08 novembro 2009

Em dia de aniversário...

Parabéns pelos seis anos de existência desta página.



Imagem Google

Dorme o meu peso de água numa fonte
um brilho de pena que me dói
molhada, escorrida, plena
doçura de prata serena
um ainda que se foi

Dorme o meu peso de pedra sob o sol
um perto de pavor em que me movo
rica, lúcida, límpida
certeza loira de trigo
na dúvida fatal que te persigo.

Dorme o meu peso de hera sob a chuva
um longe de aventura que me segue
escassa, pálida, breve
ternura que a tarde escreve
um sempre que nada dura.

(Poema de Salette Tavares in,
"Antologia das Mulheres-Poetas Portuguesas",
1962, pág. 204)

A Espera

– Sexo! Sexo! Sexo! – repetiu indignado o leitor casual de uma revista feminina, fechando-a. – Orgasmos, brinquedos sexuais, fetiches, como fazer isto e aquilo… Meu Deus! Tudo gira à volta do sexo… É demais! – Decretou o homem, largando a revista com exagerado desprezo, esperando a concordância do involuntário parceiro de espera no apertado consultório, e, como se o silêncio entorpecido do outro fosse uma desfeita sem perdão, perguntou-lhe directamente: – O senhor não acha que se dá demasiada importância ao sexo?
O encolhido parceiro de espera olhou para ele e logo para além dele, para um ponto indefinido na vazia parede lateral da minúscula saleta que ocupavam e, depois de um profundo e sentido suspiro, enquanto girava embaraçado a aliança, confessou desolado:
– Na minha casa, não.

Tempestade

O intemporal temporal
marcado nas coxas
agarradas ao trovão,
a dar entrada completa
ao Mestre da tempestade
interna da fusão
para beber a chuva animal
sobrepostas as duas rochas
fazem fusão perfeita:
um só corpo quando tudo arde.


Tu não me digas!...


crica para visitares a página John & John de d!o

Seis anos a ver um pouco de tudo na internet!



Fonte: pornfail.com

07 novembro 2009

vermelho rubro

quem sabe, uma letra para um fado...

tentei no vermelho rubro
dar alento ao meu desejo
no momento em que descubro
querer-te mais se te não vejo

e na mansidão das águas
que és tu se em ti me deito
marés vivas não são mágoas
mas ter-te de encontro ao peito

céu azul procela imensa
calmo lago uma cascata
sentir-te em mim assim tensa
se a volúpia te desata

ser o desejo tão fundo
mais de mil luas mil sóis
e subir além do mundo
nas dobras destes lençóis

num átimo intemporal
nada mais do que se tinha
mas qual fusão sideral
a tua pele ser a minha

OrCa
__________________________
Quem ode sujeita-se a ser odido:
"I já cu falamos do Orquita
eça melhér da puezia
ler as trofes quele pinta
digo logu que ção pra minhe

Fala nas mançidões das áugas
no dezeju, eçe tam fundo
eim lensóis que ja casqatas
sobeim mares e dobróm mundos

E intão eçe séu
todazul prossela imença
Inda mais o çinto méu
çideral fuzão intença

Ai melhér cu aínda á sóis
aus milharis e ash çuas luas
não queru tere palavras maish
eu Nelo, Orqa, çou toda tua...


Nelo"

E ode com ode se paga:
"Nelo, Nelo, mil mesuras
me dás em teu linguajar
umas moles e outras duras
mas todas boas de dar

haja então essa alegria
de ter por ouvinte um Nelo
um Xi, Nelo, eu te daria
não fosses por trás querê-lo!...

OrCa"

Entretanto, como o Gomalaca se queixa que isto "era um blog de ratas e chouriços e agora virou para uma de poesia conventual" o C. Torcato ode-o também:
"Para o Gomalaca, letra para uma foda...

Atentou-me o vermelho rubro
dessa boca, meu desejo
da tua cona que eu cubro
Do teu cu que já não vejo

E no tesão das mágoas
que és tu, se em ti me venho
foda viva dentro de águas
agarrado a essas mamas que ordenho

Ficam azuis os colhões
de tanto baterem na rata
ao ir-te ao cu sem travões
Malvado tesão que me mata

És o meu desejo profundo
Quando de baixo dos lençóis
Encavar-to até ao fundo
Agarrado aos teus caracóis

No meio de um temporal
ou no meio do areal
Quero a tua cona real
Antes que parta, rumo ao espaço sideral"

Cartas


Escreve-me um beijo vermelho
No envelope que endereças
Como naquele tempo de cartas
Em que escrevíamos folhas
E folhas e as metíamos no correio
E esperávamos ansiosamente
A resposta na volta do outro dia.

Escreve-me em beijos vermelhos
A saudade que de mim tens
E quando leres as minhas palavras
Escondidas por entre as linhas
Do meu papel rosado
Saberás o quanto ansiei

Esses beijos vermelhos salgados
Na volta do correio…

Foto e poesia de Paula Raposo
_______________________________
São Rosas: "Como sabes que eram salgados? Lambias as cartas?!"
Paula Raposo: "Lambia... pelo menos os selos..."
OrCa:
"oh, como assim se compraz
o amante escafedido
tira o selo e lambe atrás
o que sabe estar lambido"

A guerra dos sexos

Ele há critérios para tudo. E qualquer critério pode ter uma explicação, mesmo que esta seja apenas a vontade de um dono daquilo a que o critério se aplica.

