A tromba rude do elefante magoava o pescoço delicado da gazela. O feio elefante investia selvaticamente o pesado corpo no delicado corpo dela. A gazela, em dor, gemia. O elefante, em gozo, grunhia, gania. O elefante, bestial, copulava como um animal. São tão pouco humanos, os elefantes.
06 março 2010
Azul: eu
Olho para o presente
(como se não fosse eu)
e vejo-o azul (tu sabes que sim),
vivo-o em todos os tons
em que o imagino.
Azul – disseste - falas sempre de azul.
Pois é.
Não sei por que o faço,
mas: faço-o.
Quantas coisas não sabemos
por que as fazemos: mas fazemos.
De azul vestida, semi despida,
digo eu,
regresso sempre de azul;
agora nua:
eu sou azul.
Foto e poesia de Paula Raposo
05 março 2010
A Decisão
Chegou a casa cansado. Abriu a porta e entrou. Largou a pasta cor de caramelo e tirou o casaco, que pendurou sem cuidado. Fechou a porta. Pensou em gritar um cumprimento, um aviso da sua chegada. Decidira que entraria em casa de uma outra maneira, com outra disposição, mas não conseguira escolher a forma de o fazer e fê-lo como sempre fazia: amargo e contrariado, ainda que, conscientemente, não o assumisse (e preferisse o cansaço).
Parou, estranhando o silêncio. A casa parecia vazia. Parou dois passos para além da porta da rua, um passo para além da pasta no chão e do casaco no cabide. Rodou e voltou-se para trás.
Constatou que o seu casaco estava sozinho e a pasta também.
– Ana! – chamou, virando apenas a cabeça para o interior. Deu um passo e aproximou-se da porta. – Ana! – tornou a gritar, enquanto a mão se colava ao casaco. Agarrou-o. Olhou a pasta mas decidiu não lhe mexer. Levantou os olhos e tirou o casaco do cabide. Ouviu o silêncio da casa e abriu a porta.
“Tenho de ir comprar tabaco” justificou.
Saiu e fechou a porta atrás de si, sorrindo, decidido a começar a fumar.
Parou, estranhando o silêncio. A casa parecia vazia. Parou dois passos para além da porta da rua, um passo para além da pasta no chão e do casaco no cabide. Rodou e voltou-se para trás.
Constatou que o seu casaco estava sozinho e a pasta também.
– Ana! – chamou, virando apenas a cabeça para o interior. Deu um passo e aproximou-se da porta. – Ana! – tornou a gritar, enquanto a mão se colava ao casaco. Agarrou-o. Olhou a pasta mas decidiu não lhe mexer. Levantou os olhos e tirou o casaco do cabide. Ouviu o silêncio da casa e abriu a porta.
“Tenho de ir comprar tabaco” justificou.
Saiu e fechou a porta atrás de si, sorrindo, decidido a começar a fumar.
Nua
Tinhas as mãos aos meus pés; como espuma nos pés suaves de uma menina. As mãos aos pés da menina aos teus pés a descobrir um amante; subitamente de mulher a menina.... Tiravas devagarinho as minhas sandálias de mulher com os teus dedos límpidos, tão límpidos que podiam espelhar o rubor das minhas faces; os teus dedos tão firmes de calor, o calor dos teus dedos ensinava uma nova coerência às minhas mãos tão vagas; as minhas mãos tão cegas de ti caminhavam na ponta dos dedos, andavam tacteando a tua luz. Mil amantes que se esfumaram, nenhum tinha existência. E de novo o desejo tímido, faminto de querer saber-se; saber-me em ti, o meu corpo pequeno cheio do teu corpo grande...
Educação Sexual!
Muitas escolas estão começando a aderir essa matéria em sua grade. Cada vez mais cedo as crianças aprendem tudo sobre o sexo. Os pais apoiam essa decisão escolar, afinal eles ficam livres das perguntinhas incômodas como “Daonde vem os bebês?” ou a explicação teorica sobre “Virar mocinha.” para as meninas.
Muitos métodos vêm sendo usados nessas aulas. Veja abaixo dois bonequinhos feito e usados em Hong Kong:
Bonecos normais, um menino e uma menina?
É ai que você se engana, jovem aprendiz, nada é normal na Ásia! Veja o que há por traz desses inocentes bonecos:
Pura perversão.
Mas ainda assim deve ser menos impactante que as aulas práticas com professoras e alunos, como acontece seguidamente nos EUA…
Capinaremos.com
Muitos métodos vêm sendo usados nessas aulas. Veja abaixo dois bonequinhos feito e usados em Hong Kong:
Bonecos normais, um menino e uma menina?
É ai que você se engana, jovem aprendiz, nada é normal na Ásia! Veja o que há por traz desses inocentes bonecos:
Pura perversão.
Mas ainda assim deve ser menos impactante que as aulas práticas com professoras e alunos, como acontece seguidamente nos EUA…
Capinaremos.com
04 março 2010
O observador
Ela sabia que na janela aparecia um homem interessado em observar. Sempre à mesma hora, todos os dias, no período que reservava para limpar o chão da loja onde trabalhava, do outro lado da mesma rua onde sabia existir o seu voyeur particular.
