23 setembro 2007

Custos inerentes


Para encher o despontar da adolescência dediquei algumas horas de leitura a uns livrinhos de origem escandinava que mostravam fotografias de diversos preservativos, DIU's e pílulas e nem umazinha de árvores e passarinhos para amostra. Neles aprendi a origem do DIU nuns ramos com a mesma configuração que se aplicavam às camelas no deserto. E fixei que mais coisa menos coisa se tem a primeira relação sexual quando disso temos vontade e não nos devemos deprimir a contrariar tal tendência.

Ora na época até tinha um namorado que me chateava constantemente a moleirinha por causa disso, tal a ânsia que tinha de na prática saber como era e como não era e já que tinha terminado a leitura sugeri-lhe que combinássemos uma data. O moço encheu-se de brios e na manhã do dia aprazado até foi escanhoar a barba que não tinha. A mãe estranhou e ele orgulhoso prontamente esclareceu que ia ter a sua primeira naquele dia e se a mãezinha não se importasse podia fazer o favor de não chegar antes da hora do costume.

Todos nus como mandava o figurino dessa época lá fomos tentando ver como conseguíamos encaixar a coisa uma na outra e se não fosse pelos beijos que me arrepiavam a espinha como o sol na praia não percebia o que havia de especial na pilinha que só me fazia cócegas.

Nisto, ouvimos a chave na porta e a mãe dele entrou de braço dado com a minha pelo quarto adentro. O Carlos Tê diz que não se ama alguém que não ouve a mesma canção mas eu convenci-me que também é melhor não o fazer com quem não lê os mesmos livros.

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