HenriCartoon
08 setembro 2010
07 setembro 2010
Putas para todos os gostos
(Uma primeira abordagem, ainda sem carácter definitivo).
“putas de borda de estrada”: mulheres que, obviamente por falta de recursos para exercerem a sua actividade em condições de maior conforto, resolveram fazê-lo na borda de uma estrada (mais ou menos como os vendedores clandestinos de farturas, com a diferença de não terem roulottes e o produto vendido ser o sexo).
“grandes putas”: mulheres que fazem da “mamada” uma obra de arte, adoram que lhes fodam a boca bem fodida, vêm-se como rainhas, e entretêm-se a fazer com que os homens se venham até às orelhas para lhes beberem o leitinho. (De onde se explica que muitas mulheres gostem de ser elogiadas em tais termos, por vezes na forma abreviada de “puta”, durante e após o acto sexual).
“putas amadoras”: mulheres que se dedicavam temporariamente à prostituição, no geral em associação a instituições de carácter religioso, como método de preparação para o casamento (um costume, ao que parece, vulgar entre os romanos).
“más putas”: mulheres que não entendem nada de sexo.
“putas profissionais”: mulheres que não vendem sexo a retalho, mas que o vendem ou trocam por benefícios de carácter permanente.
“putas de luxo”: mulheres que adoram o luxo e o conforto e que possuem dotes físicos e intelectuais suficientes para fazer ascender a troca dos seus favores sexuais a elevadas somas de dinheiro ou outros benefícios por elas escolhidos. Ao contrário das “putas de borda de estrada” reservam para si também o direito à escolha do “comprador” (ou seja, fodem com quem lhes apetece e ainda são pagas por isso).
“meretrizes”: mulheres de extraordinários talentos, sexuais e outros, escolhidas muitas vezes para esposas pelos homens mais poderosos de um reino ou império, naqueles tempos em que se fazia gala de enfiar de vez na cama “a mais puta de todas as putas”. Um costume, como se sabe, hoje em desuso (ninguém imaginaria um rei, primeiro ministro, ou presidente da república casado com uma “meretriz”), mas vulgar no império romano, onde aliás, dificilmente uma mulher adquiriria um estatuto social elevado sem que fosse uma “grande puta”.
“quastuosa”: equivalente a “puta de borda de estrada” no período do império romano, com a diferença de a actividade não ser geralmente exercida na borda de uma estrada.
“prostitutas”: mulheres que vendem sexo por troca de dinheiro.
“pornai”: “prostitutas” escravas da grécia antiga. Mulheres que tinham um proxeneta que, literalmente, as possuía e as usava como pura mercadoria. Como é natural, eram as mais abundantes numa sociedade que se estima com 85% de escravos, 10% de cidadãos e 5% de metecos (neste aspecto, aparentada com a nossa).
“putas independentes”: semelhantes a “trabalhadores independentes" de serviços sexuais da grécia antiga, em particular no que respeita ao pagamento de impostos. A categoria incluía uma grande parte de metecos, e a função podia ser desempenhada tanto por homens como por mulheres.
“hetairas”: na grécia antiga, uma das poucas categorias de mulheres com autonomia de gestão da sua propriedade e as únicas com direito a participação na esfera intelectual masculina. Supostamente cultas, bonitas, ricas e inteligentes. Qualquer coisa entre “putas de luxo” e “grandes putas”. O nome de algumas delas chegou até nós por serem referidas em textos de grandes dramaturgos e filósofos.
“bacantes”: mulheres que, na grécia antiga, se enrolavam volta e meia em grandes bacanais por honra a uma divindade.
“cortesãs”: mulheres responsáveis pela satisfação sexual de homens abastados e de estatuto social elevado numa época em que apenas era socialmente consentido o casamento com “más putas”.
“virgens”: semelhantes a “más putas” com a diferença de ainda haver esperança de que se venham (a transformar em “grandes putas”), a menos que, entretanto, engravidem de uma pomba.
“putas de borda de estrada”: mulheres que, obviamente por falta de recursos para exercerem a sua actividade em condições de maior conforto, resolveram fazê-lo na borda de uma estrada (mais ou menos como os vendedores clandestinos de farturas, com a diferença de não terem roulottes e o produto vendido ser o sexo).
“grandes putas”: mulheres que fazem da “mamada” uma obra de arte, adoram que lhes fodam a boca bem fodida, vêm-se como rainhas, e entretêm-se a fazer com que os homens se venham até às orelhas para lhes beberem o leitinho. (De onde se explica que muitas mulheres gostem de ser elogiadas em tais termos, por vezes na forma abreviada de “puta”, durante e após o acto sexual).
