dia enquanto ela se afastava na direcção da casa de banho, e ele recordou quando a seguira num café como aquele depois dela lhe dito, “volto já vou ao wc”, e ele chegara ao pé dela no minuto em que a porta se fechava para ela sozinha, e entrara, e fechara-a para os dois e disse-lhe, “quero-te tanto”, e ela surpresa, e ele, “quero-te tanto agora”, e ela com medo de serem surpreendidos como fora surpreendida por ele…
E ele pensando, olhando a mesa e o outro que a esperava,” não te levantes, não a sigas… “
E ela presa entre ele e a parede, as palmas das mãos coladas à parede já rendida, ela que nunca se rendia, e ele querendo-a tanto que o corpo lhe doía, que o corpo tremia, e ela rendida, e as mãos dele na roupa dela abrindo a camisa, a boca colada ao pescoço, mordendo, “quero-te tanto”, e ela rendida…
E ele pensando, olhando o outro e a mesa, não te levantes, não a sigas…
E as mãos dele na roupa dele, abrindo calças, expondo o sexo que gritava e doía e a queria a ela que rendida gemia, e ele levantando-lhe as nádegas, abrindo-lhe as coxas … E ele pensando olhando o outro, “não te levantes, não a sigas…”
E o outro a levantar-se sorrindo o dia porque ela chegara, e a tocar a mão dela que ele queria sua, que fora sua, e os dois a sair e ele ali sentado, querendo-a e tremendo, e doendo e pensando…
“Não te levantes, não a sigas…”
Encandescente

Foto: Stanmarek

Entre gajos


Por costume, só se lamentava perante público feminino almejando umas festinhas no egozinho e o mais que desse. Mas desta vez, perante o apoio quase certo dos seus, relatou-lhes que a gaja caçava gajos como qualquer gajo, mira, tiro e queda e teve o desplante de lhe pedir que usasse cuecas apertadinhas para se regalar logo com os contornos do material mal lhe desembrulhasse as calças. E não contente com tanta exigência e arrogância ainda sugeriu que retirasse os pêlos em excesso no baixo ventre, tal e qual ela fazia.

Os aplausos verbais dos ouvintes não se fizeram esperar e se um alvitrava que ela não era de cá, logo outro concluía que ela estava era mal fodida e outro mais avisado corrigia que ela não gostava era de foder, não fosse o narrador sentir-se melindrado com a alusão de incompetência. Em roda livre avançavam que a gaja não tinha ponta por onde se pegasse, que um gajo não podia ser assim ofendido por uma gaja e sentenciavam que ela precisava era que a comessem por trás e lhe dessem umas palmadas no rabo nesse ritual masculino cuja origem se perde nos primeiros pastores de ovelhas neolíticos.

Pediram mais umas bejecas para animar a festa e ele sentiu-se reconfortado e recompensado com tamanha masturbação colectiva.

as patriotas


Bliss2
Colocado por Dominator44xx