09 dezembro 2009
Guardo
Guardo-te sobre os dedos
No parar do tempo
Na calma com que toco a pele hoje despida
Guardo-te no olhar
Como a luz das manhãs
E a força dos dias inventados por ti
Guardo-te no instante em que me calo
E não escuto o teu silêncio
Murmurado ao meu ouvido
Guardo-te nas rugas do nosso leito
Nas ondas sedentas
Das torrentes rubras de paixão
Guardo-te nos acordes sublimes
Das notas produzidas no corpo
E das suaves melodias geradas em mim
Guardo-te na saudade ressaltada
E no suspiro dos dias de repouso
Que acarinham o vazio deixado por ti
Guardo-te no travo da minha boca
Num sabor doce que me desperta
A vontade louca de te amar
Maria Escritos
Blog Escritos e poesia
Before You Can Read Me...
08 dezembro 2009
Mario Vargas Llosa escreve sobre o desaparecimento do erotismo no «El Pais»
Concordo quase completamente... e terei tudo isto em conta se um dia abrir ao público a minha colecção.
(crica para acederes ao artigo original e completo)
Alguns excertos em tradução livre:
"Há muitas maneiras de definir o erotismo, mas talvez a melhor seja chamar-lhe a desanimalização do amor físico, a conversão, ao longo do tempo, graças ao progresso da liberdade e da influência da cultura e das artes na vida privada, da mera satisfação de um impulso instintivo numa tarefa criativa e compartilhada que prolonga e sublima o prazer físico, rodeando-o de rituais e refinamentos que o convertem numa obra de arte.
(...) o erotismo representa um momento elevado da civilização e é um dos seus ingredientes determinantes.
(...) O erotismo, no entanto, não só tem essa função positiva e enobrecedora de embelezar o prazer físico e abrir um amplo leque de sugestões e possibilidades que permitam aos seres humanos satisfazer os seus desejos particulares e fantasias. É também uma tarefa que traz à tona aqueles fantasmas escondidos na irracionalidade, destrutivos e mortais por natureza. Freud chamou-lhes a vocação de Thanatos, que disputa com os instintos vitais e criativos - Eros - a condição humana. Abandonados a si mesmos, sem qualquer travão, aqueles monstros do inconsciente que se assomam e reivindicam o seu direito à presença na vida sexual, se não forem contidos, de algum modo poderiam levar ao desaparecimento da espécie. Por isso o erotismo não só encontra na proibição um estímulo voluptuoso; quando os limites são violados, também se transforma em sofrimento e morte.
(...) O erotismo não é tanto um feito em si, uma entidade isolada e diferenciada de outras, mas sim um olhar, uma escolha subjectiva, uma paixão ou uma mania que se projectam sobre tudo o que existe, erotizando às vezes coisas que pareceriam ser-lhe totalmente alheias e até adversas, como a religião.
(...) O desaparecimento de travões e censuras, a permissividade total no campo amoroso, ao invés de enriquecerem o amor físico e elevá-lo a níveis superiores de elegância, sofisticação e criatividade, banalizam-no, vulgarizam-no e, de certa forma, levam-no de volta aos tempos remotos dos primeiros antepassados, quando consistia apenas na satisfação de um instinto animal.
(...) Esta banalização e degradação do erotismo nos nossos dias é, por paradoxal que pareça, consequência de uma das grandes conquistas da liberdade vivenciada pelo mundo ocidental: a permissividade sexual, a tolerância para práticas e fantasias que antes mereceram a rejeição pela moral vigente e eram objecto de condenação social e punição legal. Ao desaparecer a proibição, também desapareceu a transgressão, aquela aura temerária, a sensação de violar um tabu, de pecar, que condimentou a prática do erotismo no passado e que tanto atiçou a criação literária e artística.
(...) o erotismo já não existe, (...) passou a ser caricatura e reprodução grotesca do que foi.
É bom ou mau que isto tenha ocorrido? Em termos sociais é bom, sem dúvida. A vigência do preconceitos, proibições e censuras trouxe consigo violações, abusos, discriminação e sofrimento para muitas pessoas (neste caso, especialmente para as mulheres e para as minorias sexuais). Mas, do ponto de vista das belas artes e da literatura, fez com que o prazer físico se tornasse um tema anódino e convencional (...). Fazer amor já não é uma arte. É um desporto sem risco, como correr num tapete no ginásio ou pedalar numa bicicleta fixa."