“putas amadoras”: mulheres que se dedicavam temporariamente à prostituição, no geral em associação a instituições de carácter religioso, como método de preparação para o casamento (um costume, ao que parece, vulgar entre os romanos).
“más putas”: mulheres que não entendem nada de sexo.
“putas profissionais”: mulheres que não vendem sexo a retalho, mas que o vendem ou trocam por benefícios de carácter permanente.
“putas de luxo”: mulheres que adoram o luxo e o conforto e que possuem dotes físicos e intelectuais suficientes para fazer ascender a troca dos seus favores sexuais a elevadas somas de dinheiro ou outros benefícios por elas escolhidos. Ao contrário das “putas de borda de estrada” reservam para si também o direito à escolha do “comprador” (ou seja, fodem com quem lhes apetece e ainda são pagas por isso).
“meretrizes”: mulheres de extraordinários talentos, sexuais e outros, escolhidas muitas vezes para esposas pelos homens mais poderosos de um reino ou império, naqueles tempos em que se fazia gala de enfiar de vez na cama “a mais puta de todas as putas”. Um costume, como se sabe, hoje em desuso (ninguém imaginaria um rei, primeiro ministro, ou presidente da república casado com uma “meretriz”), mas vulgar no império romano, onde aliás, dificilmente uma mulher adquiriria um estatuto social elevado sem que fosse uma “grande puta”.
“quastuosa”: equivalente a “puta de borda de estrada” no período do império romano, com a diferença de a actividade não ser geralmente exercida na borda de uma estrada.
“prostitutas”: mulheres que vendem sexo por troca de dinheiro.
“pornai”: “prostitutas” escravas da grécia antiga. Mulheres que tinham um proxeneta que, literalmente, as possuía e as usava como pura mercadoria. Como é natural, eram as mais abundantes numa sociedade que se estima com 85% de escravos, 10% de cidadãos e 5% de metecos (neste aspecto, aparentada com a nossa).
“putas independentes”: semelhantes a “trabalhadores independentes" de serviços sexuais da grécia antiga, em particular no que respeita ao pagamento de impostos. A categoria incluía uma grande parte de metecos, e a função podia ser desempenhada tanto por homens como por mulheres.
“hetairas”: na grécia antiga, uma das poucas categorias de mulheres com autonomia de gestão da sua propriedade e as únicas com direito a participação na esfera intelectual masculina. Supostamente cultas, bonitas, ricas e inteligentes. Qualquer coisa entre “putas de luxo” e “grandes putas”. O nome de algumas delas chegou até nós por serem referidas em textos de grandes dramaturgos e filósofos.
“bacantes”: mulheres que, na grécia antiga, se enrolavam volta e meia em grandes bacanais por honra a uma divindade.
“cortesãs”: mulheres responsáveis pela satisfação sexual de homens abastados e de estatuto social elevado numa época em que apenas era socialmente consentido o casamento com “más putas”.
“virgens”: semelhantes a “más putas” com a diferença de ainda haver esperança de que se venham (a transformar em “grandes putas”), a menos que, entretanto, engravidem de uma pomba.
[blog Libélula Purpurina]
Perdidamente
Por que raio
me apaixonei, perdidamente,
por ti?
Pergunto-me todos os dias.
A poesia teve um papel
preponderante (teve?)
e as tuas palavras
quiseram dizer
o não dito - ainda -;
a noite caíu sobre a baía
e de ti restou o mais belo
poema de amor.
Poesia de Paula Raposo
me apaixonei, perdidamente,
por ti?
Pergunto-me todos os dias.
A poesia teve um papel
preponderante (teve?)
e as tuas palavras
quiseram dizer
o não dito - ainda -;
a noite caíu sobre a baía
e de ti restou o mais belo
poema de amor.
Poesia de Paula Raposo
06 setembro 2010
O não-poema ao Mestre do verbo inexistir
O que é logo depois foi. Passa, o que é passa. Passar.
O tempo leva. Tudo. Foi. Mas o tempo não leva nada. Nada.
O nada. O que não é nem foi, um nunca, não pode levar.
Entendeste o que é; entende agora o que não é. Roubada
ao existir serei para sempre. Inexistir é assim, o nada por marcar
em folhas de dias que passam; não sou imaginada, nem perdida,
sequer fui encontrada. Não sou. O tempo não me poderá terminar;
o tempo leva ideias, pessoas, amantes; ele leva-nos a vida
mas não leva ninguém ou a morte. É assim que me deverás chamar:
ninguém, a imperturbável pelos dias. Inexistir é assim, ser roubada
de páginas que terminam e avançam; não posso nunca não mais estar
porque nunca estive, estou em lado nenhum. Nunca iniciada,
nunca concluída. Nem ser. Inexistir é assim, podes-me em ti matar?