Depois do desconforto aprendeu a apreciar a situação, o homem que olhava provocava-lhe tesão com o seu interesse descarado, com o seu olhar deliciado com as formas do corpo que ela tentava agora enfatizar.
Deu por si a vestir-se para lhe agradar em cada manhã e tentava insistir nas posições mais reveladoras, decotes arrojados e saias mais curtas no Verão. E ele oferecia-lhe a emoção de constatar que cada dia a começar não prescindia do miradouro na janela onde se fixava naquela mulher apetecível como se sentia, importante para aquele observador insistente e dedicado.
Durou alguns anos, o ritual, até ao dia em que ele deixou de aparecer à janela para a espreitar e ela nunca chegaria a saber o que o levara a abdicar de ser o único homem a dar-lhe prazer, sem sequer a tocar.
Depois do desconforto aprendeu a apreciar a situação, o homem que olhava provocava-lhe tesão com o seu interesse descarado, com o seu olhar deliciado com as formas do corpo que ela tentava agora enfatizar.
Deu por si a vestir-se para lhe agradar em cada manhã e tentava insistir nas posições mais reveladoras, decotes arrojados e saias mais curtas no Verão. E ele oferecia-lhe a emoção de constatar que cada dia a começar não prescindia do miradouro na janela onde se fixava naquela mulher apetecível como se sentia, importante para aquele observador insistente e dedicado.
Durou alguns anos, o ritual, até ao dia em que ele deixou de aparecer à janela para a espreitar e ela nunca chegaria a saber o que o levara a abdicar de ser o único homem a dar-lhe prazer, sem sequer a tocar.
Deixei...
É franco o meu corpo.
Tem franqueza nos braços que se tentam abrir,
nas pernas que tremem para acompanhar os braços
nos olhos que tentam não olhar mas olham.
Deixei-o ter-me...
É fundo o meu copo.
Profundo nos mares que se tentam diluir
nos rios que dançam nos seios de mares salgados
nos mamilos que se escondem mas incham
Deixei-me ter-te.
É manso o meu topo.
Mansidão do ventre que se tenta fundir
nas ancas que ondulam para diminuir espaços
nos joelhos sôfregos que se afastam
Deixei-nos ser-te.
Tem franqueza nos braços que se tentam abrir,
nas pernas que tremem para acompanhar os braços
nos olhos que tentam não olhar mas olham.
Deixei-o ter-me...
É fundo o meu copo.
Profundo nos mares que se tentam diluir
nos rios que dançam nos seios de mares salgados
nos mamilos que se escondem mas incham
Deixei-me ter-te.
É manso o meu topo.
Mansidão do ventre que se tenta fundir
nas ancas que ondulam para diminuir espaços
nos joelhos sôfregos que se afastam
Deixei-nos ser-te.
Elogio do Miguel e da Maria (blog Paramais)
"Muito antes de criarmos este blogue já conhecíamos o blogue «A funda São».
Consideramo-lo um dos melhores blogues sobre sexo e sexualidade que existem na Net
e, de certeza, o mais criativo entre todos.
Não é o blogue indicado para aqueles que apenas procuram imagens de teor pornográfico, seja ele caseiro ou profissional.
Portanto, fora esses, é um blogue que recomendamos a toda a gente, pela boa disposição e informalidade que não comprometem contudo a objectividade, a abertura de espírito e mesmo a pedagogia constante nos diversos artigos que o constituem.
Imagem: "Ice Cream Cave"; autor desconhecido; encontrada na Net
Desta vez não resistimos a colocar um link para um dos artigos que mais nos tocou nas nossas últimas leituras por lá.
Um artigo na primeira pessoa sobre um tema tão humano quanto controverso, que bem faríamos em encarar de frente ao invés de meramente julgar e olhar para o lado.
O artigo, ou A Carta melhor dizendo, é da autoria de Miss Joana Well e podem lê-la aqui > Prostituição - Carta aberta"
Paramais
Consideramo-lo um dos melhores blogues sobre sexo e sexualidade que existem na Net
e, de certeza, o mais criativo entre todos.
Não é o blogue indicado para aqueles que apenas procuram imagens de teor pornográfico, seja ele caseiro ou profissional.
Portanto, fora esses, é um blogue que recomendamos a toda a gente, pela boa disposição e informalidade que não comprometem contudo a objectividade, a abertura de espírito e mesmo a pedagogia constante nos diversos artigos que o constituem.
Imagem: "Ice Cream Cave"; autor desconhecido; encontrada na Net
Desta vez não resistimos a colocar um link para um dos artigos que mais nos tocou nas nossas últimas leituras por lá.
Um artigo na primeira pessoa sobre um tema tão humano quanto controverso, que bem faríamos em encarar de frente ao invés de meramente julgar e olhar para o lado.
O artigo, ou A Carta melhor dizendo, é da autoria de Miss Joana Well e podem lê-la aqui > Prostituição - Carta aberta"
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