– Pisa-me!
– Piso-te?!
– Sim, pisa-me! Pisa-me com força!
– Piso-te?!
– Sim, pisa-me com força e chama-me bandalho!
– Bandalho?!
– Sim e pisa-me!
– Agora, bandalho?
– Sim… Sim, já!
– Onde, bandalho? Queres que te pise onde?
– Nos pés.
– Nos pés, bandalho? Só nos pés?
– Ahn…sim…
– Que mariquinhas, bandalho. Nos pés?... Só nos pés? Que merda de tara é essa?
– Porquê?!
– Isso é uma tara de merda, bandalho. Pisar-te nos pés? Pisar-te nos pés é para meninos, bandalho.
– Achas?
– Tenho a certeza!
– Mas tu tens uns saltos muito altos e pontiagudos…
– Mais me ajudas, bandalho, saltos destes, numa tara à séria, são para pisar o corpo todo.
– O… o corpo todo?
– Sim e o escroto…
– Bolas!
– Sim, as bolas! Isso é que era uma tara à séria… Agora os pés… Só os pés, bandalho?!
– Ah!... E se não me estás a pisar, escusas de me chamar bandalho.
– Eu estou a gostar, bandalho.
– Eu não.
– Acho que te fica bem.
– O quê?
– Bandalho. Bandalho assenta-te bem.
– O que é que isso quer dizer?
– Que tens cara de bandalho e atitudes de bandalho e ar de bandalho. És um verdadeiro e genuíno bandalho!
– Eu estava a brincar.
– A brincar?! Querias que eu te pisasse e chamasse bandalho a brincar?
– Não, quero dizer… Não, isso era a sério. Excita-me.
– Que te pisem os pés e te chamem bandalho?
– Sim.
– Isso é uma tara de merda. Uma tara de meninos!
– Já me tinhas dito.
– E não queres que te chame bandalho?
– Não.
– Porquê?
– Olha… Foda-se!... Porque não!
– Não te excita, bandalhozinho? Não te excita que te chamem bandalho, bandalho?
– Estás a gozar?
– Eu?! Eu não… E deixa-me que te diga que vim aqui para isso, bandalho, mas pelos vistos, não me safo. Tu és mesmo um bandalho. Um bandalhozeco com taras da treta.
– Isso não tem graça! Escusas de estar a gozar…
– Oh!... Vais amuar, bandalho?
– Vai-te lixar!
– Não chores, bandalhozinho. Eu piso-te, amor, não seja por isso.
– Pisas?
– O escroto?
– Queres-me pisar o escroto?
– E o peito e as pernas e… todo, bandalho. Quero pisar-te todo!
– Mas gostas?
– Acho que vou gostar.
– Mas não pisas mesmo, pois não?
– Não piso?! Não piso?! Faço o quê, então?! Festinhas com o salto?
– Mas se tu te pões em peso em cima de mim…
– Desculpa?!
– Os saltos são muito finos, muito pontiagudos.
– Ah! E depois? Estás a insinuar alguma coisa?
– De quê?
– Do meu peso, bandalho. Essa frase… Eu não gostei nada dessa frase, bandalho! Se me ponho em peso em cima de ti?! O que queres dizer com isso?
– Nada. Nada. O problema são os saltos. São muito pontiagudos.
– Eu não tiro os dois pés do chão ao mesmo tempo.
– Prometes?
– Se estou a dizer.
– E o escroto?
– O que é que tem?
– Não me pisas.
– Que “ganda” menino, bandalho…
– Ias-me pisar?!
– Nããã…
– Ias!
– Não ia nada.
– Ias!
– Não ia… Talvez não fosse.
– Diz a verdade!
– Ouve lá, mas que merda de tarado és tu?! Piso-te os pés e chamo-te bandalho?! Mas que…
– Ias-me pisar!
– Claro que ia!
– E chamar-me bandalho?
– Com gosto! Bandalho!
– Não tiras os dois pés do chão?
– Não!