O tempo leva. Tudo. Foi. Mas o tempo não leva nada. Nada.
O nada. O que não é nem foi, um nunca, não pode levar.
Entendeste o que é; entende agora o que não é. Roubada
ao existir serei para sempre. Inexistir é assim, o nada por marcar
em folhas de dias que passam; não sou imaginada, nem perdida,
sequer fui encontrada. Não sou. O tempo não me poderá terminar;
o tempo leva ideias, pessoas, amantes; ele leva-nos a vida
mas não leva ninguém ou a morte. É assim que me deverás chamar:
ninguém, a imperturbável pelos dias. Inexistir é assim, ser roubada
de páginas que terminam e avançam; não posso nunca não mais estar
porque nunca estive, estou em lado nenhum. Nunca iniciada,
nunca concluída. Nem ser. Inexistir é assim, podes-me em ti matar?
Pure chess
- Ó Torre das Pretas, porque é que todas as peças fogem do tabuleiro quando estão prestes a ser comidas por aquele vosso peão?
- Ah, Bispo das Brancas, isso é porque um dia viram-no a fazer uma mijinha e em vez de Peão das Pretas passou a ser conhecido como Pilão dos Pretos...
- Ah, Bispo das Brancas, isso é porque um dia viram-no a fazer uma mijinha e em vez de Peão das Pretas passou a ser conhecido como Pilão dos Pretos...
05 setembro 2010
Da Rosa na porta
Era aquela nuvem de perfume, densa, um vácuo da magia, que transformava o edifício numa forma feminina, lívida como a angústia.
Lá, o fim de tudo que olhava para nós - e o ar respirava a beleza cortante de uma rosa vermelha no seu único instante pleno, o instante que precede o caminho último sempre acentuado e brilhante aos olhos iluminados pela lucidez que o terror, sempre tão nítido, confere - finalmente. A imagem da morte traz-nos gazelas e prados. A imagem da vida traz-nos gazelas e prados. Nem uma nem outra. Aquela era a imagem de quem tem a lâmina no peito, a vida brilha deslumbrante se iluminada pelo sol chamado terror do adeus.
Posso morrer. Vão matar-me. Momentos antes a rotina pesava, os cinzentos cansavam, o cansaço desesperava e chamava o desprezo pelo fundamental. Agora, nesta última porta, nesta porta última de todas as portas, a lua na terra sente a fragilidade de um talvez derradeiro relance e avisa que é bela, que sempre o foi, tingida pela verdade de um olhar final e as sombras são encantadas, leves, dançam o silêncio do vento ténue que abraça as árvores e os oceanos existem em azul pleno, em ondas perfeitas, em faróis amantes.
O monstro foi-se embora e levou a lâmina. Fiquei. E a Lua nunca mais mudou...
Lá, o fim de tudo que olhava para nós - e o ar respirava a beleza cortante de uma rosa vermelha no seu único instante pleno, o instante que precede o caminho último sempre acentuado e brilhante aos olhos iluminados pela lucidez que o terror, sempre tão nítido, confere - finalmente. A imagem da morte traz-nos gazelas e prados. A imagem da vida traz-nos gazelas e prados. Nem uma nem outra. Aquela era a imagem de quem tem a lâmina no peito, a vida brilha deslumbrante se iluminada pelo sol chamado terror do adeus.
Posso morrer. Vão matar-me. Momentos antes a rotina pesava, os cinzentos cansavam, o cansaço desesperava e chamava o desprezo pelo fundamental. Agora, nesta última porta, nesta porta última de todas as portas, a lua na terra sente a fragilidade de um talvez derradeiro relance e avisa que é bela, que sempre o foi, tingida pela verdade de um olhar final e as sombras são encantadas, leves, dançam o silêncio do vento ténue que abraça as árvores e os oceanos existem em azul pleno, em ondas perfeitas, em faróis amantes.
O monstro foi-se embora e levou a lâmina. Fiquei. E a Lua nunca mais mudou...
Aqui está uma boa pergunta
Porque é que as mulheres não têm o mesmo direito constitucional que os homens para exporem o seu peito em público, tal como os homens?
