– Sexo! Sexo! Sexo! – repetiu indignado o leitor casual de uma revista feminina, fechando-a. – Orgasmos, brinquedos sexuais, fetiches, como fazer isto e aquilo… Meu Deus! Tudo gira à volta do sexo… É demais! – Decretou o homem, largando a revista com exagerado desprezo, esperando a concordância do involuntário parceiro de espera no apertado consultório, e, como se o silêncio entorpecido do outro fosse uma desfeita sem perdão, perguntou-lhe directamente: – O senhor não acha que se dá demasiada importância ao sexo?
O encolhido parceiro de espera olhou para ele e logo para além dele, para um ponto indefinido na vazia parede lateral da minúscula saleta que ocupavam e, depois de um profundo e sentido suspiro, enquanto girava embaraçado a aliança, confessou desolado:
– Na minha casa, não.
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Uma por dia tira a azia