– Se eu gritar para parares, páras?
– Claro.
– E consegues não me pisar o escroto?
– Consigo.
– Deito-me?
– Claro, queres sentir o meu salto fino, frio e pontiagudo, como, bandalho?
– hummm…
– Na cama não!
– Não?
– No chão. Na cama não me consigo equilibrar!
– Ah… E não me pisas o…
– Não, bolas! És medricas, bandalho. Deita-te, homem.
– …
– Não tenhas medo!... Não me conheces, bandalho?
– Não…
– Assim mesmo… Ficas bem, aí deitado… Bandalho!
– Podias despir-te… Podias ir-te despindo…
– Ainda não, meu bandalho. Concentra-te só no salto… está frio… faz-te doer… sentes? Sentes, bandalho? É bom, não é?
– Sinto… sim…
– É melhor do que só nos pés, bandalho, é ou não é?... Podia magoar-te… Posso fazer mais pressão… sentes, bandalho?... excita-te, não é?
– Sim… sim…
– Não fujas. Não te vires. Gostas?... Gostas?
– UUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAh! FODA-SE!
Garfanho
06 dezembro 2007
05 dezembro 2007
Pixelada
Comecei com gestos tímidos próprios de quem ainda está a descobrir os caminhos do outro. Quase pedia licença a um dedo para mexer o outro. Ficava abesbílica a olhá-lo na incerteza de ser sonho ou realidade e com medo de não dar o passo certo ou pelo menos, o desejado.
Contudo, quanto mais lhe tocava e mais descobria os seus contornos mais fácil era percorrê-lo como se o conhecesse desde sempre. E nascia em mim uma vontade imperiosa de lhe jorrar palavras com os gestos apropriados e assim acariciá-lo nos momentos de construção mútua dessas imagens e sons.
A crescente cumplicidade fazia-me atirar a ele de toda a forma e feitio, desnudando todas as partes de mim entre líquidos e cigarros e mesmo quando num gesto menos comedido lhe dava um piparote numa zona mais sensível corrigia o disparate sem hesitações com um sorriso nos lábios.
O prazer físico que me percorria cada vértebra medrava quando lhe tocava no publish e em segundos ele disparava os milhentos pixels do post.
Contudo, quanto mais lhe tocava e mais descobria os seus contornos mais fácil era percorrê-lo como se o conhecesse desde sempre. E nascia em mim uma vontade imperiosa de lhe jorrar palavras com os gestos apropriados e assim acariciá-lo nos momentos de construção mútua dessas imagens e sons.
A crescente cumplicidade fazia-me atirar a ele de toda a forma e feitio, desnudando todas as partes de mim entre líquidos e cigarros e mesmo quando num gesto menos comedido lhe dava um piparote numa zona mais sensível corrigia o disparate sem hesitações com um sorriso nos lábios.
O prazer físico que me percorria cada vértebra medrava quando lhe tocava no publish e em segundos ele disparava os milhentos pixels do post.
Eunucos em Roma
Pouco crentes nos anticoncepcionais, algumas mulheres ricas e luxuriosas adquiriam escravos eunucos do tipo «spadones» (do grego σπάω), aos quais haviam sido amputados os testículos já depois de atingida a puberdade e instalada em toda a sua pujança a actividade sexual, tendo-lhes sido cuidadosamente mantida a integridade peniana. É que estes indivíduos assim preparados conservavam intacta a erecção continuando os pénis com as proporções próprias, não tendo portanto perdido a passibilidade de cópula, ficando-lhes apenas perpetuamente abolida por completo a potência geradora. Com eles pois podiam essas damas executarem os actos sexuais sem perigo de engravidarem. Eram assaz ciumentas deles por isso. Para os trazerem sempre debaixo de vista, evitando que outras damas lhos roubassem, cobiçosas muitas vezes da infecunda exuberância sexual de tais escravos, faziam-se acompanhar por eles nos banhos públicos e com eles se banhavam frequentemente.