O Blogómetro possui um critério. Tem uma lista global em que qualquer blogue pode entrar e uma lista editada onde só entram os que passam pelo crivo do tal critério.
Cagativo, pensará a maioria da malta que até nem liga aos contadores (claro, claro...), não registou o blogue na cena ou está-se mesmo nas tintas para isso das tabelas de popularidade da blogosfera.
Eu não estou. E por isso gosto de entender os tais critérios.
Comparei as duas listas que linco acima e percebo facilmente que o critério é só um: blogues com sexo mais explícito do que o dono é capaz de tolerar saem da editada, a todo-poderosa. Presumo que a intenção é ter uma tabela séria e uma outra badalhoca, para que os não sei quantos porcas e outros blogues demasiado visitados para o gosto criterioso não abafem a concorrência.
Até aí tudo bem. É uma questão de critério. Podiam implicar com os blogues de wrestling, ou com os ligados a clubes de futebol, mas não, são os de sexo que ficam de fora da lista politicamente correcta. Quem tem o poder usa-o.
Eu respeito critérios. Mesmo os dos outros. Mesmo os que entendo imbecis.
Mas gosto de entendê-los.
E não há maneira de o dono do Blogómetro me explicar um critério que edita ESTE blogue e assim o exclui da lista purificada mas deixa ficar ESTOUTRO.
Alguém consegue dar-me uma mãozinha como se eu fosse muito louro?

Viagra provoca visão azulada...

Portugueses queixam-se que...

Sofia Loren num espartilho preto

Sophia Loren despe-se para o seu médico, interpretado por Peter Sellers. Do filme "A Milionária" (1960).

06 novembro 2009

Amigos

Deitamo-nos na tua cama,
nas eventuais confissões
de dois apaixonados
por outras pessoas
e adormecemos juntos,
quebrados pelas emoções,
que quem assim ama
entende os meus pecados
e ausência de mais assuntos.

O cérebro não funciona bem sem uma quantidade adequada de zinco

Avisam os nossos amigos Vozes da Rádio:
"Assim como a tiróide precisa de iodo, (...), a próstata não funciona bem sem uma quantidade adequada de zinco. A próstata contém mais zinco do que qualquer outro orgão do nosso corpo.
Zinco é um metal indispensável em muito pequenas quantidades mas uma deficiência pode originar graves problemas de saúde. Cerca de (...) alimentação.
Usado pelo organismo o zinco encontra-se em altas concentrações no esperma e fluídos seminais. O cérebro tem de ter niveis adequados de zinco de modo a conservar os pensamentos organizados e equilibrados.
Excessiva actividade sexual pode conduzir a uma carência de zinco que pode ser seguida por doenças da próstata e desordens menstruais.
Alimentos ricos (...) entre outros.
in
biolife.pt"
Quem te avisa, amigo da tua próstata é.
E bastam os comentários dos próprios Vozes da Rádio para se perceber que este assunto é uma mina... de zinco!
Tomi - "Agora percebo porque me sinto tão confuso e despassarado... Obrigado, João! Muito obrigado! Vou já marcar um exame."
Joca - "Espera aí!.... Isto pode dar razão a muitas teorias... nomeadamente àquela que corre dentro do grupo, quando alguns pedem para se parar a meio das viagens, para ir à casa de banho. A teoria dos menos incontinentes, é que estamos perante problemas precoces de próstata. E se é isso, então daqui se infere que há muita actividade.
Outra teoria que gostaria de desenvolver prende-se com o que eu concluí com a leitura do texto. Ora se o cérebro precisa de zinco e se ele se encontra em altas concentrações nos fluidos seminais, então há formas e processos (que neste momento não vou descrever...) do zinco chegar facilmente à massa cinzenta, certo? Se assim é, a actividade excessiva que se fala no parágrafo seguinte, passa a ser a responsável pela reposição dos níveis de zinco no cérebro, entrando assim o ser humano numa espiral de causa-consequência que não tem fim. E isto pode ser uma doença... boa, por sinal..."
Jony - "É verdade. Este pequeno texto leva-nos a reflectir. Ainda estou neste momento a pensar nas desordens menstruais. Sim, pois como ainda não tive menstruação, é sinal de que a minha actividade sexual é altíssima, e sofro de desordem menstrual. Vou abrandar, e amanhã vou ao Continente comprar pensos higiénicos."

cantinho da política

Pornográfico, sim, este remanso em que a manada que se enche à nossa custa pasta nos prados de Portugal. Nada erótica, também, esta enculade de que somos vítimas conscientes. Chulo, enfim, cada tratante que pavoneia a impunidade conferida por um sistema que criou para a si próprio se proteger e observa, impávido e sorna, a miséria que cria, mantém e agrava...

Não, parafraseando um velho dito da São que sempre me caiu no goto (não nesse, no outro...), na verdade nem tudo o que nos fode é erótico.

reflexiva alusão à face oculta
que não é culta
senhores
que não é culta
que é antropofágica
hemorrágica
e disputa
o saberem-se entre si filhos da puta
não da outra que o trottoir calcorreia
a fazer pela vida vida e meia
mas daquela
que à janela
se penteia
os cabelos cheios de ondas moralistas
e por tanto moralismo dá nas vistas
difundindo com afinco
a gonorreia
essa infame verborreia
que nos cerca
e que faz com que cada um se perca
numa teia toda feita só de treta
onde tanta besta diz de si doutor:

não será porque já usa luneta
que um olho do cu passará a ver melhor.