23 setembro 2007

ele há jardins muito mal encabados...


tenho visto pelas ruas de Lisboa
coisas tais que me fazem temer bruxas
mas agora foi demais, é coisa à toa
ver assim um jardim de pichas murchas…

mas pior, bem pior, um desatino
foi ver lá tanto mancebo agachado
e quem sabe se por malícia ou destino
sob tão vil menção ser retratado

que se grite ao edil que é da Costa
que não deixe murchar mais esse jardim
que o afague, o acarinhe, que ele gosta
e não dá gozo a ninguém tão murcho assim...

OrCa
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Eis um tema que o Nelo ode a preceito:

"Ai as coizas desta sidade
que me dão revolta às tripas
Pençar, melhér, cum esta idade
Haver ainda prassêtas sem vida

Beim diria nam haver uma moita
neim escuro de arbusto tapado
Queu, Nelo, Bishona raboita
Nam tenha já de pishota gozado.

E iço éi çim o que me intriga
Provado de fodografia
O poster do mén Orquídia
(Ai Pisha, o broshe queu te fasia...)

E já de martelo lambuzo
imbora de tusa passada
Poria nos jardins uns bustos
de pilas em leites babados

Seria coiza à altura
da mais tezoira verdade
Um Nelo nunca deicharia
Jardins de pichotas murshadas"

Custos inerentes


Para encher o despontar da adolescência dediquei algumas horas de leitura a uns livrinhos de origem escandinava que mostravam fotografias de diversos preservativos, DIU's e pílulas e nem umazinha de árvores e passarinhos para amostra. Neles aprendi a origem do DIU nuns ramos com a mesma configuração que se aplicavam às camelas no deserto. E fixei que mais coisa menos coisa se tem a primeira relação sexual quando disso temos vontade e não nos devemos deprimir a contrariar tal tendência.

Ora na época até tinha um namorado que me chateava constantemente a moleirinha por causa disso, tal a ânsia que tinha de na prática saber como era e como não era e já que tinha terminado a leitura sugeri-lhe que combinássemos uma data. O moço encheu-se de brios e na manhã do dia aprazado até foi escanhoar a barba que não tinha. A mãe estranhou e ele orgulhoso prontamente esclareceu que ia ter a sua primeira naquele dia e se a mãezinha não se importasse podia fazer o favor de não chegar antes da hora do costume.

Todos nus como mandava o figurino dessa época lá fomos tentando ver como conseguíamos encaixar a coisa uma na outra e se não fosse pelos beijos que me arrepiavam a espinha como o sol na praia não percebia o que havia de especial na pilinha que só me fazia cócegas.

Nisto, ouvimos a chave na porta e a mãe dele entrou de braço dado com a minha pelo quarto adentro. O Carlos Tê diz que não se ama alguém que não ouve a mesma canção mas eu convenci-me que também é melhor não o fazer com quem não lê os mesmos livros.

Arte Corporal




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22 setembro 2007


Como a raposa no livro do príncipe que primeiro leu em pequena, começou calmamente a vestir o seu coração. A acalmá-lo, a sossegá-lo, a explicar-lhe que era apenas um fim de semana e que um homem é igual a outros homens. O coração, enquanto se vestia, ia contrapondo, que não, que não era bem assim, que se lembrasse do quanto procurara o Vítor e em nenhum outro homem o encontrara. Teimosa como era, deixou o seu próprio coração a falar sozinho e passou a tratar do seu corpo. O banho demorado, a depilação cuidada, o hidratante cuidadosamente aplicado, o perfume dos dias que se desejavam bonitos, a lingerie escolhida para não ser demasiado óbvia, a roupa preta que a fazia sentir-se em casa, onde quer que estivesse.
Viu-se ao espelho. Com o passar do tempo, ia dando por ela a lamentar que os homens que ia conhecendo não a tivessem conhecido quando era ainda firme, lisa, virgem de ressentimentos e desconfianças.
Sacudiu o cabelo como quem quer sacudir anos de peso e escolheu as botas. Agora sim, era uma guerreira a postos, temerária, invencível.
Os passos tremeram-lhe quando começou a dirigir-se para a porta, quando iniciou o caminho que a levaria aos braços do homem, mas fingiu que não reparava.
Dele visualizava retalhos, as mãos (lembrava-se delas no seu peito tímido, nas suas coxas, apertando-lhe as nádegas), os olhos (via-os brilhantes, na luz trémula do cais, embalados pelas ondas do rio), a voz (ouvia-o sussurrar-lhe o prazer, o desejo, a vontade e a surpresa), a nuca (sentia-lhe a pele quente e suada quando os seus beijos se iam afastando da boca e procuravam o outro todo que era o homem).
Saiu de casa deixando atrás de si todas as imagens, memórias, histórias e desencantos.
Aquele homem era agora, ele apenas, ela apenas, nada mais caberia na cama onde se deitariam ansiosos, sedentos e surpreendidos. A noite, apenas essa. Sem pressas, sem planos, sem expectativas. O prazer. Puro. O prazer do sexo que aos poucos lhe ia descobrindo. O prazer dos risos leves. O prazer da pele dele na sua. O prazer que lhes iluminaria o sono, depois de cansados e saciados.
Fechou a porta de casa e a farda de guerreira já lhe pesava.

I feel myself


I Feel Myself - Audrey - '
Colocado por aubagnais

Outono - Queda da Folha

HURK... O Novo Super-Herói

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