Havia em Roma eunucos de três tipos, porem apenas os «spadones» eram próprios para o fim que essas damas lúbricas pretendiam, pois que os dos tipos «castrati» e «thlibiae» eram destituídos de «potentia coeundi» *. Os primeiros, os «castrati» (do grego χέστες) eram indivíduos a quem por meio duma lamina cortante se haviam seccionado cerces testículos e pénis, tornando-os impotentes para a geração e para a cópula simultaneamente. Os segundos, os «thlibiae» (do grego θλιξω) eram indivíduos a quem haviam sido esmagados e comprimidos os testículos.
in AGUIAR, Asdrúbal de (1935) Estudos sobre Roma nos tempos antigos
Lisboa: Imprensa Nacional, pág. 20-21.
* Potência sexual.
ErotiCUS no reino da diverSão
Por terras de Viriato,
Em tempos que já cá estão
Havia lá p'lo reino
Uma Diva que era São.
Num dia de grande ponta
Lembrou-se um dia esta São
Fazer um Blog com tusa
E aFundou mais de um milhão
- De carais? Pergunta o Nelo
Com grande satisfaSão
- De Rosas! responde a Diva
Mas dessas que dão teSão
Vieram de todo o reino
Pitas, pitos e colhão
Fizeram moshe na zona
E vieram-se à FundiSão
Ao verem furor tamanho
Num reino de FodaSão
Vieram-se (......)*
E tiveram múltiplos
Orgasmos de pasmaSão
Apareceu por lá o Dom
Cuidando que era cabrão
Encontra a Diva na reina
E bate uma, ali à mão
Para terminar a estória
Antes que acabe o serão
Venham-se todos à Funda
E no fim lavem a mão
Ainda em tempo de prosas
Queremos com satisfaSão
Dar três fodas à São Rosas
Que é...
Um ganda Mulherão!
*leia-se: todos os membros e membranas da FundiSão, incluindo conas, caralhos e assim assim.
Feito em Liberalitas Júlia em 29 de Novembro do ano da São de 2007.
04 dezembro 2007
A outra:
Não achas que isto pode parecer um bocado mal?
Ela:
Isto?! Parecer mal?! Saber bem, sim, mas parecer mal?! Como?
A outra:
Não sei, imagina que entra alguém agora, eu com esta cena na mão, e ligada, tu aqui sentada juntinha a mim, e com a mão na minha perna.
Ela:
Sim, imagino que qualquer um deles havia de pensar que finalmente a fantasia se realizou.
A outra:
Bora, querida?
Ela:
Cabra, só me dizes isso a rir, à séria, nada.
A outra:
E já o experimentaste?
Ela:
Ainda não, levo-o este fim de semana.
A outra:
Love is in the air...
Ela:
Não gozes comigo, deixa-me sentir bem.
A outra:
É só que te quero, amiga.
Ela:
Logo o filho da mãe havia de ser de direita, o cabrão.
A outra:
Mas diz lá se não gostas do pau da bandeira que ostenta.
Ela:
És tão tão cabra, minha puta. E gosto tanto de te ver rir assim.
A outra:
E eu a ti.
Ela:
Os teus olhos ficam mais verdes.
A outra:
A tua boca fica mais apetitosa.
Ela:
E maior?
A outra:
Como se isso fosse possível.
Ela:
Cheirinho no café?
A outra:
Para ti. Para mim é café no cheirinho.
Ela:
À nossa, querida, que muitos dias inteiros nos esperem nas árvores.
Obri'a'a! Muito obri'a'a!
Os Vozes da Rádio descobrem-me em qualquer lado:
"Num recente passeio pelas Lagoas, ali para os lados de Ponte de Lima, não me passou indiferente esta placa, de tal maneira que não resisti em tirar-lhe uma fotografia.
Não percebo o que são zonas húmidas de importância internacional, mas se têm direito a placa, é porque devem ser muito boas.
A verdade é que o que me veio logo à cabeça foi a nossa amiga São Rosas (...)"
Joca
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