Senta-te aqui, Mariana, sente-me os dedos,
são raízes ao teu peito, nunca mais nos deixes
os olhos secar; senta-te aqui, dá-me a mão,
toco-te no braço, no espaço entre os dias,
nunca mais deixes os olhos fechar. Cabelos
ruivos, teus, soltos nas minhas costas e estes
dias já são dias de voltar ao que fomos então.
Vem cá, na fragilidade dos teus lábios, o que dizias
tu aos caminhos meus que se tornaram rios, gelos
que se tornaram sol, espaços que tocam nestes
meus, agora teus, tão teus como meus são.