07 março 2010
06 março 2010
Animais
A tromba rude do elefante magoava o pescoço delicado da gazela. O feio elefante investia selvaticamente o pesado corpo no delicado corpo dela. A gazela, em dor, gemia. O elefante, em gozo, grunhia, gania. O elefante, bestial, copulava como um animal. São tão pouco humanos, os elefantes.
Azul: eu
Olho para o presente
(como se não fosse eu)
e vejo-o azul (tu sabes que sim),
vivo-o em todos os tons
em que o imagino.
Azul – disseste - falas sempre de azul.
Pois é.
Não sei por que o faço,
mas: faço-o.
Quantas coisas não sabemos
por que as fazemos: mas fazemos.
De azul vestida, semi despida,
digo eu,
regresso sempre de azul;
agora nua:
eu sou azul.
Foto e poesia de Paula Raposo
05 março 2010
A Decisão
Chegou a casa cansado. Abriu a porta e entrou. Largou a pasta cor de caramelo e tirou o casaco, que pendurou sem cuidado. Fechou a porta. Pensou em gritar um cumprimento, um aviso da sua chegada. Decidira que entraria em casa de uma outra maneira, com outra disposição, mas não conseguira escolher a forma de o fazer e fê-lo como sempre fazia: amargo e contrariado, ainda que, conscientemente, não o assumisse (e preferisse o cansaço).
Parou, estranhando o silêncio. A casa parecia vazia. Parou dois passos para além da porta da rua, um passo para além da pasta no chão e do casaco no cabide. Rodou e voltou-se para trás.
Constatou que o seu casaco estava sozinho e a pasta também.
– Ana! – chamou, virando apenas a cabeça para o interior. Deu um passo e aproximou-se da porta. – Ana! – tornou a gritar, enquanto a mão se colava ao casaco. Agarrou-o. Olhou a pasta mas decidiu não lhe mexer. Levantou os olhos e tirou o casaco do cabide. Ouviu o silêncio da casa e abriu a porta.
“Tenho de ir comprar tabaco” justificou.
Saiu e fechou a porta atrás de si, sorrindo, decidido a começar a fumar.
Parou, estranhando o silêncio. A casa parecia vazia. Parou dois passos para além da porta da rua, um passo para além da pasta no chão e do casaco no cabide. Rodou e voltou-se para trás.
Constatou que o seu casaco estava sozinho e a pasta também.
– Ana! – chamou, virando apenas a cabeça para o interior. Deu um passo e aproximou-se da porta. – Ana! – tornou a gritar, enquanto a mão se colava ao casaco. Agarrou-o. Olhou a pasta mas decidiu não lhe mexer. Levantou os olhos e tirou o casaco do cabide. Ouviu o silêncio da casa e abriu a porta.
“Tenho de ir comprar tabaco” justificou.
Saiu e fechou a porta atrás de si, sorrindo, decidido a começar a fumar.
Nua
Tinhas as mãos aos meus pés; como espuma nos pés suaves de uma menina. As mãos aos pés da menina aos teus pés a descobrir um amante; subitamente de mulher a menina.... Tiravas devagarinho as minhas sandálias de mulher com os teus dedos límpidos, tão límpidos que podiam espelhar o rubor das minhas faces; os teus dedos tão firmes de calor, o calor dos teus dedos ensinava uma nova coerência às minhas mãos tão vagas; as minhas mãos tão cegas de ti caminhavam na ponta dos dedos, andavam tacteando a tua luz. Mil amantes que se esfumaram, nenhum tinha existência. E de novo o desejo tímido, faminto de querer saber-se; saber-me em ti, o meu corpo pequeno cheio do teu corpo grande...
Educação Sexual!
Muitas escolas estão começando a aderir essa matéria em sua grade. Cada vez mais cedo as crianças aprendem tudo sobre o sexo. Os pais apoiam essa decisão escolar, afinal eles ficam livres das perguntinhas incômodas como “Daonde vem os bebês?” ou a explicação teorica sobre “Virar mocinha.” para as meninas.
