
Asa esquerda e asa direita, disseste tu. E eu repito-te. Como se me forçasse a acreditar que só assim se faz o voo.
Rio-me. Digo-te que preciso da tua asa direita para equilibrar a minha asa esquerda, como se precisa da fealdade para realçar a beleza.
Porém, não era preciso que me risse. A tua asa direita chega-se a mim e envolve-se na minha asa esquerda; a minha asa esquerda chega de mansinho e insinua-se na tua asa direita.
Podemos então rir os dois das caras de espanto com que nos olham os que não percebem como equilibramos este voo.
E é para a cama onde nos deitamos que levamos as diferenças e as semelhanças e dela, dessa cama que é a nossa, fazemos uma casa.
"São asas. Que só duas fazem voo."




Um casal de reformados vai ao médico fazer o seu exame periódico. Depois de tê-lo examinado, o médico diz ao velho:

Uma mulher acorda durante a noite e apercebe-se que o marido não está na cama.

