25 setembro 2010

Virgens

Eram as palavras ainda por usar
Que se espalhavam
Tais estrelinhas de enfeitar
E as cores das palavras
Eram subtis e cintilantes
Não eram ainda usadas
E escreviam-se pela primeira vez
No início do fogo de artifício
E as palavras fugiam no estrondo
De nunca terem sido usadas
E eram ditas num bulício
Confuso de virgindade.

Poesia de Paula Raposo


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E o Bartolomeu não resiste a oder:

"Ah, a virgindade que me roubaste,
Paula
Quando naquela tarde me puxaste
para dentro da sala de aula
E de um puxão, me atiraste,
para longe, a mala
E já louca de tesão, me arrancaste
da môna, o boné de pala
E numa fúria as calças me rasgaste
Para conseguires tirá-la
E de tão sôfrega te engasgaste
quando te chegou à garganta... a tola!
E, desastrada, não cuidaste
De ver, se me tinhas partido a mola
E nem sequer reparaste
Que depois, andei 2 semanas, sem poder jogar à bola!
Paula... dolce Paola"

Perversa


[ao Jota]

Perversas as frases escritas em mim, nas queimadas do meu acaso, nas fúrias das minhas raízes sexuais, primárias, onde os incêndios são vida, flamejante, e em mim se ateiam... nos ateiam... te ateiam... no nu, no poema, que geme e oculta a seiva, que dentro em mim, boceja no calor dos laços negros atados.
Deitada no teu dia a púbis, lateja. Pelos versos, os órgãos em silêncio, onde a carne se distrai vinda de um ponto fogoso. Intensa, com os seus grande dedos. No perder desfavorecido de inocentes, segredos.
Num sorriso te abres, mudo e inebriado, ditoso, perplexo, horizontal. Firme. Imperativo. Caças-me nos quadris húmidos, volumosos, ferozmente, com a tua, nua, flecha alta.
Dói-me o ar fresco, a cada afastamento, arde-me cada voo teu, incerto e fugaz, dento das minhas poesias. O ribombar, a violência,a leveza... e a brancura é ameaçada a cada vergada. Perversa, na paixão devorante, tão forte, tão pura, tão viva, no meu vibrante fôlego, mão a mão, boca a boca, nos raios de um orgasmo, que te ceifam o caule,

onde o pau perde o ouro, duro!

[Blog Vermelho Canalha]

BFF - alerta para a violência doméstica

Video da BFF - Bundesverband Frauenberatungsstellen und Frauennotrufe (o João Pais explicou-nos o que quer dizer - «Agência estatal para aconselhamento e emergências de mulheres» - e assim evitei ir ao Google Translator):
"Milhares de mulheres caem todos os dias em escadas. Acreditas mesmo nisso?"

Ainda é o que vai safando os homens...



Pele de cobra


1 página

oglaf.com

Desacordo de cavalheiros



HenriCartoon

24 setembro 2010

Mora aqui!


Foto: Epentesis

É aqui que tudo começa. Aqui te peço que mores. Mora aqui. Bem aqui no meu pescoço. Percorre-o. Arrepia-me e repousa. Afunda-te bem aqui. Enrola com firmeza os meus cabelos nas tuas mãos e mergulha no meu pescoço fazendo-me submergir num mar vasto de sensações que nunca antes conheci. Aqui, neste pequeno espaço de pele habita um baú de sensibilidades que me elevam e afastam da realidade concentrando-me apenas no prazer. Gosto deste pequeno lugar. Tem charme na sua curvatura e esconde um íntimo nevrálgico. É fascinante e seduz-me e seguro-o nas minhas mãos quando beijo e abraço.
Mora aqui.

Do novo

Deixar que alguém que não fazia parte de nós nos entre pela vida adentro é uma maçada, um desafio, uma canseira.
Contar estórias e desfiar factos por vezes demais repetidos como se fossem novidade é estranho, é violento, é algo que dispensaríamos.
Permitir que nos desvendem, que nos leiam, que saibam de nós mais do que queremos dar a conhecer (a bicharada, o método de alinhar livros nas estantes, a decoração da faiança, as Ugg Boots) é aterrorizador.
Verificar que alguém que não conhecíamos bem constitui todo um mundo de coisas novas a descobrir faz-me encolher no casulo, sem que me apeteça sair de lá e, concomitantemente, obriga-me a pôr a cabeça de fora, porque a curiosidade há-de matar-me.