A organização GoTopless.org tem como objectivo "ajudar as mulheres a tomarem consciência de que os seus peitos são partes naturais da sua anatomia (estejam ou não em amamentação). Os peitos não deveriam ser «modesta» ou envergonhadamente escondidos da visão pública mais do que braços, pernas ou pés".
O qu'achais?
A organização GoTopless.org tem como objectivo "ajudar as mulheres a tomarem consciência de que os seus peitos são partes naturais da sua anatomia (estejam ou não em amamentação). Os peitos não deveriam ser «modesta» ou envergonhadamente escondidos da visão pública mais do que braços, pernas ou pés".
O qu'achais?
04 setembro 2010
Mil e uma facetas
Desdobro-te em mil facetas
Fascinantes
Frágeis
Num jogo de escondidas
E tu deixas-te doce
Dançar a música
Deambulando
Nos meus dedos
Na dobra que desdobro
Frágil e fascinante
Talvez mil e uma facetas
Que deixas a descoberto
Quando não sorris
E a felicidade passa aqui
E a música sobe no ar
E eu te desdobro
Te arranho e te marco
E mordo os teus lábios
Quando não sorris
Desdobrando-te alucinada
Na ponta dos meus dedos.
Poesia de Paula Raposo
Fascinantes
Frágeis
Num jogo de escondidas
E tu deixas-te doce
Dançar a música
Deambulando
Nos meus dedos
Na dobra que desdobro
Frágil e fascinante
Talvez mil e uma facetas
Que deixas a descoberto
Quando não sorris
E a felicidade passa aqui
E a música sobe no ar
E eu te desdobro
Te arranho e te marco
E mordo os teus lábios
Quando não sorris
Desdobrando-te alucinada
Na ponta dos meus dedos.
Poesia de Paula Raposo
«Homens: olhem para as mulheres!» - crónica de Luis Pedro Nunes no «Expresso»
Alguns excertos do texto publicado na revista Única do Expresso de 21 de Agosto de 2010:
"Observar o sexo feminino não tem nada de marialva, é essencial para o bem-estar da comunidade.
(...) um sofisticado e trendy colunista de Manhattan (...) explica tranquilamente como o girl-watching (observação de miúdas) é algo que faz parte da própria cidade de Nova Iorque, da interacção entre os sexos e que deve ser recuperado com arte e bom gosto. (...) Por girl entenda-se mulher votante e ativa e por watching, diz o bom gosto, não tem piropos nhurros nem bocarras alarves associadas. É um observar ornitólogo direcionado. Sejamos francos. Aprecia-se, abranda-se a conversa para ver o que passa. Não se fica especado a babar. Nem marialvismos atávicos. Catrapisca-se a minissaia que desaparece rápida e beberica-se a Cola Light. Ou o desfilar tranquilo levado pela ondulação da anca, cabelos que decidem a direção do passeio. Detalhes. O modo como conversam em discurso direto umas com as outras. «Tu sabes como sou, e aí eu disse-lhe.» Apenas a observação sem qualquer objetivo de interacção. Não há mal ao mundo. E no Facebook muitas das fotos são de riso falsos. E falsas. Aqui são curtas-metragens, em alta definição, a rolar à nossa frente, em 4D e tudo (...)"
Vai lá ler o texto completo, que vale bem a pena, e volta aqui para comentares.
"Observar o sexo feminino não tem nada de marialva, é essencial para o bem-estar da comunidade.
(...) um sofisticado e trendy colunista de Manhattan (...) explica tranquilamente como o girl-watching (observação de miúdas) é algo que faz parte da própria cidade de Nova Iorque, da interacção entre os sexos e que deve ser recuperado com arte e bom gosto. (...) Por girl entenda-se mulher votante e ativa e por watching, diz o bom gosto, não tem piropos nhurros nem bocarras alarves associadas. É um observar ornitólogo direcionado. Sejamos francos. Aprecia-se, abranda-se a conversa para ver o que passa. Não se fica especado a babar. Nem marialvismos atávicos. Catrapisca-se a minissaia que desaparece rápida e beberica-se a Cola Light. Ou o desfilar tranquilo levado pela ondulação da anca, cabelos que decidem a direção do passeio. Detalhes. O modo como conversam em discurso direto umas com as outras. «Tu sabes como sou, e aí eu disse-lhe.» Apenas a observação sem qualquer objetivo de interacção. Não há mal ao mundo. E no Facebook muitas das fotos são de riso falsos. E falsas. Aqui são curtas-metragens, em alta definição, a rolar à nossa frente, em 4D e tudo (...)"
Vai lá ler o texto completo, que vale bem a pena, e volta aqui para comentares.
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