(crica para acederes ao artigo original e completo)
Alguns excertos em tradução livre:
"Há muitas maneiras de definir o erotismo, mas talvez a melhor seja chamar-lhe a desanimalização do amor físico, a conversão, ao longo do tempo, graças ao progresso da liberdade e da influência da cultura e das artes na vida privada, da mera satisfação de um impulso instintivo numa tarefa criativa e compartilhada que prolonga e sublima o prazer físico, rodeando-o de rituais e refinamentos que o convertem numa obra de arte.
(...) o erotismo representa um momento elevado da civilização e é um dos seus ingredientes determinantes.
(...) O erotismo, no entanto, não só tem essa função positiva e enobrecedora de embelezar o prazer físico e abrir um amplo leque de sugestões e possibilidades que permitam aos seres humanos satisfazer os seus desejos particulares e fantasias. É também uma tarefa que traz à tona aqueles fantasmas escondidos na irracionalidade, destrutivos e mortais por natureza. Freud chamou-lhes a vocação de Thanatos, que disputa com os instintos vitais e criativos - Eros - a condição humana. Abandonados a si mesmos, sem qualquer travão, aqueles monstros do inconsciente que se assomam e reivindicam o seu direito à presença na vida sexual, se não forem contidos, de algum modo poderiam levar ao desaparecimento da espécie. Por isso o erotismo não só encontra na proibição um estímulo voluptuoso; quando os limites são violados, também se transforma em sofrimento e morte.
(...) O erotismo não é tanto um feito em si, uma entidade isolada e diferenciada de outras, mas sim um olhar, uma escolha subjectiva, uma paixão ou uma mania que se projectam sobre tudo o que existe, erotizando às vezes coisas que pareceriam ser-lhe totalmente alheias e até adversas, como a religião.
(...) O desaparecimento de travões e censuras, a permissividade total no campo amoroso, ao invés de enriquecerem o amor físico e elevá-lo a níveis superiores de elegância, sofisticação e criatividade, banalizam-no, vulgarizam-no e, de certa forma, levam-no de volta aos tempos remotos dos primeiros antepassados, quando consistia apenas na satisfação de um instinto animal.
(...) Esta banalização e degradação do erotismo nos nossos dias é, por paradoxal que pareça, consequência de uma das grandes conquistas da liberdade vivenciada pelo mundo ocidental: a permissividade sexual, a tolerância para práticas e fantasias que antes mereceram a rejeição pela moral vigente e eram objecto de condenação social e punição legal. Ao desaparecer a proibição, também desapareceu a transgressão, aquela aura temerária, a sensação de violar um tabu, de pecar, que condimentou a prática do erotismo no passado e que tanto atiçou a criação literária e artística.
(...) o erotismo já não existe, (...) passou a ser caricatura e reprodução grotesca do que foi.
É bom ou mau que isto tenha ocorrido? Em termos sociais é bom, sem dúvida. A vigência do preconceitos, proibições e censuras trouxe consigo violações, abusos, discriminação e sofrimento para muitas pessoas (neste caso, especialmente para as mulheres e para as minorias sexuais). Mas, do ponto de vista das belas artes e da literatura, fez com que o prazer físico se tornasse um tema anódino e convencional (...). Fazer amor já não é uma arte. É um desporto sem risco, como correr num tapete no ginásio ou pedalar numa bicicleta fixa."
Sabes
E quando te transfiguraste nas minhas mãos...
Disseste-me porquê?
Leviano? Não! Não te ouvi? Ouvi.
Ouvi-te bem no meio, no meio das tuas metamorfoses,
no meio de mim jorravas os átomos;
porquê agora só senãos?
Não ouves escorrer os teus nãos,
sem meses,
ardentes pelos meus seios,
liquidefeitos, porquê?
Sabes?
Já te senti? Senti. Senti?
Eram lagos de todas as vozes
como tentáculos, meigos tentáculos,
as nossas voltas, solenes
enrolados um no outro, enrolados
são abraços mas já sem braços:
contornos de anseios.
Sabes...
Disseste-me porquê?
Leviano? Não! Não te ouvi? Ouvi.
Ouvi-te bem no meio, no meio das tuas metamorfoses,
no meio de mim jorravas os átomos;
porquê agora só senãos?
Não ouves escorrer os teus nãos,
sem meses,
ardentes pelos meus seios,
liquidefeitos, porquê?
Sabes?
Já te senti? Senti. Senti?