Deixar que alguém que não fazia parte de nós nos entre pela vida, pela casa, pelo modo de estar adentro é algo que me atemoriza. E, no entanto, as borboletas no estômago dizem-me que não me fará mal de maior.

segurança no metro


dizia O’Neil «vá de metro»
para que o povo instruído
lá fosse sem mais tardança
na verdade o «vade retro»
também faria sentido
e dá outra segurança…



A Nissan tem um Pixo pequenino



Nissan Pixo?! Seria mais correcto chamarem-lhe Nissan Pirilauzito...
Acho que vou escrever para a Nissan para lhes perguntar se não têm um Pixo grande.

Devaneios ao sol


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Legenda do Bartolomeu:

"Na «tola» um chapéu de palha
Os joelhos na terra seca
Gritaste: - Oh, Deus me valha!
Encava-me na «perereca»!

De lado, depois por trás
De frente, à missionário
Ofereceste-me o cabaz
E eu... ofereci-te o paio

Queimava-nos a soalheira
Escorria-nos o suor
Lambia-te a pintelheira
E tu, chamavas-me amor.

E felizes e contentes
Demos duas, sem parar
Quando te doeram os dentes
Pediste-me para t'enrabar

Depois, chegou a noitinha
E com ela o luar
Demos mais uma fodinha
Antes de irmos deitar

Fomos p'ró quarto a correr
Tropeçámos no tapete
- Anda cá... vou-te foder
Ou vou fazer-te um minete

Louca, louca de paixão
De joelhos, bem aberta
Pediste-me o tesão
Do meu caralho, alerta

E já nascera o sol
E nós ainda a foder
Quando afastaste o lençol
E sorrindo me disseste:
- Agora vou-te comer.
E sete fodas me deste!
(1,2,3,4,5,6,7)"

23 setembro 2010



Estou zangada. Contigo. Porque sim. Porque agora que me traíste tudo em mim é mais difícil. Sorrir-te com olhos e corpo e boca como eu fazia. Beijar-te como se a minha língua tivesse nascido para a tua boca. Falar-te baixinho no suor da cama. Vir-me contigo, de olhos abertos. Deixar as palavras escorrerem como escorre em nós a água, ainda juntos no banho. Olhar para dentro dos teus olhos e ver como escurecem com a paixão e a tesão. Pôr-me bonita para ti. Saltar para o teu abraço sem medo de cair. Dizer-te que te amo. Acreditar quando dizes que me amas. Serenar quando chegas. Fazer planos para o dia seguinte. Mostrar-me. Dar-me inteira quando a tua boca engole o meu corpo. Dar-me inteira quando a minha boca engole o teu corpo. Deixar de estar zangada.

Medeia - [Infidelidades]

Postalinho da São Patrício...

... dedicado especialmente ao Carlos Car(v)alho:

No win situation

Se mentimos sentem-se defraudadas, se dizemos a verdade ficam desencantadas.

Shark
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A malta palpita (ou seja, dá palpites... ou serão palpitos?!):

Medeia: "Também devia ser um exercício giro, para quem tivesse tempo, enumerar as «no win situations» em que eles nos colocam..."
muse: "Assim são as gajas... mas os gajos também têm as suas:
Se dizemos não sentem-se atraídos, se dizemos sim perde a piada."

joao: "Quantas vezes um gajo tem de mostrar desinteressse para ter algo? Se for directo ao assunto terá poucas chances."
kikas: "Tudo isso seria irrelevante se os homens dissessem o que sentem e não o que as mulheres gostam de ouvir. E como se caça mais depressa um mentiroso que um coxo... as gajas inteligentes optam por se fazerem passar por idiotas perante os idiotas que pensam ser inteligentes."
Pandora: "É isso mesmo!"
Bartolomeu: "Não se preocupem... com mentiras e com verdades, o mundo vai continuar a girar e, por conseguinte, gajos e gajas vão continuar a sentir-se atraídos. A merda toda vai ser quando a inclinação do eixo da terra se alterar e a eclíptica deixar de ser tangente à linha dos trópicos, originando uma alteração climatérica que irá provocar fenómenos meteorológicos impensáveis e imprevisíveis, ocasionando a ocorrência de inundações súbitas, sem dar tempo a que um gajo e a sua gaja acabem a queca monumental que lhes estava a saber pela vida. O almanaque borda d'água, na sua próxima edição, vai alterar o dito popular «quero morrer com ele todo entalado!» para «quero morrer com ele todo encharcado!» E tenham todos um resto de dia muita feliz!"