26 maio 2010

homosseXuais no Estado Novo

O estudo é da jornalista São José Almeida e defende que a nossa sociedade ainda é homofóbica.
Pode ler-se no site da TSF:
«O livro “ Homossexuais no Estado Novo”, que analisa o período que vai de 1912 a 1982, surge depois de vários meses de pesquisa e conta com dezenas de depoimentos.
Décadas passadas e com a chegada do regime democrático muito mudou. A jornalista São José Almeida considera positiva a lei que legaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas diz que a sociedade portuguesa ainda é homofóbica.
O livro “Homossexuais no Estado Novo” é publicado pela Sextante editora»
Para comprar, ler, reflectir e colocar na prateleira (salvo seja), lado a lado com o diciOrdinário.


A parte mais difícil do casamento gay



Pedro K. - blog Bico Calado

Arregaça pum pum arregaça


XIV . – É preciso ter grande cuidado na limpeza das partes e do ânus; lavar umas e outro, com água e sabão, não só quando se toma banho, mas, pelo menos, uma vez por dia. Quando não houver lavatórios apropriados pode servir uma toalha molhada. Os furúnculos das nádegas, tão frequentes, sobretudo nos que montam a cavalo, tem quási sempre por causa a falta de asseio. É preciso, quando se lavam as partes genitais, arregaçar a pele do membro, para descobrir e lavar, ou limpar com uma toalha molhada, o rêgo que separa a cabeça do membro da pelle que a cobre e onde se junta uma substância esbranquiçada, de mau cheiro, cuja demora produz inflamações e feridas, dispondo assim para as doenças venéreas. Sendo asseado, o soldado corre muito menos risco de apanhar males de mulheres.

Ministério da Guerra
CARTILHA DE HIGIENE
Lisboa: Imprensa Nacional, 1912 - p. 14

Desfeito

Vais soprar areia. Tu tens vento, vento
que sopra e grita e pede e tu, tu tens
vento que sopra nas arcadas do meu peito.
Vais soprar areia nos dedos e vais e vens
e eu encolho as mãos na cegueira do tacto;
por baixo das arcadas deixas as mãos reféns
do vento, do vento no peito e o peito rarefeito.
Vais soprar areia e nos cabelos miragens
dos dedos do vento que de vento és desfeito.

25 maio 2010

Esperança

Já faltou mais.
Claro que sim.
Esperança - lugar comum -,
ainda resta
neste espaço exíguo
em que a acalento.

Mas já faltou mais.
A esperança tem duração limitada.
A minha, esvai-se
em todos os copos
que não bebi...

Foto e poesia de Paula Raposo

Roubar aos ricos...



Alívio


1 página

oglaf.com

1º Encontro de Mulheres... de bem com a Vida! - 29 de Maio - Lisboa

Um encontro para mulheres inteligentes, despreconceituosas, descomplicadas... e de bem com a Vida!
Descomplicadamente sozinha, acompanhada ou em grupo... Todas seremos bem vindas num encontro que se pretende despreconceituoso, entre mulheres de bem com a Vida e que inteligentemente gostam de conviver e conhecer pessoas.
Se na nossa vida existe um homem verdadeiramente inteligente, poderemos convidá-lo para uma tarde diferente. Ele só irá aceitar se realmente o for ;)
Almoçar de forma descontraída e intimista, ao som de um pianista russo... Conhecer mulheres tão fantásticas como nós... Projectos ousados... Actividades enriquecedoras... Conselhos preciosos... Registos inesquecíveis... e surpresas valiosas.
Um espaço novo, onde se respira qualidade e bom gosto, abrirá as portas para nos receber.
E para que nada se complique... reserve já a sua presença, pois a participação neste encontro é limitada a 100 participantes bem descomplicadas :)
Detalhes e Inscrições Aqui
Estarei presente e moderarei um pequeno debate:

"Como podemos descomplicar a nossa intimidade?"

"Este permitirá discutir e partilhar, com as participantes, as melhores estratégias para evitar a rotina. De uma forma descontraída abordaremos algumas questões que preocupam ainda muitas mulheres e algumas dúvidas que ditam tantas vezes a insatisfação, complicando assim a nossa sexualidade."

Vamos?

Sem rasto



HenriCartoon

24 maio 2010

Noutro mundo

Imagina-te num local a bordo de uma nave espacial com as estrelas a brilharem como velas no céu que invade a redoma e produz pequenas explosões de luz na retina desses teus olhos que me contemplam como uma miragem ao longo desta viagem que embarcámos a dois.
Imagina-te pouco tempo depois, despenteada, com uma expressão de pessoa amada, na ponte de comando, no sítio onde se vai alterando a rota em função daquilo que nos impuser o coração a cada momento que vivemos nesse tempo sonhado, quem sabe concretizado num dia amanhã. Imagina-te transportada para uma galáxia distante, nos braços do amante escolhido, do teu homem preferido no tempo em que o quiseres, espaço fora, aqui e agora, a bordo da tua imaginação onde me anseio tentação irresistível, acredita que é possível sentires assim sempre que penses em mim presente em cada vez mais passado e no futuro abraçado num local a bordo de uma nave espacial a caminho de um mundo deserto onde iremos assistir todos os dias, para sempre, a pelo menos três nasceres do sol.

Celibato: Solteirões



III. Solteirões. Mas em que razão se fundam os cili­batarios leigos para se conservarem fora do uso comum? Pedem elles, como os solitários da Thebaida, para se conservarem sem distracções a sós com Deus? Pedem, como esses guerreiros antigos marcados pela espiação, para se conservarem livres, afim de, na occa­sião precisa, de cabeça baixa, se precipitarem na morte para a salvação da sua patria? Não, nem Deus, nem a patria vivificam a sua alma; apertai-os nos seus ultimes entrincheiramentos, e quasi por toda a parte só en­contrareis o egoismo. Não é uma predominancia das affeiições superiores que os eleva à força acima das af­feições domesticas; é uma fraqueza do coração que não permitte mesmo às suas sympathias o elevar-se até esta altura. Desligados dos deveres do casamento, mais des­enfreados são na licença dos seus amores. Não vivem senão das desordens e da corrupção; o adulterio e a prostituição, esses dois flagellos caminham deante d'elles como dois anjos maus, e recrutam-lhes na multidão o cortejo que elles pedem. Que a vergonha peze pois sobre elles como pesava sobre as estereis na antiguidade e que a opinião publica os confunda.

L. Seraine. 19??:169-170

Para deitar no solo


Alexandre Affonso - nadaver.com

23 maio 2010

passatempo...


Dilúvio


Perturbante.
Sensação que aflora
o meu corpo em dilúvio.
Estremeço.
Divago.
Entrego-me.
Já não sei regressar
ao canto escondido
dos nossos dias de pressa.
Aterrador: o tempo.
Não há memória que resista;
a ausência marca-nos;
dispersa-nos
e - talvez -
mata-nos o coração!


Foto e poesia de Paula Raposo