29 junho 2010
28 junho 2010
“Clitorizar”, porque aquilo que não há, tem que se inventar! Do século XXI não passa!
No princípio era o Verbo”!
O termo clítoris procede do grego antigo “kleitorís”.
Assim de forma muito sucinta, após um prolongado eclipse, o conceito é reintroduzido na medicina no século XVI, seguindo-se novo e longo período de “desaparecimento” para voltar a ser reintroduzido na medicina do século XIX, genericamente em notinhas de rodapé, a par de raciocínios nada auspiciosos ao prazer sexual, quer de mulheres, quer de homens, mas sobretudo de mulheres, até por fim, infelizmente de forma metafórica, “cair nas bocas do mundo” por ocasião da “revolução sexual feminina” das décadas de sessenta e de setenta (do século XX, claro).
Na antiguidade clássica grega (uma civilização que eu classificaria, por oposição à nossa, extraordinariamente avançada para os recursos tecnológicos disponíveis, sendo a nossa: extremamente atrasada apesar de dotada de incríveis recursos tecnológicos) a par do termo “kleitorís” coexistia o verbo derivado “kleitoriázō”, que eu, mesmo sem saber nada de grego, farei desde já equivaler a “clitorizar”.
Ei-lo, pois, renascido ao cabo de uma “caterva” de séculos! “Clitorizar”, do grego “kleitoriázō” que significa “acariciar o clítoris para produzir prazer”. Mais vale tarde do que nunca!
Caríssimos, senhoras e senhores, façam o favor de o fazer aparecer no dicionário com a maior brevidade possível!
Muito obrigada!
O termo clítoris procede do grego antigo “kleitorís”.
Assim de forma muito sucinta, após um prolongado eclipse, o conceito é reintroduzido na medicina no século XVI, seguindo-se novo e longo período de “desaparecimento” para voltar a ser reintroduzido na medicina do século XIX, genericamente em notinhas de rodapé, a par de raciocínios nada auspiciosos ao prazer sexual, quer de mulheres, quer de homens, mas sobretudo de mulheres, até por fim, infelizmente de forma metafórica, “cair nas bocas do mundo” por ocasião da “revolução sexual feminina” das décadas de sessenta e de setenta (do século XX, claro).
Na antiguidade clássica grega (uma civilização que eu classificaria, por oposição à nossa, extraordinariamente avançada para os recursos tecnológicos disponíveis, sendo a nossa: extremamente atrasada apesar de dotada de incríveis recursos tecnológicos) a par do termo “kleitorís” coexistia o verbo derivado “kleitoriázō”, que eu, mesmo sem saber nada de grego, farei desde já equivaler a “clitorizar”.
Ei-lo, pois, renascido ao cabo de uma “caterva” de séculos! “Clitorizar”, do grego “kleitoriázō” que significa “acariciar o clítoris para produzir prazer”. Mais vale tarde do que nunca!
Caríssimos, senhoras e senhores, façam o favor de o fazer aparecer no dicionário com a maior brevidade possível!
Muito obrigada!
[blog Libélula Purpurina]
O amante quebrado
Antes, quando estava na luz, lamentei-me por ter sempre uma sombra. Agora, no escuro dos que não reconheceram o brilho da luz , eu sou uma sombra.
27 junho 2010
eu depois conto-vos tudo... «tim tim por tim tim»
@ arraial pride 2010
Sim, fui até à Praça do Comércio levar um Arraial de Pride!
em breve, conto-vos tudo ;)
Prisioneiro
O tempo começa a fugir
-sente-se na pele e nas entranhas-
e essa fuga é assustadora;
magoa a alma,
marca o físico
(sem possibilidade de marcha atrás);
mas, estimula,
uma outra parte de nós:
levanta-nos o ego
-e à volta -,
numa cadência eterna
é o eterno fugitivo
prisioneiro...
Poesia de Paula Raposo
-sente-se na pele e nas entranhas-
e essa fuga é assustadora;
magoa a alma,
marca o físico
(sem possibilidade de marcha atrás);
mas, estimula,
uma outra parte de nós:
levanta-nos o ego
-e à volta -,
numa cadência eterna
é o eterno fugitivo
prisioneiro...
Poesia de Paula Raposo
Armaduras
Olho-te nas mãos. As mãos assim tão fechadas
que sufocam os dedos,
mesmo brancas falam por si, dizem-se comprimidas
em esconderijos demasiados pequenos,
Agora que vi as grades, as pestanas cerradas
nos olhos; eles querem ver, tolos,
aos lábios;
amordaçados
que sufocam os dedos,
que os queres mudos.
Ficamos longe, os dois. Sorrimos e as falangesmesmo brancas falam por si, dizem-se comprimidas
em esconderijos demasiados pequenos,
absurdos.
Agora que vi, nada aqui poderá ser como antes.Agora que vi as grades, as pestanas cerradas
nos olhos; eles querem ver, tolos,
assim fechados,
as meninas tão doces. Elas perderam-se rentesaos lábios;
afinal, sabem, nunca foram beijadas;
os olhos nunca choraram ou riram,amordaçados
pelos dedos sem palavras que nas mãos escondes.
E eu? Eu nunca serei capaz de abraçar armaduras.26 junho 2010
Agudo
Se ao menos a fome me desse uma janela, eu poderia entrar em tua casa.
Se ao menos os meus dedos te abrissem as portas, te abrissem o corpo e mais que o corpo nu e derrotado me desses; ágil, agudo, maldito, em balanços no meu corpo que é ramo, e tu, sempre tão senhor dessas árvores, arrancas vontades como raízes para se enrolarem no teu tronco já manso desse cheiro que tinge.
Vem, não me faças cair mais que pontuações; não me tires também o sentido. Não. Sim, tira.
Não me queres mudar a cor, agora? Só fome e palavras e paixão? Seja, aceito-te assim mesmo, nesta derrota a três: a minha, a tua, a da fome para além da fome. A derrota aumenta os nãos, os nãos aumentam as fomes, as fomes fazem estremecer as mãos que procuram, afogadas em dedos, ancorar na nudez.
Que seja assim, como queres, que seja apenas a fome que encosta a testa ao ventre das árvores; nunca a encostará às raízes. Porém, será - prometo que não sempre - aguda.
Se ao menos os meus dedos te abrissem as portas, te abrissem o corpo e mais que o corpo nu e derrotado me desses; ágil, agudo, maldito, em balanços no meu corpo que é ramo, e tu, sempre tão senhor dessas árvores, arrancas vontades como raízes para se enrolarem no teu tronco já manso desse cheiro que tinge.
Vem, não me faças cair mais que pontuações; não me tires também o sentido. Não. Sim, tira.
Não me queres mudar a cor, agora? Só fome e palavras e paixão? Seja, aceito-te assim mesmo, nesta derrota a três: a minha, a tua, a da fome para além da fome. A derrota aumenta os nãos, os nãos aumentam as fomes, as fomes fazem estremecer as mãos que procuram, afogadas em dedos, ancorar na nudez.
Que seja assim, como queres, que seja apenas a fome que encosta a testa ao ventre das árvores; nunca a encostará às raízes. Porém, será - prometo que não sempre - aguda.
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