Muitos métodos vêm sendo usados nessas aulas. Veja abaixo dois bonequinhos feito e usados em Hong Kong:
Bonecos normais, um menino e uma menina?
É ai que você se engana, jovem aprendiz, nada é normal na Ásia! Veja o que há por traz desses inocentes bonecos:
Pura perversão.
Mas ainda assim deve ser menos impactante que as aulas práticas com professoras e alunos, como acontece seguidamente nos EUA…
Capinaremos.com
Muitos métodos vêm sendo usados nessas aulas. Veja abaixo dois bonequinhos feito e usados em Hong Kong:
Bonecos normais, um menino e uma menina?
É ai que você se engana, jovem aprendiz, nada é normal na Ásia! Veja o que há por traz desses inocentes bonecos:
Pura perversão.
Mas ainda assim deve ser menos impactante que as aulas práticas com professoras e alunos, como acontece seguidamente nos EUA…
Capinaremos.com
04 março 2010
O observador
Ela sabia que na janela aparecia um homem interessado em observar. Sempre à mesma hora, todos os dias, no período que reservava para limpar o chão da loja onde trabalhava, do outro lado da mesma rua onde sabia existir o seu voyeur particular.
Depois do desconforto aprendeu a apreciar a situação, o homem que olhava provocava-lhe tesão com o seu interesse descarado, com o seu olhar deliciado com as formas do corpo que ela tentava agora enfatizar.
Deu por si a vestir-se para lhe agradar em cada manhã e tentava insistir nas posições mais reveladoras, decotes arrojados e saias mais curtas no Verão. E ele oferecia-lhe a emoção de constatar que cada dia a começar não prescindia do miradouro na janela onde se fixava naquela mulher apetecível como se sentia, importante para aquele observador insistente e dedicado.
Durou alguns anos, o ritual, até ao dia em que ele deixou de aparecer à janela para a espreitar e ela nunca chegaria a saber o que o levara a abdicar de ser o único homem a dar-lhe prazer, sem sequer a tocar.
Depois do desconforto aprendeu a apreciar a situação, o homem que olhava provocava-lhe tesão com o seu interesse descarado, com o seu olhar deliciado com as formas do corpo que ela tentava agora enfatizar.
Deu por si a vestir-se para lhe agradar em cada manhã e tentava insistir nas posições mais reveladoras, decotes arrojados e saias mais curtas no Verão. E ele oferecia-lhe a emoção de constatar que cada dia a começar não prescindia do miradouro na janela onde se fixava naquela mulher apetecível como se sentia, importante para aquele observador insistente e dedicado.
Durou alguns anos, o ritual, até ao dia em que ele deixou de aparecer à janela para a espreitar e ela nunca chegaria a saber o que o levara a abdicar de ser o único homem a dar-lhe prazer, sem sequer a tocar.
Deixei...
É franco o meu corpo.
Tem franqueza nos braços que se tentam abrir,
nas pernas que tremem para acompanhar os braços
nos olhos que tentam não olhar mas olham.
Deixei-o ter-me...
É fundo o meu copo.
Profundo nos mares que se tentam diluir
nos rios que dançam nos seios de mares salgados
nos mamilos que se escondem mas incham
Deixei-me ter-te.
É manso o meu topo.
Mansidão do ventre que se tenta fundir
nas ancas que ondulam para diminuir espaços
nos joelhos sôfregos que se afastam
Deixei-nos ser-te.
Tem franqueza nos braços que se tentam abrir,
nas pernas que tremem para acompanhar os braços
nos olhos que tentam não olhar mas olham.
Deixei-o ter-me...
É fundo o meu copo.
Profundo nos mares que se tentam diluir
nos rios que dançam nos seios de mares salgados
nos mamilos que se escondem mas incham
Deixei-me ter-te.
É manso o meu topo.
Mansidão do ventre que se tenta fundir
nas ancas que ondulam para diminuir espaços
nos joelhos sôfregos que se afastam
Deixei-nos ser-te.
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