Eram lagos de todas as vozes
como tentáculos, meigos tentáculos,
as nossas voltas, solenes
enrolados um no outro, enrolados
são abraços mas já sem braços:
contornos de anseios.
Sabes...
O livro do amor
4 páginas - basta ires cricando em "next page" a partir da página inicial acima
oglaf.com
07 dezembro 2009
Pois...
Não te venhas
Calma…
Vá…
Vá,
Calma,
Devagar,
Agora!
Aí…
Vá….
Aí… aí… ai ai!
Mais abaixo,
Para cima… ai!
Mais força,
Não magoes! Ai…
Suave
Bolas! Aiiiiiii…
Porque é que nunca acertas, pá?!
Foto e poesia de Paula Raposo
Qual a Melhor Legenda?
_____________________
São Rosas: "Caralho, que a Gotinha nunca mais se vinha..."
Bartolomeu: "Caracol, caracol, põe o caralhinho ao sol"; Se se tratar de uma caracola: "Caracola, caracola, despe essa casca, chupa-me a carola!" tratando-se de uma caracoleta: "Caracoleta, caracoleta, nem precisas de lavar as mãos, para me bateres a punheta"; e, se se tratar de um caracoleto: "Caracoleto, caracoleto, saka para fora o martelo, e apresenta-te ao Nelo!"
São Rosas: Mas aquilo não é nada disso. É um caracalho!"
Santoninho: "Tomem boa nota do que vos digo: Isto é um caracol do caralho!"
Luis: "Ejaculação precoce?! O que é isso?"
Sudocu: "Quem te partiu os cornos?"
shark: "tomates na bagageira"; "ordem de despejo"; ou "encaraconado".
Charlie - "Caralhol"
Lá por fora as ruas são mais interessantes
Ruas esburacadas, mau planeamento e urbanização... as ruas portuguesas conseguem ser deprimentes. Lá fora, contudo, as coisas são bem mais interessantes, senão vejamos.
Exemplo 1
Eis uma foto de uma bela rua pedonal em Ljubljana, na Eslovénia. Admirem o belo trabalho realizado na execução das calçadas e a harmoniosa disposição dos edifícios e a preocupação em manter a presença de plantas na via pública.
Exemplo 2
Um exemplo de como isto de manter os sinais de trânsito em língua inglesa é sem dúvida um óbice à interpretação e compreensão das regras de trânsito.
Acredito que se por cá seguíssemos este exemplo, que nos chega do Quebeque, e os sinais de "STOP" passassem a conter simplesmente "PARE", pessoas como aquela senhora que foi apanhada 41 vezes a conduzir por falta de condução teriam a vida facilitada.
É que esta senhora é obrigada a conduzir sem carta porque chumbou repetidas vezes no exame de código. Aliás, até foi apanhada várias vezes pela polícia conduzindo a caminho das aulas de código.
Eis uma foto de uma bela rua pedonal em Ljubljana, na Eslovénia. Admirem o belo trabalho realizado na execução das calçadas e a harmoniosa disposição dos edifícios e a preocupação em manter a presença de plantas na via pública.
Exemplo 2
Um exemplo de como isto de manter os sinais de trânsito em língua inglesa é sem dúvida um óbice à interpretação e compreensão das regras de trânsito.
Acredito que se por cá seguíssemos este exemplo, que nos chega do Quebeque, e os sinais de "STOP" passassem a conter simplesmente "PARE", pessoas como aquela senhora que foi apanhada 41 vezes a conduzir por falta de condução teriam a vida facilitada.
É que esta senhora é obrigada a conduzir sem carta porque chumbou repetidas vezes no exame de código. Aliás, até foi apanhada várias vezes pela polícia conduzindo a caminho das aulas de código.
06 dezembro 2009
Cabaz de Natal
Não preciso de muitas palavras para este texto. Nesta data, e numa pesquisa breve, encontrei algumas capas da Playboy relativas ao mês de Dezembro de 2009. Começamos com a original, a norte-americana, que este mês tem duas capas.
A seguir, saltando para a Europa, temos, a título de exemplo, duas capas. A da edição Grega, e a da edição Húngara.
Temos ainda a edição Venezuelana, que quanto a mim é fraquinha (a capa) mas também é de Dezembro de 2009.
E depois temos isto:
A seguir, saltando para a Europa, temos, a título de exemplo, duas capas. A da edição Grega, e a da edição Húngara.
Temos ainda a edição Venezuelana, que quanto a mim é fraquinha (a capa) mas também é de Dezembro de 2009.
E depois temos isto:
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