23 dezembro 2007

Postais



Este mimão (um miminho grande) do Raim tinha que ser odido por outro mestre:
"p'ra festas na Funda São
há que fazê-las sem mal
mas com profunda intenção
de preferência na tal

mais intensas cada dia
as mais alegres festinhas
numa incontinente orgia
digna de reis e rainhas

a nós o gozo do ócio
que é tão nosso afinal
do solstício ao equinócio
desde Janeiro ao Natal

em bacalhau dos odores
em rabanadas com molho
em mil e muitos amores
curtidos num piscar de olho

que sombras dignas da noite
que luz nos vem das estrelas
que nesta Funda se afoite
a quem lhe encante sabê-las

Festas das Boas para quem por cá se venha! "

OrCa

O Nelo já não larga o OrCa. E que bem que o ode:

"Ai minh´Orca
Que odes beim.
Odes tanto qu´isto çem
dares um ar da tua grassa,
çendo o Broshe da devaça,
toma um goshto que trespaça
quande tu aqui te veins!

És melhér, valente pueta.
Belus verços, frases completas
Çó uma pena me ocorre
Ao ler-ti nas primeiras estrofes
em um tom que quaze cumove
Outra vesh um hino hás covas

Mas aregalo logo a pinha
apezar do verço "Na-tal"
Adiante falas d´orgia
e eu logo em alegria
veijo te Rei e éu Raínha
Fasendo um belo casal.

Ai mas logo a çeguir
Porque és açim tam máu?
Stava-me éu cuaze ha vir,
Quande em çombra veio cair
A cova em sheiros de bacalhau...

Ai mas tu ésh mejmo Mestre
E ainda nam caía
a gota do olho triste
quande o verço de proa em riste
nam sperando por mais nada
Acerta em sheio na rabanada

E já neim queru portantes çaber
de mais çombras e volteios,
De verçejos e paleios
que tu fases, meu animal.
és do Nelo o dôsse pueta
e prá coiza ficar completa
Prá ti e todos, feliz Natal.

Natal, entendeim? Nam éi eça coiza trucadilha de Na tal... (Fó, Covas... que purcaria...)"


Ao OrCa ninguém cala (i nâu çerà agòrò Nelo):
"mas que mimos, que favores
belas artes que enovelo
fico pasmo c'os primores
dos versos do nosso Nelo

dá-lhe forte e com destreza
belo qual violoncelo
delira se a coisa entesa
por flauta faz-se mais belo

na hora de ser feliz
o bom do Nelo afinal
se na tal torce o nariz
dá-se todo pelo Natal

(cada um meu caro amigo
cheira o bacalhau que pode
mas não o cheires comigo
que não serei quem te acode)

Vá lá, as melhores festinhas vos desejo!"


E para ajudar à Consoada, até se vem aqui o PreDatado:

"Vós que Mestres da poesia sois
Fode-me as têmporas quão baixa estima
Tendes por vossa (diria rude) rima
Caralhando tudo o que escreveis, pois!

Ora en Natalícia quadra, ao contento
Que poderíeis dar ao dedo (e à língua)
Queiram as ninfas que não fiqueis à mingua
E outros, logo, vos roubem assento.

Para que desejar Festas Boas
Travestido verso ou mesmo nu
Bastaria sem tais taradas loas,

Fica aqui este reparo, sabido cru.
E agora orgia! Se para tal bastem as coroas
p'ró bacalhau, p'rás filhós e p'ró peru."


É claro que o Nelo não o deixa escapar. Afinal, ele só foge das covas:

"Ai melhér qués predatado
Tás tempão çem aqui te vir
Mas cômo teins tempo adiantado
Nunca eshtás fora de prazo
Chegas inda antes de sair

E veins intão náltura çerta
Pois o Orca, melhér dágua
Já me diçe - Ai que mágua! -
- "Nam quero do Nelo a oferta!" -

Mas - Ó çanta providénsia-
Saltou-me eshte Home do Tempo
Que antes de ter cumeçado
Està-çe a vir-çe Çua Eçelência
Neste pacote eim impaciênsia
Nu desejo de çer enrabado.

