04 dezembro 2007


A outra:
Não achas que isto pode parecer um bocado mal?
Ela:
Isto?! Parecer mal?! Saber bem, sim, mas parecer mal?! Como?
A outra:
Não sei, imagina que entra alguém agora, eu com esta cena na mão, e ligada, tu aqui sentada juntinha a mim, e com a mão na minha perna.
Ela:
Sim, imagino que qualquer um deles havia de pensar que finalmente a fantasia se realizou.
A outra:
Bora, querida?
Ela:
Cabra, só me dizes isso a rir, à séria, nada.
A outra:
E já o experimentaste?
Ela:
Ainda não, levo-o este fim de semana.
A outra:
Love is in the air...
Ela:
Não gozes comigo, deixa-me sentir bem.
A outra:
É só que te quero, amiga.
Ela:
Logo o filho da mãe havia de ser de direita, o cabrão.
A outra:
Mas diz lá se não gostas do pau da bandeira que ostenta.
Ela:
És tão tão cabra, minha puta. E gosto tanto de te ver rir assim.
A outra:
E eu a ti.
Ela:
Os teus olhos ficam mais verdes.
A outra:
A tua boca fica mais apetitosa.
Ela:
E maior?
A outra:
Como se isso fosse possível.
Ela:
Cheirinho no café?
A outra:
Para ti. Para mim é café no cheirinho.
Ela:
À nossa, querida, que muitos dias inteiros nos esperem nas árvores.

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