Que melhor puderia ter
Depois da tampa do Rei ORca
Uma prenda em Predatado
Çaíndo dõsse pela porta
Depoiz (ou ãtes) d´Nelo emrabado"


A Guida elogiou esta bela desgarrada de Orca e Nelo (com o Predatado como guèstar). A São Rosas disse que quase era Orchinelo e o OrCa fez a "defêza da ômra" (como diria o Nelo):

"não há Nelo para as covas
nem há-de o OrCa ir ao Nelo
nem polimento de escovas
nem porrada com chinelo

haja apenas na função
- diria um tal Jorge Costa -
de ter cada um à mão
aquilo de que mais gosta

mas confusões de Orchinelo
não trarão maior valia
Orca é Orca e Nelo é Nelo
e cocktail faz-me azia

agora de bardo o brado
grito eu bravo e com foguete
e sai abraço cerrado
ao Nelo e ao seu topete!"

Assaltar, acometer.


Lançar-se sobre alguma pessoa ou coisa para fazer-lhe dano, é a ideia que apresenta a sinonímia destas duas palavras, com a diferença porém que assaltar significa arrojar-se atropelada e repentinamente, e acometer fazê-lo abertamente e sem surpresa alguma.

ROQUETE, J.I., O.F.M. 1885: 85

Jogos desflorais da São:

Esta moçoila está a ser “assaltada” ou “acometida”?
____________________________________
A malta esclarece:
1 Car(v)alho: "Sem 'elhos' pintados, não me parece 'moçoila'. E se tal fosse, seria o Falconaralho acumetê-la..."
Mano 69: "Todas as mulheres nascem moçoilas! Podem é ser acometidas a curto/médio prazo..."
lady.bug: "Ora bem, ela foi a-cu-metida por um assaltante..."
São Rosas:
- A bolsa ou a vida!
- Toma lá a bolsa!
Mano 69: "E não é que as bol(s)as ficaram de fora?..."
Nelo: "Cá pra mim éi um despedissio um home tam beim aviado andar a perder-çe quande para ser acumetido tá aquí o Nelo quei spessialista..."
OrCa: "Poderia dizer-se 'assaltada' se a ocorrência tivesse sido originada numa inocente brincadeira de saltar ao eixo, por exemplo, em que, escorregando um penante ao mancebo, ocorresse um acidental enfiamento do marzapo no vade retro, no acto do salto falhado. Já se a introdução se origina num acto voluntário e consciente, aí sim estaremos perante a situação de 'acometida', termo que não deve ser confundido com 'acumetida' por ter origem diversa. 'Acometida' provém, como a imagem documenta, da expressão 'a coisa metida' cuja evolução, por linguajar popular, deixou cair umas partes pelo caminho e deu a actual 'acometida'. Onde a coisa é metida não virá, então, ao caso, bastando-lhe o aconchego... Mainada!"
Twisted Bitch: "Mas então ela não está a ser enrabada?"

Tokyo Bitch - My Space

[Clicar na imagem]























Outras Coisas [via]

Excelente Domingo....

Dedicado especialmente à Guida


crica para visitares a página John & John de d!o

22 dezembro 2007

Dove - massacre

Não me canso de elogiar a «Campanha por Beleza Real» da Dove.
Desta vez, mostro-vos o anúncio "Onslaught" ("Massacre"), que termina com uma recomendação que subscrevo: "Fale com a sua filha antes que a indústria da beleza o faça".



Um dedo colocado na ferida, a juntar a tantos outros anúncios como os da pró-idade... da evolução... das filhas que se acham gordas... as cores verdadeiras...
É claro que há sempre quem vá mais longe, como nesta (r)evolução ou nesta paródia de (d)evolução.